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domingo, novembro 24, 2024

Luiz Carlos da Silva Gonçalves – Prof. Pindu – De lavador de carros na infância e ativista mirim a Assessor técnico do União Esporte Clube

Natural de Cuiabá onde passou grande parte da infância e adolescência frequentador dos bairros Lixeira, Arraes e Praça da Mandioca. Pindu foi criado ao lado dos irmãos Carlos Augusto, Kleber Leite, Tânia Maria, Carlos Eduardo e Jorge Luiz, todos sempre tiveram o cuidado maior de sua saudosa mãe Conceição Silva cozinheira profissional, que procurou preencher logo cedo a ausência do pai Benedito Severino Gonçalves na educação familiar.
JFR: Diante da sua preocupação de ajudar a sua mãe e irmãos, qual foi a sua primeira atitude na infância?
Pindu: Comecei estudando na escola pública, e fui tendo mais conhecimento, sabia fazer contas tinha apenas 9 anos de idade, eu caminhava todos os dias cerca de 6 a 7quilômetros para chegar a escola. Na região em que nós morávamos havia sido montado um circo, quando eu saia da aula eu ficava durante algumas horas ajudando, repondo aguas para os animais comecei a ganhar uns trocadinhos que entregava para a minha mãe. Nesse mesmo período já com 11 anos de idade eu comecei a vender balinhas no período noturno.
JFR: Você sempre foi atraído para o lado do bem, e conheceu pessoas ilustres já na sua infância, fale um pouco sobre aquele período?
Pindu: Eu fui ativista mirim eu me solidarizei com um grupo de estudantes que queriam a instalação da universidade em Cuiabá, e na disputa estava Campo Grande, nós ganhamos, eu cuidava para que a chama da pira não se apagasse e deu certo. Aos 13 anos de idade mudei de função fui ser marmiteiro, momento em que conheci o hoje ilustre Dr. Guilherme Costa Garcia que naquele período era ainda estudante de Direito. Ele já trabalhava na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele me deu uma grande oportunidade passei a cuidar e lavar os carros de alguns funcionários da Assembleia e até de deputados. Lavava o carro do Afro Stefanini, do Rene Barbour, Emanoel Pinheiro (pai), Ubaldo Monteiro e os carros dos irmãos Vilas Boas quando eles chegavam do Xingu.
JFR: De que forma o serviço militar teve influência na sua vida?
Pindu: Eu servi no BEFRON “Batalhão de Fronteira” na cidade de Cáceres, no exercito aprendemos civismo e a ser bons cidadãos, responsáveis por nós mesmos e por nossa família, a respeitar e valorizar o próximo e a vida. O serviço militar influenciou minha vida muito positivamente, passei a me interessar mais pelo esporte.
JFR: Quem foi o seu ídolo no futebol e como se deu essa paixão pelo União Esporte Clube?
Pindu: Eu comecei a jogar bola em Cuiabá, mas nunca havia pensado seriamente em me tornar um jogador profissional, de certa forma no futebol o meu pai foi o meu ídolo ele foi um grande jogador de futebol, tinha uma semelhança no seu estilo atlético com o famoso ídolo nacional de então chamado Leonidas, era um bom cabeceador.
JFR: A partir de quando surgiu a oportunidade do seu ingresso no time do União?
Pindu: Na verdade a minha grande oportunidade surgiu quando nos anos de 1972 e 19747 eu disputei a Taça São Paulo, pelo Mixto mato-grossense. Em Fevereiro de 1975 cheguei em Rondonópolis a convite da diretoria do União Esporte Clube, foi uma ótima experiência por que eu jogava praticamente em todas as posições. Foi assim que eu fiz uma breve carreira como jogador no do União, onde joguei de 1975 a 1984.
JFR: Você continuou atuando na função de assessor técnico do União também na administração do saudoso prefeito Barreto como foi o seu trabalho naquele período?
Pindu: Eu fui convidado para dar assessoria esportiva na administração do saudoso prefeito Barreto, no período de 1989 a 2000 eu atuei como administrador do Estádio Luthero Lopes, quando ainda era onde é hoje o Atacadão. Na verdade quando Barreto estava em campanha fez uma promessa de remodelar o estádio, fazer uma grande e necessária reforma que já estava passando do tempo. Quando eu assumi pedi a presença de algumas máquinas e comecei a derrubar as arquibancadas e cabines de rádio que eram de madeira para que a prometida renovação pudesse acontecer. Quando as pessoas viram todo aquele movimento foram contar para o Rubson que era chefe de gabinete do então prefeito, ele se desesperou, botou a mão na cabeça e disse: “Não é possível o Pindu está demolindo o Estádio” o prefeito também se desesperou, mas depois deu tudo certo, era isso mesmo que tinha que acontecer e todos ficaram agradecidos pela reforma e o prefeito foi muito aplaudido e ovacionado no jogo da reinauguração
JFR: Para finalizar a nossa entrevista tenho duas perguntas: O que representa a família na sua vida, e a quem você gostaria de fazer um agradecimento?
Pindu: Conheci a minha esposa Soraia Barbosa Gonçalves em 1975 num baile na ABR em primeira mão enquanto dançávamos tasquei-lhe um beijo na testa, ela me soltou e fiquei sozinho no salão. Mas com muita paciência, um tempo depois começamos a namorar. Em 1978 nos casamos na Igreja Sagrado Coração de Jesus, hoje ela é professora aposentada tee um papel muito importante na educação em Rondonópolis. Temos três filhos, Mauro Sergio, Rodriguinho e Tais Carla. Temos quatro netos, Carol, João Paulo, João Vitor e Ana Vitória. A família é a base de tudo. Quero agradecer a todos que me apoiaram nesta maravilhosa terra de Rondon, ao saudoso amigo Barreto, ao vereador Dr. Helio Piccione do qual me orgulho de ser um dos seus assessores e a toda a minha família pelo carinho.

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