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sábado, novembro 23, 2024

Jornalista de Rondonópolis estava na equipe da Jovem Pan hostilizada em Brasília, Fenaj divulgou nota

O jornalista rondonopolitano Bruno Pinheiro estava entre os integrantes da equipe da Jovem Pan que foi hostilizada hoje (15), em Brasília, por bolsonaristas em ato que contesta o resultado das eleições. As agressões ocorreram em frente ao Quartel General do Exército, na capital federal. Ele e os colegas (um cinegrafista e a repórter Luciana Verdolin) precisaram deixar o local sob escolta policial. Bruno Pinheiro passa bem e conversou com nossa equipe sobre o episódio.

“Foi horrível, eram centenas de pessoas. Não houve agressão física, mas teve dedo no rosto, na cara mesmo e muitos xingamentos. Agora passou, estou bem”, afirmou.

A confusão começou durante uma entrada ao vivo em que Bruno Pinheiro fazia um relato da manifestação antidemocrática realizada pelos bolsonaristas.

No vídeo abaixo é possível perceber que os manifestantes se revoltam quando o repórter informa que eles pediam intervenção das Forças Armadas como forma de invalidar o resultado da eleição presidencial.

“Eles se revoltaram após eu falar que eles queriam intervenção militar, foi isso que causou”, relatou Pinheiro.

A informação prestada pelo jornalista é correta. O pedido de intervenção vem sendo feito pelos defensores do atual presidente desde a confirmação da derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. Aliás, nas imagens divulgadas pela Jovem Pan, é possível ver manifestantes empunhando cartazes com a frase ‘SOS Forças Armadas’.

Bruno Pinheiro é considerado uma das revelações da imprensa mato-grossense. Filho de Rondonópolis, ele começou a atuar na área aos 15 anos comandando um programa de rádio. Depois foi repórter de emissoras de TV no município e também em Cuiabá, até ser contratado pela Jovem Pan para cobrir o noticiário em Brasília.

REAÇÕES
A agressão aos jornalistas foi repudiada pela imprensa nacional e internacional. Várias autoridades públicas também se pronunciaram condenando o ataque à livre atuação dos profissionais.

Entidades como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Federação Nacional dos Jornalistas emitiram nota afirmando que a hostilização dos profissionais de imprensa fere a Constituição e a democracia.

A nota da Fenaj também responsabiliza diretamente o Governo Federal pelo clima de intolerância e pela crescente falta de segurança para o exercício do jornalismo livre no Brasil.

Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pela Federação Nacional dos Jornalistas.

 

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) denuncia e repudia as agressões contra profissionais de imprensa, registradas nesta terça-feira (15/11),  durante a cobertura de atos antidemocráticos promovidos por apoiadores do candidato derrotado à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL).

A ação dos manifestantes contra o Jornalismo  fere a Constituição e a democracia, além de cercear o direito de trabalho dos jornalistas, profissionais responsáveis por levar informações credíveis à população.

Ao mesmo tempo em que condena a hostilização à categoria, a FENAJ  responsabiliza o governo Bolsonaro pelo cerceamento à liberdade de imprensa. Também cobra das empresas jornalísticas a adoção de medidas que possam mitigar os riscos de violência nesses eventos.

Desde o dia 30 de outubro, mais de 50 episódios de violência contra trabalhadora da mídia foram registrados em todas as regiões do Brasil. Essa escalada de agressões precisa cessar
 Por isso, instamos as autoridades municipais, estaduais e federais a adotarem ações urgentes para garantir o exercício livre e seguro do Jornalismo no país.

Brasília, 15 de novembro de 2022

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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