O governador Blairo Maggi (PR) foi enfático ao afirmar “que nem mesmo o presidente Lula” o convencerá de recuar da sua decisão de não disputar qualquer cargo eletivo nas eleições de 2010. Durante evento de lançamento do programa Segurança Cidadã, realizado na tarde de ontem, na Praça das Bandeiras, Maggi também destacou que está dentro do projeto do PT nacional e que poderá avaliar a possibilidade de assumir um ministério no governo federal. No ato, Blairo também classificou o PSDB de “elitista”.
A posição do governador leva por terra a esperança de membros da sigla republicana no Estado que esperam mudança de posição de Maggi em relação às eleições do próximo ano. Demonstrando certa compreensão com as críticas disparadas recentemente pelo senador Jayme campos (DEM) sobre sua condução política do PR, Blairo foi enfático: “acho que cada um tem o direito de escolher de que lado quer ficar. Só espero que se ficarem em outro grupo possam dar continuidade as políticas que nosso governo vem implementando, voltadas para a população”, desabafou se referindo a chance de o Democratas se coligar com o PSDB de Mato Grosso.
O chefe do Executivo estadual praticamente descartou a chance de o programa elaborado pelo DEM, denominado de Pacto por Mato Grosso, obter sucesso. No projeto, o Democratas trabalha com a meta de formar uma aliança com os partidos da base governista e com a participação do PSDB. Maggi por sua vez disse que “é muito difícil” a idéia dar certo.
O governador classificou ainda a política adotada pelos tucanos de “elitista”. “O PSDB é muito paulista”, destacou. Maggi disse ainda que respeita todos os posicionamentos dos partidos que já discutem o processo eleitoral do próximo ano. No entanto, reiterou que espera que o próximo governo, independente de sigla partidária, assuma compromissos voltados para a população, principalmente a mais carente.
Ao comentar sua relação com o Partido dos Trabalhadores, o governador destacou que sua aproximação com a legenda ocorreu de forma singela no pleito de 2002 e de maneira mais emblemática nas eleições de 2006 – quando apoiou no segundo turno eleitoral a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Maggi acrescentou ainda que só discutirá o processo eleitoral no momento oportuno, reiterando que as discussões são prematuras.
Maggi disse ainda que está mais preocupado no momento com a gestão do Estado e com o processo de fiscalização das obras em execução em Mato Grosso. O chefe do Executivo estadual acrescentou que dará mais vigor a política de vistoria dos projetos no interior, com o intuito de garantir a conclusão de todas as obras elaboradas durante seu mandato.
Em relação à Segurança Pública de Mato Grosso, o governador deu um “puxão de orelhas” na sociedade. Segundo ele, o Estado vem cumprindo o seu papel de melhorar o setor “mas cada um deve fazer a sua parte”.
SONIA FIORI/Diário de Cuiabá