Natural de Nova Guataporanga cidade do interior paulista, viveu poucos dias em sua terra natal, a família arrendou terras para o plantio em Mato Grosso do Sul, mais precisamente na cidade de Brasilândia. Seus pais Jonas José de Souza e Terezinha Elias de Souza tiveram 8 filhos, Elias, Maria, João, José, Carlos, Elza, Edith e Edna. Como geralmente acontece com as famílias que se formaram no interior de São Paulo e outros estados, todos os filhos se esforçaram para ajudar os pais na lavoura. E assim passaram a infância momento em que todos frequentavam a escola situação essa que se estendeu também para a adolescência e idade adulta.
Jornal Folha Regional: Na sua infância o senhor sonhava em trabalhar na área da educação?
Professor Elias: Na verdade as nossas condições na infância tinham um alto grau de dificuldade, a luta pela sobrevivência era muito grande. Digo que naqueles momentos nós não nos permitíamos sonhar com o futuro, e tivemos sempre um trabalho árduo o nosso pensamento estava somente na roça.
JFR: Diante desse turbilhão de dificuldades familiares pela sobrevivência, qual foi a sua atitude na adolescência?
Professor Elias: Quando eu completei 17 anos eu saí de Brasilândia e fui estudar na cidade de Panorama, que era mais avançada no setor educacional naquela região. Onde fiz o curso ginasial, posteriormente mudei para a cidade de Tupã e lá fui fazer faculdade.
JFR: O que lhe inspirou para optar a área do esporte, fazer o curso de Educação Física?
Professor Elias: O meu momento naquelas alturas já era outro, eu já tinha mais visão de vida e sempre gostei das atividades esportivas. Na faculdade conheci excelentes professores, foi um aprendizado que até hoje reputo como muito especial, uma preparação maravilhosa para a minha vida futura.
JFR: Depois de formado o senhor resolveu “ganhar o mundo” fale um pouco desse período pós formatura:
Professor Elias: Depois de formado eu fui para a cidade de Ji Paraná, no Estado de Rondônia, fui para começar as minhas atividades como professor de Educação Física, e lá permaneci por 5 anos. Eu havia casado na cidade de Tupã com Maria Pereira Salido, mãe do Walter Anacleto Souza e Vanessa Salido de Souza.
JFR: O que mais o surpreendeu nesse seu primeiro encontro com a realidade de um Estado que o senhor não conhecia muito bem?
Professor Elias: Foi um momento alegre e ao mesmo tempo de uma certa tristeza e preocupação, a miserabilidade em que vivam aquelas crianças uma grande pobreza, ver aquelas crianças naquela situação doía muito.
JFR: Depois dessa atuação em Rondônia, em que ano o senhor veio para Rondonópolis, como foi recebido no setor educacional mato-grossense?
Professor Elias: Eu cheguei nesta cidade em 1990, fiquei sabendo que em Mato Grosso abriria um concurso na área educacional, por isso vim imediatamente para cá fiz minha inscrição e passei. Desta forma recomecei minha vida nesta cidade que é para mim muito especial. Eu fui muito bem recebido por professores, alunos e pais de alunos, grandes amizades que me deram muita base para o meu crescimento como professor.
JFR: Quais as instituições educacionais que o senhor trabalhou em Rondonópolis?
Professor Elias: Trabalhei durante 1 ano na Escola Ramiro Bernardes, e posteriormente na Escola Domingos Aparecido onde me aposentei no mês de Março deste ano. Fundei aqui em Rondonópolis a Escolinha de Futebol Colina Verde, tenho um outro projeto que já dura 8 anos o “Projeto Atletismo” criamos a Associação de Atletismo de Rondonópolis.
JFR: Tem sido gratificante atuar na área do serviço voluntário especificamente no segmento esportivo do atletismo?
Professor Elias: Gostar do que faz é mais de meio caminho andado para a concretização dos nossos objetivos, e para se dar bem na vida. O meu trabalho é muito gratificante, hoje temos vários atletas rondonopolitanos que são lideres do ranking brasileiro de atletismo sub 20, sub 18 e sub 16. Cito como exemplo a Arielly Kailane Monteiro de 14 anos que é especialista em salto de altura. Temos ainda o jovem Rodrigo Vendramini líder do ranking 2016 em salto de altura.
JFR: Quantos atletas estão inscritos no projeto atualmente, e o que é mais necessário para que esse trabalho continue?
Professor Elias: O projeto conta hoje com 60 atletas inscritos nas diversas modalidades do atletismo, nós temos jovens de vários bairros e de várias escolas, inclusive de escolas particulares que participam integralmente dos treinos. Quero ressaltar que neste final de semana nós estivemos participando do campeonato estadual de atletismo na capital mato-grossense. A nossa base central é a Escola Domingos Aparecido dos Santos. Dentre as nossas necessidades mais urgentes cito a ausência de uma pista de atletismo, um ginásio poliesportivo, com piscina, basquete, voley e futebol de salão.
JFR: Para encerrarmos a entrevista, desde já agradecemos pela atenção, e a nossa ultima pergunta é com relação ao agradecimento, o senhor gostaria de fazer um agradecimento à alguém?
Professor Elias: Quero agradecer a direção da Escola Domingos Aparecido dos Santos pela acolhida e pelo apoio aos nossos atletas, muito grato pelo espaço.