Natural da cidade de Imperatriz no Estado do Maranhão teve uma infância em que o chamamento para o trabalho começou logo cedo. Seus pais Antônio Rodrigues de Souza e Sebastiana Costa Nunes Rodrigues tiveram 14 filhos: Maria de Fátima, Maria Rose, Maria Leila, Maria Roseane, Maria Verônica, Maria Rosângela e os irmãos Thiago, Antônio Filho, Cristiano, Marco Antônio, Reginaldo, Alexandre, Fabiano e Charles André. Uma trajetória familiar que até hoje serve de exemplo para os mais jovens.
Jornal Folha Regional: Além da preocupação de criar os 14 filhos, o que mais marcou esse período de infância?
Fátima: Meu pai sempre conversava com todos os filhos, e dentro desse diálogo ele queria que todos nós estudássemos. Ele era uma pessoa muito simples e como açougueiro, sempre tratou seus clientes muito bem. A minha infância em Imperatriz foi vivida com muito amor, todos nós crescemos com a atenção e o carinho dos meus pais. Hoje em dia todos os meus irmãos estão muito felizes nas profissões que escolheram.
JFR: Qual era o seu sonho de infância, onde pretendia chegar?
Fátima: Na minha infância eu sonhava em ser professora, apesar de ter os ensinamentos fundamentais na minha cidade Imperatriz, naquele tempo não tinha estrutura para avançar nos estudos. Então a preocupação com os nossos estudos se acentuou no coração do meu pai, que começava a pensar em uma mudança radical da família para outro estado.
JFR: Em que ano se deu essa mudança, e qual a importância da Feira da Praça dos Carreiros?
Fátima: A primeira mudança aconteceu no ano de 1974 viemos para Rondonópolis onde ficamos por 2 anos eu estava com 14 anos de idade. A família montou um açougue onde trabalhavam pais e filhos, meu pai vendia carne de boi, porco e carneiro na feira da Praça dos Carreiros que era muito concorrida. A feira nos ajudou muito, naquele tempo as carnes tinham uma venda garantida, os clientes vinham de várias cidades da nossa região. Minha mãe fazia sabão para vender, o meu irmão Antônio arranjou uma caixa e saiu engraxando sapatos pela cidade. Eu começava trabalhar em casa de família para ajudar meus pais, fui trabalhar na residência do senhor Saraiva, posteriormente trabalhei também na loja da família na Casa Nordestina.
JFR: Por que aconteceu a segunda mudança na trajetória da família?
Fátima: Sempre com o objetivo de melhorar e dar mais condições de vida e facilitar os nossos estudos, meu pai recebeu uma proposta de trabalho e fomos para o Estado de Goiás, onde ficamos por 2 anos. Posteriormente mudamos para a cidade de Vanderlândia na divisa do Maranhão com Tocantins onde ficamos também por 2 anos. Só então retornamos para Mato Grosso mais precisamente para Rondonópolis.
JFR: Aqui em Rondonópolis como foi a sua trajetória educacional?
Fátima: A minha primeira escola foi a Adolpho Augusto de Moraes, onde os meus irmãos também estudaram, e um fato interessante era que todos estudavam no mesmo período e íamos todos juntos para a escola. Nós atravessávamos a ponte de madeira sobre o Rio Arareau, no trajeto para a escola nós fazíamos muitas brincadeiras, certo dia meu irmão Antônio caiu nas aguas do Arareau fato que até hoje é lembrado pelos irmãos. Em 1983 fiz o seletivo para a prefeitura e fui aprovada dessa forma teve início a minha carreira no serviço público na área educacional.
Cursei Pedagogia na UFMT, fiz especialização na área de alfabetização e na área de História da Economia e História. Fiz opção para o segmento de atuação dos meninos de rua. Hoje estou prestando a minha contribuição a administração do prefeito Zé Carlos do Pátio no cargo de gerente do Centro Cultural José Sobrinho.
JFR: Qual a importância da família no contexto da convivência e da prosperidade?
Fátima: A família é uma instituição fundamental que está profundamente ligada ao progresso e a realização pessoal dos seus componentes. Sou casada com Admir Sartori temos um filho de 15 anos Carlos Emanuel.
JFR: A senhora gostaria de fazer algum agradecimento a alguém?
Fátima: Primeiramente agradeço a Deus, aos meus familiares, toda a minha equipe de trabalho e a muitas pessoas que nos estenderam as mãos aqui em Rondonópolis, a exemplo da família do senhor José Saraiva da extinta Casa Nordestina, ao prefeito Zé Carlos do Pátio, ao ex – prefeito Carlos Bezerra que era muito amigo do meu saudoso pai, ao saudoso vereador Ananias e em especial ao meu saudoso pai. Agradeço também por esta oportunidade, quero encerrar com a seguinte frase do coração: “Meu pai não conseguiu juntar bens, mas deu oportunidade para que todos os filhos estudassem.”