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domingo, novembro 24, 2024

Machtes dos jornas de hoje

O Estado de S. Paulo

DEM prepara expulsão do governador

A versão do panetone para famílias carentes não convenceu a cúpula do DEM e seus dirigentes querem o governador José Roberto Arruda fora do partido. A direção do DEM agendou para hoje à tarde um encontro com o governador José Roberto Arruda, quando ele vai tentar justificar as imagens gravadas e os documentos recolhidos pela Operação Caixa de Pandora, com indícios de um esquema de mensalão no governo do Distrito Federal. A investigação indica a coleta e distribuição de propinas pela base aliada, mas Arruda, orientado pelos advogados, quer transformar tudo em um "crime eleitoral". A investigação do mensalão do DEM envolve, além do governador, pelo menos mais quatro secretários e quatro deputados distritais. Por orientação do advogado de Arruda, José Gerardo Grossi, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, o secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffoni, negou no sábado que o vídeo em que o governador aparece recebendo R$ 50 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa e guardando o dinheiro numa sacola de papel fosse um flagrante de propina. Seria uma doação, recebida em 2005, para ajudar na compra de brinquedos e panetones destinados a crianças carentes. "Eu disse a ele (Arruda) que precisamos de provas, fatos, argumentos. Não queremos versões. O partido é realista. O partido se curva aos fatos. Os fatos são devastadores", disse o senador Demostenes Torres (DEM-GO), que conversou ontem com o governador por telefone.

Novo vídeo mostra aliados de Arruda escondendo dinheiro até nas meias

Novos vídeos sobre o esquema de corrupção no governo do Distrito Federal revelado pela Operação Caixa de Pandora aprofundam ainda mais a crise política que pode custar o mandato do governador José Roberto Arruda, do DEM. As cenas mostram deputados escondendo dinheiro nos bolsos e até nas meias. As imagens, gravadas com uma câmera escondida pelo ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, Durval Barbosa, apresentam os bastidores do chamado mensalão do DEM e a divisão do dinheiro que, de acordo com a investigação, era proveniente de propina paga por empreiteiras e prestadoras de serviço. Deputados e aliados políticos de Arruda aparecem em gabinetes do governo embolsando dinheiro e falando abertamente sobre o esquema. O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (DEM), aparece escondendo dinheiro nas meias e nos bolsos da calça e do paletó. Falta espaço na roupa do deputado para guardar os maços de notas de R$ 50.

Estatal fez caixa 2, indica dossiê

Um dossiê entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, indicam a existência de um grande esquema de caixa 2 montado na campanha do governador José Roberto Arruda (DEM), em 2006, com recursos da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), empresa ligada ao governo. A conta chega a R$ 57 milhões. Barbosa anexou aos documentos planilhas de despesas que teriam sido custeadas pela Codeplan durante a disputa eleitoral. Os papeis detalham a distribuição do dinheiro. Uma tabela mostra gastos entre 2004 e setembro de 2006, véspera da votação. A Codeplan teria pago, por exemplo, R$ 7 milhões para locação de um estúdio da campanha no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Mais R$ 2,9 milhões aparecem para a despesa com programas de rádio e televisão, R$ 635 mil para pesquisas, entre outros gastos.

Anotações esquecidas em TV dão rota do esquema

O Ministério Público do Distrito Federal tem em mãos desde meados do ano passado documentos com indícios de prática de caixa 2 e coleta e distribuição de propinas envolvendo o governador José Arruda (DEM-DF), secretários, deputados distritais e empresários. A prática era tão corriqueira que, logo após a posse de Arruda, em janeiro de 2007, o secretário de Obras, Márcio Machado, esqueceu em uma emissora local de TV três documentos – uma espécie de roteiro da corrupção mapeada agora pela Operação Caixa de Pandora. Márcio Machado foi à emissora para dar uma entrevista. Atendeu a um telefonema ao fim da gravação, tirou do paletó três papéis, consultou-os e saiu sem levá-los. Os documentos foram parar no Ministério Público.

Em 2001, ele pediu perdão após violação de painel

O governador José Roberto Arruda (DEM) é o sobrevivente do escândalo da violação do painel eletrônico do Senado, em 2001. Renunciou para escapar da cassação e se elegeu deputado federal pedindo perdão aos eleitores com o argumento de que "cometera um erro", mas "não roubara nem matara". Em recente entrevista à revista Veja, Arruda disse que é "impossível governar sem fisiologismo". Quando questionado sobre qual era é o seu limite em relação à fisiologia, ele respondeu: "É o limite ético. É não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição."

Comando do DF pode cair em mãos petistas

O desenrolar da crise política no Distrito Federal pode levar a Câmara Legislativa – que tem um terço de seus integrantes também envolvidos no escândalo de corrupção – a escolher o novo governador. É isso que determina a Lei Orgânica do Distrito Federal e a Constituição. Mas, se os cargos demorarem a ser desocupados, o governo do DF poderá "cair no colo" do PT. A depender do caminhar da crise, José Roberto Arruda pode se ver obrigado a renunciar ao mandato. O vice, Paulo Octávio, assumiria. Ocorre, porém, que o inquérito da Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora indica também o envolvimento do vice-governador.

OAB tem pedido de impeachment pronto

Está pronto o pedido de impeachment do governador José Roberto Arruda, que será feito pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF. Hoje, a OAB nacional decide se adere à decisão da Ordem do Distrito Federal e também assina o pedido de impeachment. A proposta será discutida em reunião agendada para hoje entre o comando da OAB nacional, liderada por Cezar Britto, e a OAB-DF, presidida por Estefânia Viveiros. "Trata-se da capital do País. Pode haver, sim, uma ação conjugada, até para mostrar unidade", disse Britto.

Filme ''é uma baita mentira''

Personagem no filme Lula, o Filho do Brasil, o sindicalista aposentado Paulo Vidal criticou o longa de Fábio Barreto, ao afirmar que o retrato histórico é "mentiroso" e tenta "mitificar" o presidente Lula. Após assistir à pré-estreia sábado, em São Bernardo do Campo, Vidal, que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos antes de Lula, disse que o filme depõe contra a realidade. "O retrato da inserção de Lula no universo sindical é uma baita de uma mentira que não tem cabimento", afirmou. Presidente do sindicato entre 1969 e 1975, Vidal no filme é Cláudio Feitosa, um sindicalista pelego que não representa a categoria e flerta com a ditadura. Feitosa é posto contra a parede por um Lula, ainda diretor, que exigia ser o sucessor. O ator que interpreta Lula chega a dar um soco na mesa. "Foi totalmente diferente", afirmou. "Entrar na minha sala e ditar regra? Mentira. Eu fiz o Lula presidente do sindicato. E não ele foi lá e ditou regra", completou.

UNE pagou por pesquisa a empresa de segurança

A União Nacional dos Estudantes (UNE) transferiu recursos públicos destinados à pesquisa sobre a história estudantil para a mesma empresa de segurança de Salvador usada para fraudar um orçamento de outro convênio da entidade estudantil com o governo federal. No dia 19 de dezembro do ano passado, a UNE repassou R$ 7,8 mil para a conta da MG Portaria e Limpeza, que tem como endereço uma sala em um pequeno sobrado na região da Baixa dos Sapateiros, na capital baiana. O dinheiro saiu da conta do convênio do projeto Sempre Jovem e Sexagenária, celebrado entre a entidade e o Ministério da Cultura em 2008.

O Globo

'Tem cara de caixa dois'

A cena do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), recebendo um maço de dinheiro em plena campanha eleitoral, em 2006, é um forte indício da prática do crime de caixa dois – ou seja, o uso de dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral. A avaliação é de dois ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): o presidente, Carlos Ayres Britto, e um dos ministros substitutos, Marco Aurélio Mello, que em 2010 assumirá uma cadeira de titular na Corte. Ambos também integram o Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Arruda alega que era doação de campanha. Ayres Britto lembrou que a Lei Eleitoral não permite doações em dinheiro vivo: as contribuições para campanhas devem passar por contas bancárias, exatamente para evitar o caixa dois.
– Dinheiro gasto para fins eleitorais tem que passar pelas contas dos partidos, ou dos comitês, ou dos candidatos. Em alguns casos, pelas três contas. A lei exige a identificação do dinheiro, a fonte, o valor, o destino. Na lei, é tudo às claras, para evitar o caixa dois – disse, completando: – Fui avisado, não vi as imagens do "Jornal Nacional". Mas tem cara de caixa dois.

DEM deve aprovar expulsão de Arruda

Depois de pressão da cúpula do DEM, o governador José Roberto Arruda marcou para a tarde de hoje reunião com um grupo de representantes do partido para apresentar sua versão sobre as denúncias de que comanda um esquema de propina e distribuição de mesadas a parlamentares aliados. O DEM tem pressa para tentar se livrar do problema. Será dito a Arruda que a posição majoritária entre os democratas é pela sua expulsão. Sem partido, Arruda não poderá ser candidato à reeleição e a nenhum outro cargo ano que vem, pois a legislação eleitoral exige a filiação pelo menos 12 meses antes do pleito. Integrantes do comando do DEM classificaram como "pífias" as explicações apresentadas por Arruda. Por isso, uma reunião da Executiva Nacional do partido será convocada para analisar o caso. Na noite de sábado, depois da exibição das imagens de Arruda recebendo um maço de dinheiro das mãos do então presidente da Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do GDF) Durval Barbosa Rodrigues, dirigentes do DEM fizeram uma reunião em Brasília. O consenso é que o material contra Arruda é demolidor.

Deputados enchem até meias de dinheiro

O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Leonardo Prudente (DEM) foi filmado por Durval Barbosa Rodrigues recebendo bolos de dinheiro, provavelmente originários de propina cobrada de empresas que participam de obras e prestam serviços ao governo do Distrito Federal. Prudente enche todos os bolsos do paletó e, não cabendo mais, ele começa a colocar maços de dinheiro nas meias. A imagem, exibida ontem pelo "Fantástico", da TV Globo, foi gravada em 2006 e é mais uma prova para a denúncia de Durval de que existe um esquema de propina e pagamento de mesadas a deputados da base aliada, comandado pelo governador José Roberto Arruda. Depois que fez a denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público, em outubro passado, Durval passou a gravar encontros desse tipo com autorização judicial.

Os diálogos gravados

Abaixo, trechos da gravação realizada pela Polícia Federal, em outubro. Após a publicação de reportagem no "Correio Braziliense", na qual o governador José Roberto Arruda disse buscar assessores honestos, Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do governo, comentou com ironia as declarações do governador.
– É desejo do Arruda antecipar uma lei que tem no Congresso, e tal. Sobre negócio de ficha limpa, né? Dizendo que para ser seu secretário, a partir do ano que vem (2010), que não pode ser indiciado nem processado. Eu falei, pô, e então vai ter que acabar com a ficha do Arruda, né? Vai ter que acabar com a do Maciel (José Geraldo, chefe da Casa Civil, afastado sexta-feira).
– Todo mundo responde – disse Durval.
– Cê assentou numa cadeira do serviço público, não tenha dúvida que não leva um ano e você tem processo nas costas – acrescentou o próprio José Geraldo Maciel.

UNE admite que atrasa prestações de contas

O presidente nacional da UNE, Augusto Chagas, refutou as denúncias divulgadas ontem pelo jornal "O Estado de São Paulo" de que a entidade teria fraudado convênios, forjado orçamentos e não teria prestado contas de recursos públicos recebidos desde 2007. Ele admitiu, no entanto, que algumas prestações de contas estão em atraso. Para o presidente da UNE, a acusação é mais uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais brasileiros.

Lula chora ao ver sua vida na tela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou mais ao saber da morte da mãe, dona Lindu, na versão apresentada na tela, do que seu personagem, interpretado pelo ator Rui Ricardo Dias. Com um lenço branco, ao lado da mulher, Marisa Letícia, e da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão, Lula enxugou as lágrimas e o suor do rosto, na noite de sábado, quando "Lula, o Filho do Brasil", foi exibido para uma plateia de 2.200 políticos, sindicalistas, parentes e jornalistas nos antigos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo. Lula teria ficado tão comovido com o filme que cancelou a entrevista, marcada para depois do filme, no fim da noite.

Folha de S. Paulo

Em vídeo, aliado de Arruda guarda dinheiro nas meias

Deputados distritais e aliados políticos do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), alvos da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, foram filmados recebendo dinheiro e guardando maços de notas em bolsas, bolsos e até dentro de meias. A Folha teve acesso ontem a mais três DVDs com imagens de distribuição de dinheiro gravadas por Durval Barbosa, ex-assessor de Arruda e colaborador da PF que entregou o suposto esquema de desvio de verbas públicas e arrecadação de propina de empresas para pagar despesas de campanha e distribuir recursos à base aliada do governador. Arruda também foi filmado recebendo dinheiro de Barbosa. Os vídeos, parte deles feita sem autorização judicial, foram entregues à PF, que faz a perícia, e integram o inquérito.

Pivô de denúncias é conhecido por grampos ilegais

Durval Barbosa, o colaborador da PF na Operação Caixa de Pandora, é homem familiarizado com escutas e gravações. Delegado aposentado da Polícia Civil, é muito mais que um policial acostumado com o uso da tecnologia em investigações. Apontado por políticos como autor de supostos grampos ilegais, Barbosa registrava a maioria dos repasses de dinheiro em áudio e vídeo – suas fitas atemorizaram quem se reunia sós com ele. "Sempre disseram que o dia em que Barbosa topasse falar, o mundo inteiro cairia", disse o presidente do PT-DF, Chico Vigilante.
No início do ano, o nome dele chegou a ser listado no relatório final da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas na Câmara como suspeito de monitorar o telefone da casa de uma procuradora.

DEM pode expulsar Arruda para evitar dano

Para reduzir danos para a imagem do partido, o DEM articula a expulsão do governador José Roberto Arruda (DEM-DF) caso ele não apresente explicações convincentes sobre a sua participação em um suposto esquema de pagamento de propina a deputados aliados na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A cúpula se reúne hoje com Arruda, mas parte dos democratas cobra ações duras para evitar que a crise no DF atinja o partido nacionalmente. "O partido lhe dá crédito, mas as acusações são preocupantes. Se as explicações são forem suficientes, aí partimos para a solução extrema, que é a expulsão", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Denúncias são "graves" e "consistentes", diz Kassab

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que as denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), filmado ao receber dinheiro vivo na campanha eleitoral de 2006, são "graves" e "têm consistência". Para o prefeito, seu aliado tem "obrigação" de dar esclarecimentos sobre o escândalo investigado por uma operação da Polícia Federal, a Caixa de Pandora. Kassab é presidente do Conselho Político do DEM e o ocupante de cargo no Executivo que hoje tem a maior projeção na sigla, mas alegou não estar a par das discussões partidárias sobre as denúncias.

Esquema começou na campanha e deu origem a "mensalão"

A campanha eleitoral de 2006 do governador José Roberto Arruda (DEM-DF) foi irrigada com pagamento de propina de empresas fornecedoras do governo, relatou à Polícia Federal Durval Barbosa, ex-colaborador do democrata. Segundo ele, o esquema deu origem ao "mensalão do DEM".
No inquérito da PF consta que o esquema de financiamento da campanha começou a ser montado em 2004 e foi até 2006. O cálculo é que o pagamento ilegal tenha sido de R$ 56,5 milhões no período.

"Perplexos", Arruda e vice negam acusações

Em nota divulgada ontem, o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), e seu vice, Paulo Octávio (DEM), também citado como beneficiário do esquema, negaram as acusações. Os dois se disseram "perplexos" com as denúncias e afirmaram que Barbosa agiu de forma "capciosa e premeditada", apresentando uma "versão mentirosa" dos fatos para prejudicar a administração. No texto, Arruda e Paulo Octávio afirmam que foram vítimas de um "ato de torpe vilania" e se declararam "indignados". Disseram confiar que a Justiça vá inocentá-los e condenam "açodados juízos que, muito mais que atingir o princípio constitucional da presunção de inocência, colocam em risco a soberania da verdade democrática".
O secretário de Ordem Pública do Distrito Federal, Roberto Giffoni, disse que Arruda determinou a abertura de processo administrativo para investigar as denúncias feitas pelo ex-secretário Durval Barbosa.

Palácio do Planalto ganha "puxadinho" que altera fachada de obra tombada

O Palácio do Planalto ganhou um "puxadinho" que descaracteriza a fachada da obra. Construído nos anos 1950, o prédio no qual trabalha o presidente da República está sendo restaurado desde o mês de março, mas somente agora as mudanças começam a ser visíveis. O bloco de concreto esconderá boa parte dos arcos que caracterizam o projeto de Oscar Niemeyer, o que gerou polêmica no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Venceu, porém, a tese de que a obra era necessária para garantir a segurança do presidente da República e dos demais usuários do prédio.

Correio Braziliense

Caminhoneiros à espera do PAC

Motorista de caminhão, Ricardo Gimenez, 51 anos, chegou a Brasília, na última quinta-feira, com a caixa de transmissão do veículo danificada. Ele vinha de Belo Horizonte, capital mineira, com a caçamba carregada de vergalhões. Com o valor ganho pela viagem, não conseguiria cobrir os prejuízos causados pelas más condições das rodovias que atravessou para chegar ao Distrito Federal. O experiente profissional — 33 anos de estrada — é testemunha e vítima do que os levantamentos obtidos pelo Correio indicam. Os investimentos em construção, adequação e manutenção de estradas sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) correspondem a 31% do que estava previsto para 2009. Mesmo se somados os restos a pagar — empenhos emitidos em exercícios anteriores, que só agora saíram do papel — o desempenho dos gastos do órgão não cobre o orçamento do ano. Chega a 70% do previsto. Os especialistas constatam: é pouco.

Sessão cheia de lágrimas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não resistiu. Chorou em várias cenas durante a apresentação do filme Lula, filho do Brasil, na noite de sábado, em São Bernardo do Campo(1). Ele assistiu ao longa na primeira fila, ao lado da mulher, Marisa Letícia, e de sua candidata ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil. Em vários momentos, o presidente era flagrado olhando para o teto, chorando emocionado. Dilma e Lula garantem que assistiram pela primeira vez, apesar de o diretor Fábio Barreto ter enviado com antecedência para o presidente, atores e políticos do PT cópias de DVD com o filme contendo marca d’água com o nome de cada um, inclusive do presidente, para evitar pirataria.

Nanicos só querem passar “mensagem”

Enquanto as brigas dos pré-candidatos à Presidência da República pelos maiores partidos brasileiros ganham os holofotes e tomam as discussões públicas, sinalizando parte do que serão as eleições de 2010, um time menos robusto e não por acaso com menos problemas internos já se articula para marcar presença no processo de sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São as chamadas legendas nanicas. Pelo menos sete delas devem lançar candidato ao Palácio do Planalto. Com ideologias quase sempre de esquerda, pouquíssimo tempo de televisão no horário eleitoral e, juntas, contando com menos de 1% do fundo partidário, elas mobilizam as bases para construir candidaturas próprias na corrida presidencial.

OAB avalia denúncias como “muito graves”

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, classificou ontem como “extremamente grave” a acusação feita pela Polícia Federal de que o governador do DF, José Roberto Arruda, comandou um suposto esquema de pagamento de propina que teria beneficiado ele, integrantes do primeiro escalão do Executivo e deputados distritais. Cezar Britto reúne-se hoje com a presidente da seccional da OAB-DF, Estefânia Viveiros, para tratar dos desdobramentos da Operação Caixa de Pandora. A entidade estuda entrar com um pedido de afastamento contra Arruda. Cezar Britto, que leu ontem as 780 páginas do inquérito policial, comparou o caso envolvendo o governador do Distrito Federal às denúncias de corrupção contra o ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000).

Oito deputados sob suspeita

Pelo menos oito dos 24 deputados distritais eleitos em 2006, além de dois suplentes, são citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF), como beneficiários de um suposto esquema de pagamento de propina em troca de apoio político ao Executivo. Essas citações constam de depoimentos, gravações de conversas do governador José Roberto Arruda (DEM) e do chefe da Casa Civil afastado José Geraldo Maciel, de depoimentos ou de vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e entregues à Polícia Federal (PF). No Executivo, também há muita gente sob suspeita de ter recebido dinheiro desviado de contratos firmados pelo governo com empresas privadas.

Aliados preparam debandada

No momento em que integrantes do governo tentam reunir forças para tocar uma administração dilacerada com o escândalo aberto pela Operação Caixa de Pandora, os partidos da base aliada começam a debandar. Duas legendas confirmaram oficialmente que estão de saída. O PDT e o PSB não querem mais vínculo com o GDF. A direção dos dois partidos se reúne hoje para discutir como se dará o rompimento formalmente. Outros partidos, como o PPS, sofrem pressão nacional para o desenlace.

Escutas resvalam em tribunal

Nas conversas gravadas pelos equipamentos da Polícia Federal (PF) na Operação Caixa de Pandora, o governador José Roberto Arruda (DEM) e o chefe da Casa Civil afastado, José Geraldo Maciel, citam relação do Executivo com dois magistrados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Os nomes dos desembargadores Romeu Gonzaga Neiva e José Cruz Macedo aparecem em diálogos de Arruda e Maciel, transcritos pela PF, com o ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, que responde a 37 processos no Judiciário local por formação de quadrilha, corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.

Dos jonaisde hoje

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