João Gomes dos Santos, tem uma trajetória de vida que engloba uma carreira invejável no setor da comunicação. Natural da cidade de São José do Belmonte no Estado da Paraíba atua nas rádios e nas televisões da nossa cidade, prestando assim a sua contribuição para a boa informação e o desenvolvimento da sociedade rondonopolitana.
Jornal Folha Regional: Como foi a sua infância em São Jose do Belmonte?
João Gomes: Eu vivi por poucos anos na minha cidade natal eu saí de lá muito pequeno, eu passei a minha infância e adolescência em Brasília. Foi uma infância normal sempre acompanhada pelo carinho dos meus pais Juvenal Gomes dos Santos, “apelidado de Paraíba” e minha mãe Constância Gomes de Souza Santos. Na década de 1960 havia um grande movimento nacional para a construção de Brasília que prometia a todos ser um novo “sol” para o país. Assim ele resolveu sair da Paraíba e mudar com a família para Brasília trabalhando na construção daquela seria a nova Capital do Brasil. Desta forma eu e minhas irmãs Fatima Gomes, que hoje é advogada e servidora pública e Maria Euzimar hoje funcionária pública aposentada passamos toda a nossa infância e adolescência em naquela cidade.
Jornal Folha Regional: Milhares de pessoas de vários estados da federação com suas famílias inteiras passaram a residir e trabalhar em Brasília na construção da então futura nova capital do Brasil. Os que lá chegavam com a sua mão de obra eram chamados de Candangos, seu pai Juvenal foi também um Candango?
João Gomes: Meu pai também foi um Candango, eles foram a maior mão de obra na construção de Brasília, e não levaram apenas a mão de obra para o Planalto, mas também foram responsáveis por levar para Brasília diversos costumes e uma produção cultural gigantesca. Muitas lendas, músicas e contos orais, foram passados de geração em geração que eram da terra natal dos candangos. Quando começou a construção de Brasília o termo Candango era tido como ofensivo, mas aos poucos o Candango se transformou no “Trabalhador de Brasília” que hoje é admirado em todo o Brasil e em vários países do mundo.
JFR: Você teve por um período cumprindo o serviço militar, onde você serviu?
João Gomes: Quando eu completei 18 anos, cumpri o meu período do serviço militar no Pelotão da Guarda Presidencial (QM) Cavalaria em Brasília. Sem dúvida é uma experiência que marca positivamente a personalidade de quem participou daqueles momentos.
JFR: Posteriormente a família do senhor Juvenal “Paraíba” resolveu mudar para Mato Grosso, mais precisamente para Rondonópolis quais os motivos dessa mudança?
João Gomes: Corria o ano de 1979 mais precisamente no final daquele ano nós viemos de mudança para Rondonópolis. Aqui já moravam os irmãos de meu pai, as condições de desenvolvimento nesta cidade também eram favoráveis. Meu pai era comerciante e aqui montou um pequeno comercio e estabilizou a família, logo eu e minhas irmãs começamos a trabalhar.
JFR: Como surgiu o seu interesse pela comunicação, rádio e TV?
João Gomes: Desde pequeno eu sempre fui apaixonado pelo rádio, era um sonho de criança eu me imaginava diante de um microfone, sonhava sempre que estava trabalhando em uma emissora de rádio. Ainda no final do ano de 1979 eu fui até a Rádio Juventude e lá estava tendo um curso para sonoplasta e vários segmentos da profissão dirigido por Claudine de Almeida e Paulo Moura. Lá estavam também o Paulo Jorge e o Vilmar Ferreira. Participei daquele curso, e ao final fui chamado pelo então diretor Claudine, que imediatamente me levou para conhecer o estúdio e as da Rádio Juventude. E assim comecei a trabalhar na profissão dos meus sonhos, foi uma grande emoção, um momento inesquecível da minha vida.
JFR: Você é um grande sucesso no rádio e na TV e atuou em várias emissoras, fale um pouco sobre essas alternâncias:
João Gomes: Inicialmente eu fiquei na Rádio Juventude durante 4 anos, posteriormente recebi um convite do então diretor da Rádio Clube Clóvis Roberto, e fui para o departamento de Jornalismo, onde trabalhei também como redator, apresentador e noticiarista. Eu fazia ainda os plantões esportivos que foi um grande sucesso. A Rádio Clube vivia um momento de grande expansão e tomou conta de toda a região sul do Estado de Mato Grosso e de outras regiões do país a exemplo de São Paulo, Paraná. Havia uma onda especial na Rádio Clube chama Onda Tropical pela qual a programação era ouvida também no Japão.
JFR: Você tinha consciência da importância da emissora e do seu trabalho na Clube?
João Gomes: A clube era a mais importante Rádio AM do Estado de Mato Grosso, todos os políticos do estado queriam marcar entrevista no jornalismo, tive a honra de trabalhar com este repórter que me entrevista Denis Maris. O saudoso diretor Antônio Carlos comandava o escrete do rádio, a equipe de narradores, repórter de campo era sem dúvida a numero 1 de Mato Grosso. Como disse eu fazia os plantões esportivos, e ficava muito feliz quando a equipe viajava para o Rio de Janeiro para transmitir grandes clássicos nacionais, ou então iam para o exterior transmitir jogos do Brasil. Eu sempre me orgulhei por ter trabalhado na Rádio Clube de Rondonópolis que infelizmente teve um fim que nos deixa triste.
JFR: Como você se situou dentro dessa sua trajetória entre o Rádio e TV ?
João Gomes: Falando ainda em termos de emissora radiofônica eu tive algumas idas e vindas entre a Clube e a Juventude. Na Rádio Clube eu fazia o programa Ronda Policial e na TV Manchete também, posteriormente fui convidado pela direção da TV Cidade e lá continuei com o programa policial num outro formato onde eu permaneço até hoje. Na Rádio Clube eu sentia falta de um programa voltado para a comunidade nordestina, então eu sugeri ao Antônio Carlos, que abrisse um espaço para esse estilo, e ele acatou imediatamente. Assim produzi e apesentei o programa Clube no Forró com um excepcional índice de audiência. Sou adepto do diferente, é preciso sempre criar algo diferente dos concorrentes, o que é novo e tem qualidade atrai a curiosidade popular que acaba culminando com o sucesso de audiência.
JFR: O que representa a família para o cidadão João Gomes?
João Gomes: Como muita gente já disse, não custa repetir: “a família é o esteio da sociedade,” quero ressaltar aqui com muita alegria os meus queridos filhos o Advogado Dr. André Luiz, Cristiane Gomes dos Santos enfermeira, Viviane Gomes formada em Administração, Érica Gomes Técnica em laboratório, Mariane Gomes concluiu a Faculdade de Física, e Jonatha Pablo.
JFR: Como foi a sua entrada na Câmara Municipal, e posteriormente a sua eleição para vereador?
João Gomes: Entrei no funcionalismo público como servidor no Legislativo em 1983 durante a gestão do presidente Miguel Ramos. A Câmara Municipal tinha as suas instalações onde é hoje o Museu Rosa Bororo.
Eu fui suplente do vereador Marcio Bertoni de 2005 a 2008, e posteriormente em 2009 fui eleito com 3.709 votos votação insuperável até os dias de hoje.
JFR: Para encerrarmos esta entrevista, desde já agradecemos a sua gentil atenção para com a nossa reportagem. Você acredita nas expectativas de mudanças que estão sendo divulgadas para o bem do país? A quem você agradece diante dessa sua trajetória de vida?
João Gomes: Não acredito, e não vai mudar por conta dos acordos políticos que são contrários ao trabalhador, inclusive na retirada dos direitos já conquistados pela classe trabalhadora. Nessa minha trajetória de vida eu agradeço especialmente o meu saudoso amigo Antônio Carlos, ex-diretor da Rádio Clube pelo grande apoio que ele me deu quando eu mais precisava.