Técnico em Eletrônica um dos pioneiros no setor em Rondonópolis trabalhou na construção da Praça Brasil e ainda nos dias de hoje contribui com o desenvolvimento da sociedade rondonopolitana.
Joaquim Carvalho de Oliveira é um cidadão simples e dedicado naquilo que faz, a construção também é uma das suas paixões, mas sobreviveu mesmo mais integralmente foi prestando os seus serviços na área do conserto de equipamentos eletrônicos. A reportagem do Jornal Folha Regional traz com mais detalhes para os nossos leitores um pouco do exemplo de vida do pequeno empresário.
Jornal Folha Regional: Qual a origem dos seus familiares?
Joaquim: Meus pais Benedito Carvalho de Oliveira e Adelaide Vieira de Oliveira (ambos in memorian) nasceram na cidade paulista de Andradina. Sempre trabalharam no meio rural, mas nunca se acomodaram, constantemente buscavam melhores condições de vida para toda a família. Tiveram três filhos eu Joaquim, João Carvalho e Geni Carvalho, foram tempos muito difíceis porém sempre superados pela amizade, carinho e muito amor. Todos nós nascemos também na cidade de Andradina.
J.F.R: Na busca dos seus pais por dias melhores você chegou a notar havia algumas inquietações ou até mesmo algumas indecisões?
Joaquim: Meu pai tinha uma visão melhor do que todos nós, a experiência dele naquele período já era muito grande. Naquele tempo o interior de São Paulo começava a ser intensamente habitado, e a concorrência não parava. O mais interessante que todos que trabalhavam no meio rural falavam muito bem de Mato Grosso, e finalmente em concordância com a família ele decidiu vir, mesmo tendo poucos recursos financeiros. Nós chegamos aqui em 1972 fomos morar mais precisamente na pequena Juscimeira onde nos instalamos na zona rural. Posteriormente mudamos para Rondonópolis, onde fomos trabalhar na fazenda do senhor Antônio Chaves.
J.F.R: Fale sobre a formação da sua família em Rondonópolis, esposa e filhos.
Joaquim: Tenho uma maravilhosa família, dois filhos Adriano Soares que é engenheiro de profissão e Cintia Thais advogada. Minha esposa Sueli Soares Carvalho sempre incentivou toda a família, e com isso vamos vencendo os obstáculos do dia a dia. Temos um neto Álvaro Carvalho com 5 anos de idade.
J.F.R: Como você conheceu e entrou de vez na profissão de Técnico em Eletrônica?
Joaquim: No ano de 1974 eu conheci o Instituto Universal Brasileiro, achei interessante havia vários cursos por correspondência, e eu me interessei pelo curso de Técnico em Eletrônica. O referido curso teve uma duração de dois anos e comecei a trabalhar. Estou no mesmo endereço há mais de 30 anos, pela minha oficina passaram pais, filhos e avós sem dúvida faço parte da história desta cidade que tanto amo.
J.F.R: O Rádio AM tomou conta do país nos anos 60, 70, 80 e 90 nesse período havia também as chamadas vitrolas e os rádios de longo alcance com pequenas antenas que faziam a diferença na longitude da captação e geração dos programas. De que forma você analisa essas décadas com os avanços das tecnologias atuais?
Joaquim: Os anos 80 e 90 foram os anos de ouro da comunicação radiofônica, em especial do Rádio AM, as pessoas traziam as chamadas vitrolas, rádios de longo alcance e gravadores para consertar. O movimento era muito grande o Rádio de cabeceira tinha o seu lugar garantido nas casas das pessoas. Após os anos 90 a situação dos técnicos em eletrônica começou a receber pouca demanda desses equipamentos, apesar de ter feito vários cursos de atualização, os equipamentos de hoje, em sua maioria contrabandeado da China tem uma péssima qualidade. Quase todos os equipamentos são descartáveis, os aparelhos que antes eram produzidos no Brasil sempre foram 100% mais qualitativos do que os importados.
J.F.R: Como você vê nos dias de hoje a profissão de técnico em eletrônica?
Joaquim: Eu lamento dizer que hoje a profissão de técnico em eletrônica está em extinção, mas tenho que reconhecer que em anos anteriores ela nos trouxe grandes alegrias. É uma profissão apaixonante, ver os sorrisos dos jovens, crianças e adultos após um aparelho consertado sempre foi muito especial, coisas que o dinheiro não compra.
J.F.R: Você trabalhou na construção da Praça Brasil, como foi essa experiência?
Joaquim: Foi durante o governo municipal do prefeito Zanete Cardinal, lançou a construção da Praça Brasil, foi uma colaboração especial, uma doação voluntária. Trabalhou também na obra o meu pai e o meu irmão. Rondonópolis está em nossos corações, é a melhor cidade de Mato Grosso.
J.F.R: O que você tem a dizer do Brasil de hoje, e por gentileza nos deixe a sua mensagem final:
Joaquim:O Brasil precisa realmente mudar, ou seja os políticos tem que mudar as suas atitudes, esse país é rico e maravilhoso. É preciso que as crianças aprendam dês de cedo a serem honestas, prestativas e trabalhadoras, a criança cresce rápido como a raiz de uma árvore. Assim os adolescentes compreenderão que a vida não foi feita exclusivamente para tirarmos vantagens em tudo. Muito Grato pelo espaço.