Rondonópolis tem uma farmácia para cada 1.200 pessoas

Quem está acostumado a visitar o centro de Rondonópolis já não mais se assusta ao ver a cada mês uma nova farmácia inaugurada nos principais pontos comerciais da cidade. Esta realidade também se difunde nos bairros e dados oficiais da Prefeitura indicam que existem 139 empresas do ramo farmacêuticas ativas no cadastro municipal que são revendedoras de medicamentos, ou seja, não manipulam fórmulas. Este montante se soma a mais 17 farmácias que fazem o serviço de manipulação e outras duas do ramo homeopático. No total, são 158 empresas do ramo para atender uma população de pouco mais de 200 mil habitantes, o que dá entorno de uma farmácia para cada 1.200 pessoas.
O número, apesar de benéfico à população consumidora, começa a preocupar alguns empresários, já que o crescimento desenfreado do número de novas lojas está ocasionando o inflacionamento do mercado local, segundo uma fonte que não quis se identificar, mas falou com nossa reportagem. “A concorrência é salutar, mas do jeito que vai e com a tributação que a cada dia cresce está ficando difícil de trabalhar, principalmente para quem leva tudo certinho e paga todos seus compromissos. Uma das principais vilãs neste caso são estas grandes redes que vão acabar por esmagar os pequenos, porque têm a chance de fazer grandes parcelamentos e desta forma vão sugar a freguesia, mas óbvio que o consumidor não tem nada com isso”, finalizou.
De acordo com estudo técnico apontado pela Organização Mundial da Saúde – OMS: é considerada bem coberta do ponto de vista farmacêutico uma região que tenha média de oito mil pessoas para uma farmácia, o que dá a entender que Rondonópolis está mais de sete vezes acima deste percentual e muito bem servida neste sentido. Para se ter uma idéia, a média nacional está em 3.300 habitantes para uma farmácia, já que existem mais de 202 milhões de brasileiros e pouco mais de 70 mil empresas do ramo farmacêutico atuando em solo tupiniquim.
O vereador de Rondonópolis Cláudio Antônio de Carvalho, que por muitos anos atuando como empresário do ramo farmacêutico hoje carrega o nome de Cláudio da Farmácia (PMDB), também analisou a situação à reportagem do Folha Regional e disse que isto valoriza o potencial de escolha do consumidor, embora considere ser necessário que o crescimento da qualidade seja compatível com o da quantidade. “A lei da oferta e da procura agradece. Quanto mais opções melhor o consumidor vai poder analisar e fazer sua escolha, mas claro que o mínimo é que se espera é que o cidadão que se dispõe em abrir um comércio desta importância tenha consciência e respeito com suas obrigações, como, por exemplo, a obrigatoriedade de ter um profissional diplomado na área atuando. Mas para este assunto temos o Conselho Regional de Farmácia e a própria Vigilância Sanitária Municipal que fazem um trabalho de controle muito rígido neste sentido”, elogiou.
Hevandro Soares – Da Redação