A mãe da adolescente Isabele Guimarães Ramos, assassinada em um condomínio de luxo em Cuiabá, reagiu com indignação à notícia da liberação da garota que havia sido presa pelo crime. Patrícia Guimarães usou as redes sociais para criticar a decisão judicial e se disse aflita com a situação.
“Estou indignada, surpresa, aflita. Minha filha não foi morta com uma arma de gatilho simples, mas [com] uma arma, que teve quer ser municiada, alimentada e carregada e a atiradora era perita nisso. [Isabele] Foi morta sem qualquer chance de defesa! Desqualificar esse crime de doloso para culposo é inconcebível! Não vou me calar diante de tamanho absurdo", escreveu ela, na noite de ontem.
O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2020, na casa da família da acusada. A menor que teria feito o disparo foi apreendida dias depois e estava recolhida no Complexo Pomeri, também em Cuiabá.
Na ocasião, a menor acusada foi foi denunciada por ato infracional análogo a homicídio qualificado. De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o prazo de internação não pode ultrapassar o prazo de três anos e a manutenção deve ser reavaliada, no máximo, a cada seis meses.
A liberação da menor foi determinada pela 3ª Câmara Criminal do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso) , que "desclassificou" a sentença anterior da menor. Anteriormente a Justiça classificava o delito como homicídio doloso, em que há a intenção de matar. Mas o novo entendimento considerou que a ação foi culposa, quando não há intenção, mas há negligencia, imperícia ou imprudência que leva a morte.
A Assessoria do Tribunal de Justiça não forneceu mais detalhes, alegando que o processo corre em segredo de Justiça, por envolver uma menor sentenciada à internação por período máximo.
A mãe de Isabele já manifestou que preetende recorrer da decisão.
O CRIME
Isabele foi morta com um tiro de pistola 380, que perfurou a narina e saiu pelo crânio, na noite do dia 12 de julho. Ela havia sido convidada pela colega, que tem 15 anos, para fazer um bolo. As duas garotas moravam em um condomínio de Cuiabá e Isabele costumava frequentar a casa da amiga.
Há suspeita de que a cena do crime foi modificada. Duas testemunhas relataram, durante oitivas, que a limpeza do espaço em que o corpo estava — a suíte de um dos quartos do imóvel — era incompatível com o local de uma morte com tiro na cabeça, pois há grande derramamento de sangue.
Além disso, testemunhas relataram que a arma de onde partiu o disparo que atingiu Isabele não estava no local próximo ao corpo, e outros armamentos, que estariam em uma mesa, foram recolhidos durante a chegada do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Da Redação (com informações do UOL)