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Rondonópolis
quinta-feira, novembro 21, 2024

João Batista Soares – Vereador Batista da Coder:

Da Infância Humilde na Vila Rondon, às Ações Comunitárias nos bairros da cidade incentivando os mutirões , à liderança do Executivo no Poder Legislativo rondonopolitano.

João Batista Soares, hoje vereador Batista da Coder, um dos mais respeitados legisladores rondonopolitano, desde a sua pouca idade já se dedicava as causas coletivas e sociais na Vila Rondon, expressando assim o seu dom de liderança que seguiria pela vida e se confirmaria pelas suas atuações na Câmara Municipal de Rondonópolis em apoio a população carente da maioria dos bairros de nossa cidade.
Jornal Folha Regional: Como foi a sua infância na Vila Rondon?
Vereador Batista da Coder: A minha infância junto aos meus pais, irmãos e amigos foi maravilhosa, grandes amizades que até hoje se perpetuam, foi uma infância tranquila apesar do lugar humilde e de poucos recursos tinha uma fartura de alimentos, nunca passamos fome, os meus pais tinham muita criatividade. Me lembro que todas as casas eram feitas de pau a pique, para quem não conhece são casas muitas vezes feitas com galhos secos de arvores, com parede de barro e com cobertura do chamado sapé ou palha e poucas tinham cobertura de restos de lonas. Nós não tínhamos luz elétrica, não tínhamos agua encanada era agua de poço, naquele tempo a vida era muito difícil. Nos dias de hoje as crianças já tem vários privilégios, estão com o celular na mão. No meu tempo de infância nós espetávamos as buchas que davam em arvores, arranjávamos pequenos pedaços de pau que eram espetados a elas, fazíamos que eram as vacas, os currais eram feitos com pequenos gravetos espetados no chão, desta forma nós brincávamos o dia inteiro. Pegávamos a lata de óleo para fazer carrinhos, furávamos a lata e fazíamos as rodinhas, a nossa imaginação e criatividade eram bem férteis, naquele tempo ninguém tinha condições de comprar um brinquedo.
JFR: Em que ano seus pais chegaram em Rondonópolis?
Vereado Batista da Coder: Eles chegaram nesta terra de Rondon na década de 1950, o meu pai João Nunes Soares e minha mãe Joaquina Teixeira Soares (ambos falecidos) eram mineiros da região próxima a Governador Valadares, uma cidade chamada Itambacuri, com eles vieram também para Rondonópolis um tio e uma tia. Era década de 50 eles viajaram de Minas para Rondonópolis num caminhão “pau de arara” ou seja um caminhão coberto com lona e bancos de madeira improvisados amarrados com arame. Contava meu pai que quando eles aqui chegaram atravessaram na balsa sobre o Rio Vermelho, imediatamente ele acampou na beira do Rio Arareau, montou um barraco e passou a residir ali com a sua família. A partir de então foram nascendo os filhos e a família foi aumentando cito aqui os meus irmãos Gerson Teixeira Soares, Moisés, Argemiro, eu Batista, Ananias, Evilázia, Clemência, Luciene, Maria do Carmo e meu irmão de criação Juvenal. Meu pai e minha mãe foram funcionários da prefeitura, meu pai foi gari e minha mãe também, ela entrou no mesmo serviço algum tempo depois. Eles foram o primeiro casal de garis da cidade de Rondonópolis.
JFR: Como era a Vila Rondon de antigamente?
Vereador Batista da Coder: Todas as casas eram feitas de pau a pique, para quem não conhece são casas muitas vezes feitas com galhos secos de arvores, com parede de barro e com cobertura do chamado sapé, ou palha e poucas tinham cobertura de restos de lonas. Nós não tínhamos luz elétrica, não tínhamos agua encanada era agua de poço nós tirávamos agua com um balde puxado por uma corda, naquele tempo a vida era muito difícil. Nos dias de hoje as crianças já tem vários privilégios, estão com o celular na mão. No meu tempo de infância nós espetávamos as buchas que davam em arvores, arranjávamos pequenos pedaços de pau que eram espetados e brincávamos o dia inteiro. Pegávamos a lata de óleo para fazer carrinhos, furávamos a lata e fazíamos as rodinhas, a nossa imaginação e criatividade eram bem férteis.
JFR: Com quantos anos o senhor começou a trabalhar?
Vereador Batista da Coder: Eu ajudava a minha mãe em casa desde os 7 anos de idade, comecei a trabalhar muito cedo, com 8 anos de idade, eu trabalhei no Hotel Luzitano do senhor Lima e dona Elza. Lavava a calçada do hotel, engraxava sapatos, e carregava malas sempre junto com o meu amigo Del Mini Peças que conhece também essa história. Naquele tempo o chão do hotel era de vermelhão, nós passávamos a cera a conhecida cera Colmeina, depois para dar brilho usávamos o escovão, nos finais de semana eu ia para um sítio aqui na nossa região para colher abacaxi. E assim eu trabalhei até os meus 13 para 14 anos, vendi muito picolé para ajudar os meus pais.
JFR: Quando começou a despertar o seu dom de pessoa comunitária, apoiando as causas mais urgentes das comunidades?
Vereador Batista da Coder: As coisas começaram a se firmar, quando eu passei a presidente da Associação de Moradores da Vila Rondon, eu estava com 16 anos de idade. O nosso bairro era muito carente, muito pobre, faltava tudo as senhoras lavavam as roupas e as aguas iam para o meio das ruas, precisava fazer encanamento, drenagem, colocar luz os padrões com postes de madeira e água. Eu e a nossa comunidade fomos passo a passo conseguindo as coisas para o bairro. Desta forma os moradores começaram a ter uma vida mais digna. Mas eu tive um grande apoio do Dr. Carlos Bezerra, em 1982 ele havia ganhado a eleição numa disputa histórica em Rondonópolis quando concorreu e ganhou de três candidatos. Eu ainda não o conhecia mas com coragem fui visita-lo e pedi que ajudasse o meu bairro que era muito carente, a partir de então foi montada a “ASMOVIC” Associação da Vila do Correio, o correio queria tirar todo o pessoal que estava residindo naquela área, e posteriormente montamos a “ ASMOVIR “Associação de Moradores da Vila Rondon. A vila tinha um banheiro público que era um canavial onde as pessOas faziam as suas necessidades, nós fizemos um banheiro para cada casa, o prefeito Bezerra nos deu o material e nos construímos em regime de mutirão, fizemos as galerias de aguas fluviais com drenagem, instalamos a luz elétrica e os postes. Na época eu fiz curso de pedreiro, e eletricista no SENAI para melhorar o meu desempenho nos mutirões, e acabei ensinando muita gente. Fizemos o encanamento com aqueles canos brancos antigos, hoje o bairro está maravilhoso, boas casas, agua, luz e todos os benéficos que a comunidade merece. Eu agradeço ao então prefeito Carlos Bezerra pelos apoios aos mutirões, e quando ele se elegeu governador do estado nos ajudou a adquirir o terreno ao lado do Correio.
JFR: O que o senhor destacaria como fato extraordinário que marcou a sua trajetória de vida?
Vereador Batista da Coder: Naquele tempo havia uma grande preocupação dos pais, quanto ao casamento, as famílias tinham muitos filhos quinze ou vinte filhos e todos trabalhavam para ajudar os pais. Quando algum filho casava era uma tristeza muito grande para a família, este era o pensamento, o filho que ajudava por consequência do casamento não ajudaria mais no sustento da casa. Meu pai foi contra o meu casamento porque eu ajudava em casa, e ele tinha o pensamento que se eu me casasse eu não ajudaria mais, e sairia de perto dele. Eu e minha esposa nos casamos bem jovens, e eu nunca saí de perto deles continuei sempre ajudando em casa, seguindo o princípio bíblico honrar seu pai e sua mãe.
JFR: Qual foi a sua primeira escola?
Vereador Batista da Coder: Eu estudei primeiramente no EEMOP, estudei o Ensino Fundamental no Marechal Dutra, eu nunca me esqueço que quando nós chegávamos a escola eu pedia a benção para a professora, e fazia isso de mãos juntas com todo respeito era um respeito de mãe e pai. Me lembro da professora Leontina, e da professora Rose, nos dias de hoje infelizmente vemos alunos pegando o professor pelo pescoço, professor com costela quebrada uma violência assustadora, agredindo chingando. Tudo passa pelo professor e pela educação é preciso ter muito respeito por essa categoria.
JFR: Qual e a o seu sonho de infância?
Vereador Batista da Coder: Nos meus 14 anos eu já jogava futebol, mas não era o meu sonho ser jogador, tinha os campinhos da beira do rio, nós pegávamos as tabocas e fazíamos as traves. Era o futebol da bola dente de leite, o primeiro time em que eu joguei foi no Santa Cruz da Vila Operária, time do jornalista Pedro Ribeiro.
JFR: Com quantos anos você começou trabalhar no município?
Vereador Batista da Coder: Eu comecei a trabalhar na prefeitura em 1984 e com 16 anos de idade eu já era funcionário público, Carlos Bezerra era o prefeito, eu fui logo trabalhar no pátio da prefeitura e lá conheci o Zé Carlos ele tinha se formado engenheiro fazia pouco tempo. Lá eu fiquei durante 18 anos trabalhando no pátio, e da prefeitura eu fui para a Coder onde eu trabalhei durante 5 anos. Eu fiz muitas amizades, aprendi muito foi na Coder que me rendeu o nome político Batista da Coder. Certo dia um senhor muito conhecido na cidade pelo apelido de Churrasquinho, tinha sido notificado para que construísse em curto prazo a calçada em frente à casa dele, ele ficou muito triste por não poder atender a notificação a curto prazo não tinha dinheiro para custear a aquela pequena obra. Ele resolveu falar conosco na Coder, reclamou muito e estava desesperado, ouvi aquele apelo e sinceramente fiquei comovido, naquele momento eu prontamente disse para os meus companheiros, enquanto os caminhões carregam para sair a serviço, vamos ajuda-lo ,vamos colocar três a paz de areia, duas a paz de brita e 10 sacos de cimento e vamos construir a calçada na frente da casa do Churrasquinho. Ele ficou muito feliz nos agradeceu muito e nos emocionou a todos, é preciso sempre enxergar as pessoas que estão mais próximas a nós e dar mais atenção a elas.
JFR: Fale sobre o seu atual momento de apoio voluntário e fraternal em favor da sociedade rondonopolitana:
Vereador Batista da Coder: Na cidade de Barretos no Estado de São Paulo existe o Hospital do Câncer, o qual nos ajudamos já há algum tempo muito antes de ser vereador. Muita gente de Rondonópolis faz tratamento em Barretos, lá tem a Casa de Apoio que tem ajudado muito os rondonopolitanos .Mantimentos para a subsistência da Casa em Barretos também são enviados daqui de Rondonópolis. Infelizmente há muitas pessoas que precisam desse apoio, o Hospital de Barretos é uma das maiores referencias na América Latina no tratamento do câncer. Nós fazemos um trabalho social, estendendo uma mão amiga para aqueles que necessitam, o câncer é uma doença que fragiliza toda a família. Eu fiz uma promessa no último pleito, que se eu ganhasse a eleição durante o meu mandato eu iria doar um carro para a casa de apoio em Barretos, um carro popular, e agora no mês de outubro estarei levando esse carro prometido. É um trabalho social que eu gosto de fazer, ajudar as pessoas. Tem muitas histórias de pessoas que saíram daqui de Rondonópolis para fazer tratamento lá, e pessoas até de fora do país, do Paraguai, Argentina e outros, todos procuram aquele hospital.
JFR: Como foi a sua entrada na política partidária?
Vereador Batista da Coder: Era um sábado, eu estava fazendo uma instalação elétrica na prefeitura, quando der repente chegou o Humberto que me disse: “O Zé Carlos quer que você seja candidato a vereador,” eu respondi de pronto a ele, não eu não tenho condições nem mesmo para fazer um santinho, e os meus irmãos já estão todos comprometidos com outros candidatos. Mas a situação realmente era de urgência, um rapaz que estava concorrendo pelo partido desistiu na ultima hora, e naquele dia seria realizada a convenção partidária, assim eu acabei aceitando o convite.
JFR: Qual o momento politicamente mais difícil que o senhor enfrentou?
Vereador Batista da Coder: Foi quando o prefeito Zé Carlos do Pátio foi cassado por uma coisa banal, na minha opinião foi perseguição. Foi um momento muito difícil para todos nós, eu acompanhei o Zé e fiquei ao lado dele naquele momento difícil. Foi uma grande injustiça o que fizeram com ele.
JFR: Para encerrarmos a sua entrevista antecipadamente agradecemos pela sua atenção: Qual a importância da família, e a quem o senhor gostaria de agradecer por ter lhe ajudado em algum momento de sua vida?
Vereador Batista da Coder: Família é a base de tudo, quero agradecer a minha esposa Francisca Paula de Jesus Soares, as minhas filhas Franciele Paula Soares e Gisele Paula Soares, tenho um neto Henry Vinicius Soares de Andrade, esta vindo um outro menininho. Eu quero agradecer ao prefeito Zé Carlos do Pátio por esse longo e bom tempo de caminhada construtiva, e ao Dr. Carlos Bezerra também pela longa e profícua caminhada sobre tudo nos mutirões que fizeram crescer essa cidade. Agradecendo também a todos os apoios que eu recebi de todas as comunidades dos diversos bairros da cidade.

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