São Paulo, SP – A fauna e flora de Mato Grosso, principalmente o Pantanal, que tanto atraem turistas de todo o País e do mundo, são algumas das fontes de inspiração para os designers e ourives que estão expondo peças de joalheria no 3º Salão de Turismo, que termina neste domingo (22.06), em São Paulo.
A coleção TransPantanal, de artistas de Mato Grosso, tem peças trabalhadas em ouro, prata, pedras brasileiras, e o mais inovador no trabalho destes profissionais, a aplicação do couro de jacaré, criado em cativeiro, em colares, brincos, pulseiras, pingentes e outros adereços. Seis designers mato-grossenses estão expondo as peças no espaço ‘Jóias do Brasil’, organizado pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos e o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae).
Carmem Delamônica, Grace Figueiredo, Ricardo Martins, Ailton Gomes e Ângela Carvalho mostram no Salão do Turismo a riqueza dos cenários pantaneiros em composições que utilizam os mais variados elementos da fauna e flora para criar jóias que chamam a atenção pela delicadeza, originalidade e a forte relação entre a cultura e o turismo. Todos os profissionais integram a Associação dos Joalheiros, Indústria de Jóias, Empresários de Pedras Preciosas, Relojoeiros e Bijuterias de Mato Grosso (Ajomat).
O couro de jacaré, criado em cativeiro com autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está presente na maior parte das peças da coleção, mostrando a transversalidade entre duas cadeias produtivas em atividade no Estado e que contam com apoio do Sebrae.
“Ao desenhar nossa intenção é unir a cultura e o turismo em elementos únicos, agregando valor às peças e proporcionando a quem visita nosso Estado a chance de mostrar as nossas principais riquezas por meio de lembranças duradouras”, afirmou a designer Carmem Delamônica que trabalha as peças utilizando como base ou ouro e a prata, além de pedras brasileiras, e ainda o fio de náilon e ou couro de jacaré.
Ricardo Martins, ourives e designer há 20 anos, está surpreso com a receptividade que as peças obtiveram do público visitante. Ele inspira suas criações em um estudo iconográfico de Mato Grosso, desenvolvido pelo Sebrae. De desenhos ruprestres localizados no município de Sinop, na regiao Norte, ele desenhou anéis e pingentes. Utilizando o cristal fumê, encontrado em Nossa Senhora do Livramento, Ricardo criou outras peças que lembram um dos ícones da fauna pantaneira, o jacaré.
“As peças expostas aqui foram criadas especialmente para o Salão com a intenção de mostrar a nossa natureza por meio das jóias e as matérias-primas que temos em Mato Grosso, para desenvolver esse trabalho”, afirmou Ricardo.
Algumas peças da coleção TransPantanal, desenvolvida dentro do objetivo da Cadeia Produtiva de Gemas e Jóias para prospectar o trabalho de Mato Grosso no mercado nacional e internacional, foram expostas no Salão de Basel, na Suíça, em 2007, maior evento no mundo do setor joalheiro.
Materiais alternativos como o fio de náilon, sementes do Cerrado e da Amazônia, compõem as peças ao lado de metais nobres e pedras preciosas. Grace Figueiredo utiliza a aroeira, madeira resistente e eterna quanto os diamantes. Ângela Carvalho, o Núcleo Pacova de Artesanato em Sementes, de Tangará da Serra, utiliza sementes de frutos da Amazônia e agrega valor ao seu trabalho unindo sustentabilidade e beleza em uma mesma peça.
Redação SECOM
Jóias inspiradas na fauna e flora de MT são expostas em São Paulo
