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sábado, novembro 23, 2024

Joaquim Costa Aguiar, com a sua tradicional Peixaria do Nêgo

Nêgo, como é mais conhecido é em Rondonópolis é natural da pequena cidade no interior de Minas Gerais chamada Rubi, ele e seus oito irmãos Antonio, Abílio, José, Almerinda, João, Natali, Anadir e Ana foram criados na zona rural, onde aprenderam os princípios da honestidade, trabalho e respeito. Seus pais Tranquilino Costa e Maria Aguiar tiveram uma vida de intenso trabalho na zona rural. A vida de vaqueiro do seu pai Tranquilino era muito atribulada, ele se dedicava intensamente ao trabalho para não faltar o sustento da família, enquanto sua mãe Maria cuidava dos filhos e da casa.

Jornal Folha Regional; Uma grande maioria dos nossos entrevistados tiveram um início de vida na zona rural, como foi o início da caminhada de seus familiares na cidade de Rubi?

Joaquim; A vida no período da infância, era tranqüila, nós brincávamos muito, havia os períodos de estudo, meus pais eram enérgicos, mas bastante compreensivos. E assim fomos crescendo e cada vez mais aumentava o senso de respeito e responsabilidade.

JFR; Você conheceu o Estado do Paraná, naquele tempo viajar de um Estado para o outro era mais difícil, qual foi a sua experiência nessa mudança?

Joaquim; Os meus pais precisavam sair de Minas Gerais, para encontrar novos trabalhos novas oportunidades, mas ele continuou na profissão de vaqueiro, e trabalhou também na lavoura. Nós fazíamos tudo o que era possível para ajudar em casa. Nós continuamos os nossos estudos, e enfrentávamos também o trabalho na lavoura, nos lutávamos para melhorar a qualidade da nossa sobrevivência. Foram momentos muito difíceis, vivemos no Estado do Paraná durante 10 anos na cidade de Caiuá período em que a família se unia cada vez mais.

JFR; O que motivou a vinda dos seus familiares para Mato Grosso?

Joaquim; A motivação pelas mudanças era sempre a mesma, buscar uma melhoria para a família, esse era o sonho do meu pai. E assim decidiu ele na década de 60 viemos de mudança para Rondonópolis. Naquele período muitos sitiantes de outros Estados se encantavam pelos rumores de riqueza em Mato Grosso, e vinham interessados no ouro, prata e diamante. Alguns chegavam e compravam pequenos lotes de terras e transformavam em sítios onde criavam porcos, plantavam mandioca e desta forma começavam uma vida nova.

JFR; Quando os seus familiares chegaram a Rondonópolis qual foi o primeiro trabalho que deu sustentação aos seus pais e seus irmãos?

Joaquim; Com algumas economias que a família tinha, meu pai comprou um restaurante na Av. Amazonas, o Restaurante da Família. O movimento era razoável, o dinheiro era escasso, e nos ajudamos muita gente a nossa comida era generosa, nosso marmitex dava para muitas pessoas comerem. A nossa freguesia era bastante conhecida a cidade ainda era pequena, mas a nossa clientela foi crescendo e ganhou boa fama na cidade.

JFR; Mas logo veio a necessidade da mudança de prédio, ela foi favorável pra você?

Joaquim; Eu estava negociando uma mudança para uma casa na Av. D. Wuibaldo, e essa casa abrigava uma peixaria, o morador anterior me fez uma proposta, que ali eu poderia continuar com a peixaria, e naquele momento eu acabei aceitando. Hoje estamos no ramo há mais de 40 anos somos a peixaria mais antiga da cidade. A mudança foi muito favorável.

JFR; A mudança da Av. D. Wunibaldo para a 13 de Maio, melhorou o resultado nas vendas, a sua clientela hoje é bem maior do que antes?

Joaquim; Posso dizer que nós temos uma estabilidade que nunca tivemos, hoje estamos somente com a peixaria. Somos o maior distribuidor de peixes em Rondonópolis, a nossa distribuição é nos mercados da cidade, nos supermercados, restaurantes e bares. Distribuímos uma média de 2 mil quilos de peixes por semana, isso sem contar os nossos clientes de porta a porta ou seja que vem a peixaria para escolher os peixes e comprar. O desenvolvimento do nosso trabalho nos dias de hoje não se compara com o movimento de épocas anteriores.

JFR; Como é feito o atendimento aos seus clientes, em especial na semana santa, o período da Piracema chega a atrapalhar o seu movimento?

Joaquim; O atendimento é feito pela minha família, em casos especiais chamamos algumas pessoas que já estão no ramo para nos ajudar. A nossa função é armazenar peixes, ou seja estocar peixes para poder atende a demanda, hoje temos peixes de rio e peixes de tanque. O que nos ajuda no período da Piracema são os peixes de tanque, aproveitamos para aumentar o estoque para atender a demanda, a Piracema não nos atrapalha em nada. Temos vários tipos de peixes, o mais vendido é o Tambatinga, temos Pintado e Pacu tanto de rio como de tanque e temos também filés de vários tipos de peixes. Na semana santa o movimento triplica e temos que contar sempre com mais colaboradores, essa é uma boa rotina do setor.

JFR; Para encerrarmos esta entrevista você falou em família e se juntou à ela no trabalho, o que representa essa união?

Joaquim; Quero agradecer a minha esposa Neusa Maria Aguiar, aos meus filhos Silvano e Simone, aos meus colaboradores, e a todos os meus clientes em geral. A família na vida da gente representa tudo, e quando está unida o trabalho o resultado é sucesso.

JFR; Muito grato pelo bate papo, desejamos um crescente sucesso e muitas felicidades a todos.

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