POLÍTICA

Saída de Blairo Maggi muda quadro político em Mato Grosso

A saída do ministro Blairo Maggi (PP) do processo eleitoral deste ano mudou o quadro político para as eleições de outubro, pois o ex-governador aparecia como uma espécie de juiz do processo, a impressão que se tinha era que as principais chapas, tanto na majoritária como nas proporcionais iriam passar pelo crivo de Maggi.
No caso, o desenho que estava se fazendo era que uma das cadeiras do senado, por exemplo, ficaria com o Maggi e de acordo com a coluna Panorama, o senador estaria articulando para que o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (sem partido) ocupasse o posto de candidato ao governo e com outra vaga aberta para senado para ser ocupada por Jayme Campos (DEM), neste desenho o grupo do governador Pedro Taques (PSDB) passaria a ser adversário, assim como os grupos de Wellington Fagundes (PR), Carlos Bezerra (MDB) e Percival Muniz (ainda no PPS) estariam também do outro lado do rio, como costuma dizer o jargão da política local.
O primeiro reflexo da saída de Maggi do processo foi dado dentro do governo Taques, o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) já tem deixado claro que o seu nome está a disposição para o senado, aproveitando o vácuo de Maggi. Fávaro poderia inclusive disputar no grupo de oposição a Taques.
Outra hipótese seria Fávaro disputar na chapar à reeleição de Taques, compondo a outra cadeira ao senado com Nilson Leitão, que é nome certo do PSDB ao cargo.
O ex-ministro e ex-deputado Neri Geller (PP) também se animou para a disputa, e também tem afirmado que sonha em ser candidato ao senado ocupando o posto e o espólio político de Blairo Maggi.
Nessa mesma linha está o ex-prefeito de Rondonópolis e atual deputado Adilton Sachetti, que já também colocou o nome para a disputa para uma das cadeiras em jogo na Câmara Alta. Sachetti, ao contrário de Geller e Fávaro, conta com o apoio irrestrito de Maggi e virou um favorito ao posto de pré-candidato ao senado.
O próprio Maggi disse na capital que de todos os políticos de Mato Grosso, o único que bancaria para uma eventual disputa é Sachetti.
Cidinho, que é o atual suplente de Maggi, por outro lado, já revelou que não vai entrar nessa briga. Cidinho foi o primeiro a saber que o Maggi está fora do jogo no ano que vem. Ele que é companheiro de passeios ciclísticos com Maggi em Brasília e Cuiabá, ouviu do Ministro a seguinte frase há uns 30 dias. “Peça para todos do nosso grupo procurarem outros afazeres em fevereiro de 2019, que eu não sou candidato”.
A decisão de Maggi, também animou as outras articulações ao governo. Wellington Fagundes, por exemplo, que sempre evitava falar em interesse em disputar a sucessão de Taques, abriu o jogo e disse que é pré-candidato ao governo e está buscando uma composição com partidos que estão fora do grupo de Taques, como o MDB, por exemplo.
Zeca Viana e Percival Muniz estão, em conjunto, montando uma articulação com Otaviano Pivetta, para também viabilizar um projeto.
Na cola, está Dilceu Rossato, ex-prefeito de Sorriso, que pode ser candidato ao governo pelo PSL, para garantir um palanque ao presidenciável Jair Bolsonaro. Rossato, tem ao seu favor, o fato de agregar ao agronegócio em torno do seu nome.
A saída de Blairo pode refletir ainda nos municípios polos como Rondonópolis. Sem o ex-governador na disputa e com Sachetti ao senado, pode ser abrir um verdadeiro boqueirão, para uma cadeira na Câmara Federal na região. Adilton, por exemplo, foi o mais votado para deputado federal nas últimas eleições, J.Barreto, o segundo mais votado, já declarou que não é candidato, apenas Bezerra, entre os nomes de maior envergadura estará na disputa, por esse quadro.
Diante dessa realidade, tudo indica que o senador José Antônio Medeiros e o vereador Fábio Cardozo podem entrar na disputa por uma cadeira na Câmara Federal, ambos com chances de conquistar os votos de Adilton e Barreto.

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