Jovens vivem falta de oportunidades e perspectivas

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Representando quase 45% da população brasileira, os jovens possuem uma série de dificuldades nas mais diversas áreas de suas vidas. A principal delas, a que mais depende da participação do Poder Público, é o ingresso no mercado de trabalho, que faz com que esta parcela da nossa sociedade viva sem oportunidades dignas e sem perspectivas de futuro. Estima-se que pelo menos um em cada cinco desses jovens, hoje, nem estudem e ne trabalhem.

 

Esta realidade brasileira não é diferente do cotidiano da cidade de Poconé, que conta com sua juventude em grandes dificuldades. Falta oferta de cursos de qualificação, falta incentivo para o empreendedorismo, faltam opções de trabalho, falta um projeto por parte do Poder Público que ajude os jovens poconeanos conseguirem seu espaço ao sol.

 

Há duas alternativas aos jovens, diante deste cenário tão desalentador: ou seguem na condição de vítimas de uma sociedade excludente, se sujeitando a trabalhos menores e com sérias deficiências educacionais em relação a jovens de outras partes do país, ou se articulam e buscam a ocupação dos espaços de decisão, construindo assim um caminho que vise à redução desta situação.

 

Pensando na segunda alternativa, a mais acertada, é preciso que haja uma articulação entre os jovens da cidade. Ainda que de forma tímida, ao longo dos anos o Poder Público tem atendido as reivindicações desta parcela da população, abrindo espaços para que sejam discutidas, de forma séria e responsável, as dificuldades enfrentadas.

 

Em se tratando de Mato Grosso, uma vez que o município padece de maior articulação, há o Conselho da Juventude, que tem por objetivo justamente tratar da implementação de políticas públicas aos jovens mato-grossenses. Falando na esfera federal, nesta semana será realizada a 4ª edição da Conferência Nacional de Juventude, organizada pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).

 

Durante a conferência, serão escolhidos os integrantes do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), para o biênio 2020/2021, conforme determina a legislação aprovada em 2005. O tema da conferência este ano aborda justamente as perspectivas futuras para o jovem, que passam hoje por uma formação que não prevê o fato de que, por exemplo, a maior parte das carreiras que existem hoje estarão extintas até 2030.

 

O que fica claro, ao analisarmos a situação do jovem brasileiro, incluído a da juventude poconeana, é que os problemas existem são claros, conhecidos e de fato causam problemas e de que o Poder Público precisa urgentemente mudar sua forma de ação. Mais claro do que isso, apenas uma coisa: sem uma efetiva participação do jovem na tomada de decisão, que só ocorrerá com articulação, nada mudará.

 

 

*Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em Ciências Contábeis