Mato Grosso não piorou nos últimos anos!

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Se tem uma coisa que sempre fiz questão na minha vida pública foi ouvir com atenção os questionamentos e respondê-los com respeito. É por isso que gosto muito das oportunidades de falar ao vivo, sem cortes e edições sobre administração e políticas públicas. Ontem, no programa de rádio do Lino Rossi, tive a oportunidade de falar sobre um questionamento recorrente da nossa oposição: “Por que a arrecadação do Estado cresce e o Governo Taques fala de crise?”.
Em primeiro lugar, é importante que se diga que já afastamos de Mato Grosso a pior fase e os reflexos negativos da crise econômica e financeira que assolou o Brasil nos últimos anos. Essa crise tem sido vista por todos nos noticiários diários.
Em Mato Grosso, a arrecadação, de fato, aumentou. Mas, infelizmente, as despesas foram ainda maiores. Afinal, a conta das obras da Copa de 2014 chegou. E nós temos que pagar essa conta para não “sujar” o nome do Estado e ficarmos impedidos de fazer novos financiamentos. É igual na nossa casa: se está com nome sujo, não consegue crediário.
Para piorar a situação, a União reduziu drasticamente os repasses mensais. Isso significa que o Estado teve que tirar mais dinheiro do caixa, além do que previa na Lei Orçamentária Anual (LOA), para suprir pelo menos parte do valor que não recebeu do governo federal. Com isso, a receita orçamentária líquida de 2017, por exemplo, ficou 4,8% menor que a prevista na LOA.
Em 2016 a receita líquida foi de R$ 14,7 bilhões e, em 2017, de R$ 15,3 bilhões. Em contrapartida, as despesas do conjunto dos Poderes somaram R$ 16,808 bilhões.
Mesmo recebendo menos governo federal, tendo que bancar as obras da Copa e os aumentos de carreira concedidos pela gestão passada para a atual gestão pagar, o Executivo Estadual continuou investindo nas áreas prioritárias.
Na saúde, aplicamos no ano passado 12,5% do orçamento, o que significa que mesmo recebendo 7,7% a menos de repasses do SUS em relação a 2016, ainda conseguimos investir mais 0,5% além dos 12% que a Constituição obriga.
As despesas com pessoal de todos os Poderes constituídos e órgãos subiram de R$ 9,3 bilhões, em 2016, para R$ 10,5 bilhões, em 2017. No Executivo, isso ocorreu em razão do pagamento do RGA previsto em lei e do reajuste para algumas carreiras, também previstos em leis aprovadas em 2014. Ou seja, são R$ 1,4 bilhão a mais no orçamento para pagamento de salários. E estamos honrando com isso. Rigorosamente (embora muitos políticos chegaram a me sugerir o não pagamento)!
O que a gente tem feito todo dia, desde sempre, é trabalhar, lutar, correr contra o tempo, buscar novas alternativas para honrar esses compromissos.
Foi por isso que tivemos que puxar o freio em algumas ações, sob pena de deixar Mato Grosso seguir o caminho de outros Estados que chegaram a dividir em mais de três vezes o salário daqueles que nos atendem nos hospitais, nas escolas e fazem nossa segurança.
O melhor de tudo é ver com segurança que enfrentamos esse momento com coragem e que ele já passou. O que me motiva a trabalhar ainda mais é ver tanta entrega acontecendo e tanta gente otimista com cada resultado que o presente nos apresenta e com todas as projeções positivas de um futuro muito próximo. Vamos ao trabalho!
(Continuarei compartilhando com vocês essas informações da maneira mais clara que conseguir. É muito importante esse nosso diálogo franco, principalmente em tempo de Fake News, em que o discurso fácil, oportunista e inventado ganham ares de verdade. A verdade sempre prevalecerá).

PEDRO TAQUES é governador de Mato Grosso

Originalmente publicado no Facebook