Mais uma década perdida!

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O desemprego voltou a aumentar. Passamos de 13 milhões de desempregados. Assistimos cenas chocantes: filas quilométricas em pleno centro da maior cidade do país em busca de uma simples senha, que talvez se converta em uma entrevista de emprego e finalmente em uma vaga preenchida. Observação: a maioria das vagas, segundo os organizadores do evento, oferece um salário em torno de R$1.500,00. Enquanto isso, em Brasília, assistimos cenas bizarras protagonizadas pelos nossos dirigentes: discussões "altamente produtivas" sobre comemorar ou não datas históricas (sic), idas e vindas nas nomeações de ministérios, pautas "bomba" que apenas agravam nossa já combalida governabilidade. É evidente que aqueles que estão buscando um emprego há anos acompanham com muito interesse essas discussões.
O desalento e a desocupação, termos usados pelo IBGE, também subiram. Agora somam cerca de 14 milhões de brasileiros. Os desalentados são aqueles que desistiram de procurar qualquer tipo de trabalho remunerado, ficam em casa, quem sabe ajudando nos afazeres domésticos. Os desocupados são aqueles que não têm oportunidade ou capacidade para sequer vender algo no "shopping trem", "shopping metrô", ou em alguma banquinha de rua. No entanto, ainda na tranquila Brasília, assistimos as idas e vindas para o início da tramitação no Congresso da Reforma da Previdência, motivadas por discussões que mais parecem cenas saídas de uma ópera bufa. Seria cômico se não fosse trágico. O senso de urgência dos governantes, antigos e novos, não tem nenhuma consonância com as necessidades do povo, para minorar sua miserável e degradante situação de vida. Simplesmente lamentável, o comportamento de nossos representantes!
O óbvio despreparo desses governantes caminha para uma nova marcha da insensatez, e gera, infelizmente, uma desesperança na maioria da população brasileira em relação ao seu futuro. E ela tem muitas razões para isso! Se as atuais expectativas econômicas para 2019 e 2020 se confirmarem, e não vemos motivos para que isto não ocorra, estaremos vivendo a pior década em termos de crescimento econômico de toda a nossa história. O Brasil necessita, urgentemente, retomar o caminho do crescimento econômico. Precisa gerar empregos de maneira consistente, positiva, aumentar sua população ocupada e alentada para um futuro esperançoso. Preparar suas gerações para o futuro e não ficar discutindo fumaça. Precisamos olhar para a frente, irmanados, juntos! Todos sabem que unidos somos mais fortes. Todos sabem que dividir é uma técnica maquiavélica de governar. Parar discussões idiotas é o primeiro passo para começar a se entender. Seja para o bem comum de uma família, seja em Brasília, para o bem da maioria da população brasileira. O Brasil é o país das oportunidades perdidas. Um dia a conta chega.

*Celso Tracco é escritor, palestrante e consultor – www.celsotracco.com