Juarez Costa deixa MDB após 30 anos e mira reeleição por novo partido

Juarez Costa, um dos políticos mais influentes do interior de Mato Grosso, anunciou sua saída do MDB após mais de 30 anos de militância. A decisão marca o fim de uma era ao lado do ex-deputado Carlos Bezerra, cacique político com quem construiu uma longa trajetória. Ex-prefeito de Sinop por dois mandatos, ex-deputado estadual e atualmente no segundo mandato como deputado federal, Juarez é reconhecido por sua atuação municipalista e pelo diálogo direto com o agronegócio — setores fundamentais em sua base eleitoral.

A saída do MDB representa não apenas uma mudança partidária, mas um reposicionamento estratégico com vistas às eleições de 2026.

A decisão de Juarez é consequência direta da dificuldade do MDB em montar uma chapa proporcional forte. Segundo ele, o risco de não reeleição é real, como ocorreu com Rosa Neide (PT) em 2022. Apesar de ter conquistado 124 mil votos — a maior votação para deputada federal no estado —, Rosa não foi eleita porque sua federação não atingiu o quociente eleitoral.

Com isso, Juarez vê no Republicanos uma possibilidade mais viável de garantir sua permanência na Câmara dos Deputados.

A reportagem apurou que, no fim de março, Juarez Costa se reuniu com o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, para discutir sua possível filiação. A negociação ocorre durante a janela partidária e deve ser formalizada no próximo ano.

O Republicanos, atualmente, é uma das siglas que mais cresce entre políticos ligados ao agronegócio e ao conservadorismo moderado — perfil que dialoga diretamente com a base de Juarez.

Em março, Juarez viajou com o vice-governador Otaviano Pivetta para visitar bases eleitorais no interior. A movimentação reforça a hipótese de uma construção política já em curso. Até o fim de abril, ele pretende se reunir com Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, para oficializar sua desfiliação.

Esse processo mostra que Juarez está organizando sua transição com antecedência, apostando em articulação política para garantir sua viabilidade eleitoral em 2026.

Fonte: Da Redação