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domingo, novembro 24, 2024

Mato Grosso lidera ranking de mortes violentas entre homens

Cristiano da Silva Magalhães, de 23 anos, morador da Rua 1 do bairro Parque Atalaia, foi executado na Rua F do Jardim Mossoró, região do Coxipó, na periferia de Cuiabá. O crime aconteceu na ultima quarta-feira. Ninguém sabe quem foi, ninguém viu. Mais um caso que pode ser um dos tantos sem solução nas estatísticas da Policia de Mato Grosso. Mais um caso que ajuda a colocar o Estado na ponta do ranking das mortes violentas no Brasil, segundo dados da Estatísticas do Registro Civil de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
As mortes entre homens por causas violentas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito aumentou desde a década de 1980. No início dos anos 1990, elas representavam 14,2% do total de óbitos masculinos, tendo subido para 16,2% em 2002 – no ano passado, elas tiveram declínio e atingiram 14,9%. Em Mato Grosso, segundo o IBGE, esse índice é de 23,8%, o maior do Brasil – a frente do Espírito Santo, com 21,3%; Alagoas com 21,1% e Pará,20,1%.
O estudo do IBGE mostrou que do total da população masculina a Região Centro-Oeste continua liderando o ranking de mortes violentas, com 18,2% em 2009, porém mais baixa do que os 20% registrados ao longo da década de 1990. Já a Região Sudeste manteve a tendência de declínio na proporção de óbitos violentos a partir de 2002, alcançando em 2009 o valor de 14,3%.
De acordo com o gerente da Pesquisa do Registro Civil do IBGE, Adalton Bastos, o homem ainda é mais exposto aos riscos da violência urbana. “Ainda são eles que chefiam os grupos ligados ao tráfico de drogas, que ocupam posições mais perigosas na construção civil, e que mais cometem imprudências no trânsito”, afirmou.
Bastos destacou, ainda, que quando se observam as diferenças entre as regiões, o estudo aponta que na faixa etária de 15 a 24 anos as mortes masculinas por causas violentas vêm crescendo desde 2004 nas regiões Norte (de 51,8% para 57,6% em 2009) e Nordeste (de 55,5% para 62,7%). Por outro lado, embora a Região Sudeste ainda concentre a maior proporção desses óbitos, a tendência é de queda (de 76,69% para 73,70%).
“A violência ainda é muito alta principalmente em regiões metropolitanas mais populosas, mas vem caindo provavelmente porque esses centros, como São Paulo, já estão muito saturados e a migração [entre as regiões] não é como antes, não tem mais o excesso de população indo para esses locais gerando os conflitos que víamos. Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste a violência vem aumentando muito em função das novas migrações para cidades médias, que começam também a ficar superpopulosas” – destacou.

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