Dez municípios de Mato Grosso figuram entre os 40 maiores produtores de gado do Brasil. Cáceres possui o 4º maior rebanho com 1,024 milhão de cabeças, ficando atrás apenas de São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS). Segundo o setor produtivo de mato-grossense, o Estado pode elevar a sua produção de carne com o empenho de tecnologia e mantendo 62% do território do Estado preservado.
Os números fazem parte do "Perfil da Pecuária no Brasil – Relatório Anual", desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), parceira da entidade no projeto BrazilianBeef. Os dados da cadeia bovina foram calculados pela Agroconsul, a partir de uma metodologia adotada e desenvolvida em 2010 pelo Pensa USP – Centro de Conhecimento em Agronegócios.
Mato Grosso é detentor do maior rebanho bovino comercial do Brasil com 29,5 milhões de cabeças aproximadamente.
De acordo com o relatório divulgado pela Abiec, Cáceres possui o 4º maior rebanho bovino na divisão por municípios com 1,024 milhões de cabeças registradas em 2014. A pesquisa mostra um crescimento de 130,89% no comparativo com 1994 quando o município possuía apenas 443,5 mil cabeças. Cáceres perde apenas para São Félix do Xingu (PA) com 2,213 milhões de cabeças, Corumbá (MS) com 1,761 milhão e Ribas do Rio Pardo (MS) com 1,099 milhão de cabeças.
Em 6º e 7º lugares surgem Vila Bela da Santíssima Trindade e Juara. O relatório revela um salto de animais em Vila Bela da Santíssima Trindade de 295,6 mil cabeças para 943,2 mil em 20 anos. Já Juara de 319,3 mil para 926,5 mil cabeças.
A pesquisa mostra que além de Mato Grosso, Pará e o Mato Grosso do Sul, Estados como Rio Grande do Sul, Goiás, Rondônia e Acre contam com municípios entre os 40 com maior rebanho bovino.
“A pecuária é o negócio de Mato Grosso. São 86 mil propriedades distribuídas entre os 141 municípios do Estado. A soja e o milho não atingem 100% de Mato Grosso como a pecuária. Temos muito que crescer ainda”, comentou ao Agro Olhar o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi.
Hoje, conforme Manzi, se Mato Grosso utilizasse as mesmas técnicas de produção de gado de 15 anos atrás para se atingir o atual rebanho de 29,5 milhões de cabeças seria preciso ter desmatado 18 milhões de hectares. “Mas, estamos crescendo sem abrir novas áreas. Temos hoje cerca de 62% no nosso território preservado. Os Estados Unidos tem a metade do rebanho bovino brasileira e produz mais carne. O Brasil e o Mato Grosso podem ter ganho de produção sem aumentar seu rebanho. Temos espaço para crescer verticalmente por meio do uso de tecnologias, como é o caso da Integração Lavoura-Pecuária”.
Como o Agro Olhar já comentou, há produtores que chegam a registrar ganhos em produtividade de aproximadamente 8 arrobas com o uso da Integração Lavoura-Pecuária.
Alta Floresta surge em 11º lugar, segundo a Abiec, com 747,5 mil cabeças, um incremento de 120,36% em relação as 339,2 mil registradas em 1994.
Pontes e Lacerda é a 16ª com 663,5 mil cabeças, 86,36% a mais que as 356 mil de 20 anos atrás. A pesquisa mostra ainda Vila Rica em 17º com um crescimento de 492,94% em 20 anos em seu rebanho, de 110,6 mil cabeças para 655,9 mil. Juína ocupa o 20º com 633,4 mil cabeças, alta de 247,75%. Porto Esperidião possui o 27º maior rebanho bovino do país com 574,4 mil cabeças, salto de 328,12% em 20 anos. Já Santo Antônio do Leverger é o 34º com 515,7 mil cabeças, incremento de 96,89% em 20 anos.