22.9 C
Rondonópolis
domingo, novembro 24, 2024

Matusalém Soares Teixeira – “Matusa” – Do trabalho na zona rural, ao curso de Marketing, ao profissionalismo e maestria no setor fotográfico

Um dos mais notáveis integrantes da imprensa rondonopolitana, fotógrafo de primeira linha, muito querido por todos e de sensibilidade apurada, vem prestando o seu talento na atuação dos inúmeros executivos que tem administrado a cidade de Rondonópolis. Ele nos deu esta oportunidade diante da qual abre o seu coração e revela um pouco da sua bela trajetória de vida.
Jornal Folha Regional: Onde nasceu Matusalém, e como foi a sua infância?
Matusalém: Eu sou natural da cidade de Cruz Alta no Rio Grande do Sul, o meu pai José Augusto Fagundes Teixeira era gerente da empresa agropecuária pertencente ao dono da VARIG. A minha mãe Adelina Soares Teixeira cuidava muito bem dos sete filhos: Carlos, Nilito, José, eu Matusalém, Tânia, João e Reginaldo. Na minha infância eu comecei a trabalhar com 6 anos de idade, era uma luta em que todos os meus irmãos estavam unidos para ajudar os meus pais. Eu queimava palha de trigo com o maçarico, era um belo adubo, muitas vezes tive que lavar o meu corpo com gasolina para sair a fuligem das palhas queimadas, e ainda também capinava na lavoura.
JFR: Naquele tempo havia escolas na zona rural de Cruz Alta, como vocês chegavam lá?
Matusalém: A escola em que nós estudávamos era um pouco longe, e nós tínhamos que ir a cavalo, muitas vezes íamos eu e mais dois irmãos montados em um cavalo, e em muitas ocasiões alguém caia pelo caminho, e tínhamos que parar para que o irmão montasse novamente e assim seguíssemos para a escola.
JFR: Qual o motivo da mudança da família para Mato Grosso em especial para a nossa cidade Rondonópolis?
Matusalém: Meu pai gerenciava a agropecuária do patrão que naquela época era presidente da VARIG, quando ele e o seu sócio um empresário americano resolveram expandir os negócio. Compraram uma fazenda aqui em Rondonópolis. Investiram pesado em Mato Grosso na compra da Fazenda Verde. A partir de então convidaram o meu pai para administrar as empresas do grupo que então começava a crescer em Mato Grosso. Desta forma meu pai trouxe a família para Rondonópolis e aqui nos adaptamos rapidamente já nos primeiros 3 meses residindo nesta cidade. Eu cheguei aqui em Rondonópolis com 14 anos de idade no dia 23 de Dezembro, logo fizemos boas amizades, uma delas inesquecível foi com o Dr. Ariel.
JFR: Você começava agora uma nova jornada em Mato Grosso, fale um pouco sobre aqueles momentos:
Matusalém: Eu sempre fui amante do trabalho, e estava na expectativa para logo começar a trabalhar. Quando aqui chegamos tivemos uma acolhida maravilhosa, foi uma grande alegria. Nós fomos vizinhos incialmente do Dr. Ariel, moramos em vários lugares da cidade me lembro também, que meu pai comprou os móveis para a nossa casa na extinta loja Móveis Garcia.
JFR: Qual foi a sua trajetória em Rondonópolis no setor educacional, que também esteve aliado ao trabalho, já que você tinha começado nessa luta já aos 6 anos de idade, e não ficaria ausente dele na adolescência?
Matusalém: Eu estudei no Colégio Sagrado Coração de Jesus e no Luther King, trabalhei na década de 70 no extinto Mercado Jangadão que ficava em frente a Praça dos Carreiros, posteriormente fui trabalhar no Armazém Luzitano, no Hotel Thaani, que naquela época chamava-se NOVOTEL. Fui funcionário do Banco Bamerindus onde fiquei por pouco tempo. Fui também maloteiro, ou seja a minha função era levar os malotes com dinheiro para a matriz do Banco em Cuiabá. Trabalhei na empresa Motorforte do empresário Almir Donato. Naquele tempo havia uma disputa por funcionários, ou seja, havia poucos jovens para trabalhar nas empresas que começavam a surgir em grande número em Rondonópolis. Um fato interessante aconteceu comigo e com mais 5 companheiros que trabalhávamos no Banco Bamerindus, nós saímos da referida instituição ou seja da função bancária cooptados, fomos tirados das nossas funções para trabalhar na Motorfote. E essa situação era bastante recorrente, e naquele período havia uma escassez de mão de obra em Rondonópolis, o comercio estava em ascensão. Em 1978 fui para o Exército onde tirei o meu tempo obrigatório no 18º. GAC. Trabalhei também no Departamento de Educação do município de Rondonópolis nas administrações dos prefeitos Walter de Souza Ulisseia e Carlos Bezerra.
JFR: No ano de 1989, você resolveu ir para São Paulo, fale um pouco sobre aquele período:
Matusalém: Fui para a simpática cidade de Araçatuba no interior paulista, e lá inicialmente encontrei um grupo de jornalistas e políticos combativos que queriam fazer um jornal. E assim criou-se o Folha da Manhã, foi uma experiência fabulosa comecei fazendo os fotolitos até chegar na diagramação aprendi muito. Posteriormente fui para o setor de vendas, onde eu ganhei uma premiação por 3 vezes consecutivas por ter atingido o maior volume de vendas no setor. A partir de então começaram a aparecer propostas de empresários solicitando os meus serviços. Um dos clientes do jornal um empresário dono de uma loja chamada Feirão Discos me fez uma proposta, me pagava o triplo para que eu fosse trabalhar com ele. Eu já tinha feito um curso de Marketing e Propaganda no grupo da grande empresa Souza Cruz e estava bem preparado para o que viesse, eu aceitei o convite e comecei a trabalhar no Feirão dos Discos e Chic Discos.
JFR: Você recém formado em Marketing qual foi a sua proposta para que os clientes prestassem mais atenção a loja e vendesse mais discos.
Matusalém: Eu disse ao empresário: a nossa campanha publicitária vai ser “Vendemos discos por metro” ele se assustou no início achou um absurdo, mas depois deu tudo certo. Em outa ocasião nós pensávamos em levar para o local uma dupla sertaneja, pensamos inicialmente em Chitãozinho e Chororó, mas o patrão disse: essa dupla não dá o custo e muito alto, pensamos em Gean e Giovani também não deu, finalmente pensei em João Paulo e Daniel. De início surgiu uma questão por parte do patrão, mas o João Paulo é um escurinho, “o preconceito” será que vai dar certo? Indagou ele. E assim fizemos colocamos a dupla para cantar o dia inteiro em baixo de um guarda sol e a campanha foi um grande sucesso de venda. Até hoje me lembro dos empresários Marco Lacera e Patrícia Vassoler, depois implementamos também a campanha da venda de discos a quilo.
JFR: Você continuou tendo muito sucesso nas vendas, como você se organizou?
Matusalém: Eu montei um grande grupo de vendedores, pessoas muito especiais e com vontade de trabalhar, inicialmente começamos com as maiores editoras do país: Abril, Globo, Editora Três e Editora Azul, foi um grande sucesso. Depois fui para Presidente Prudente onde montei a empresa MWM Produções, e lá fiz um curso de fotografia com o mestre da matéria José Fidelis, que também foi professor do J.M Duran. Fiquei em São Paulo até 1995 quando retornei a Rondonópolis, prestei o concurso público municipal em 1996 e passei em primeiro lugar para assumir a função de fotógráfo na imprensa do Executivo Municipal. Um fato inesperado aconteceu quando o ex-presidente Lula veio a Rondonópolis, havia um batalhão de fotógrafos, e estavam procurando alguém que tivesse DRT para então subir no palanque presidencial e fotografar. Como ninguém atendeu o chamado eu me apresentei, imaginem vocês eu com uma máquina humilde, passei na frente de todos os fotógrafos com poderosas câmeras importadas e assim me livrei das cotoveladas.
JFR: Nós agradecemos a sua preciosa atenção e consideração por nos conceder essa honrosa entrevista, e atender carinhosamente a equipe do Jornal Folha Regional. Você gostaria de agradecer a alguém?
Matusalém: Agradeço aos meus 5 filhos Angelita, Vinicius, Isabela, Lidiana e Anderson. e a todos os executivos com os quais trabalho e trabalhei, sempre tive um bom relacionamento com os meus colegas e com os prefeitos, desejo felicidades a todos.

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO