36.1 C
Rondonópolis
quinta-feira, novembro 21, 2024

Jaime Cícero Amador Ferreira (Kiko) – Do trabalho na roça, a integrante da Guarda Mirim, Office-boy, Pastor evangélico a Suplente de vereador

O nosso entrevistado Kiko, transita na sociedade rondonopolitana com arrojo e desprendimento, sobretudo no apoio as entidades beneficentes e aos mais carentes. Ele cumpre suas inúmeras funções, dentre elas suplente de vereador e assessor parlamentar. Esta é uma oportunidade para que os nossos leitores conheçam um pouco mais deste talentoso cidadão mato-grossense.

Jornal Folha Regional: Como foi a sua infância, e como surgiu o apelido?

Kiko: A minha infância foi muito boa, com intenso contato com a natureza, muitos banhos nas aguas límpidas do Rio Arareau, brincadeiras com bola, muitos cajus caídos ao chão, muitas mangas, goiaba nós fazíamos a festa, foi um período de muitas alegrias e tudo que uma boa infância pede. Meu pai Jaime Alves Ferreira era lavrador, e minha mãe Maria da Glória nos ajudava no lar. Eu vim ao mundo de parto normal numa cama bem simples que as pessoas da época chamavam de “caminha de tarimba” em plena zona rural no Vale Rico município de Guiratinga. O apelido surgiu quando eu morava no sítio com os meus avós, e começou desde menino, na verdade eu não sei o por que e nem os motivos de terem me colocado esse apelido.

JFR: Ainda durante a sua infância houve algumas mudanças nessa sua trajetória de vida, fale um pouco sobre aqueles momentos: 

Kiko: Nós saímos do Vale Rico e fomos morar com meu avô Jesus Amador Ferreira na zona rural chamada Moreral em São José do Povo.  Lá eu fiquei até os 9 anos de idade, após esse período toda a família  veio para Rondonópolis.  Nós moramos nas imediações da igreja Bom Pastor um local em que nós chegavamos facilmente ao Rio Arareal, lembro- me que a ponte que liga a Vila Cardoso era provisória. Havia algumas tábuas amarradas com arame e cabo de aço a chamada ponte de pinguela, de onde nós pulávamos para nadar no Rio Arareau, nele as senhoras daquela região lavavam as roupas da família, num clima de alegria e felicidade. 

JFR: Como foram os seus primeiros anos escolares em Rondonópolis? 

Kiko: A primeira escola que eu e meus irmãos estudamos foi na D. Wunibaldo, onde eu fiz o primário, depois fiz o 2º. Ano. Hoje eu sou Pós-Graduado em Gestão Pública na Universidade Anhanguera, estudei Teologia para melhor servir a Deus e aos meus irmãos evangélicos.

JFR: Já na infância você começou a trabalhar em Rondonópolis quais foram aas suas ocupações? 

Kiko: Eu estava com 10 anos de idade quando comecei a trabalhar na parte da manhã, na parte da tarde eu ajudava as carretas no estacionamento da empresa Arroz Sucuri, onde eu ganhava alguns trocados. 

JFR: Qual era o seu sonho de infância? 

Kiko: Eu sempre gostei muito de futebol, naquela época não tinha as facilidades que temos hoje, ou seja alguém de olho vendo você jogar para posteriormente ser contratado por um time de grande expressão, assim como tem hoje as escolinhas de futebol. Já na minha adolescência entrei para a Guarda Mirim de Rondonópolis, fui instruído pelo senhor Teixeira. A Guarda Mirim me abriu um grande espaço na sociedade rondonopolitana, posteriormente com 13 anos de idade fui trabalhar na Equipocar com sonorização de autos.  Joguei futebol no time do União, naquela época tinha o antigo juvenil que era o sonho de toda criança. Fui jogador profissional, atuei no Tigrão da Vila e joguei também em outras cidades fora de Rondonópolis. 

JFR: Como surgiu o despertar para o seu trabalho de apoiamento comunitário e social? 

Kiko: Eu estava com quase 20 anos de idade, e sempre senti em meu interior uma vontade de fazer um trabalho voluntário que ajudasse sobre tudo as famílias mais carentes. No ano de 1993 eu estava desempregado e fui buscar uma cesta básica na Câmara Municipal, naquele momento eu recebi um apoio do meu amigo então vereador Antonio Medeiros, o Toninho Medeiros vereador que residia em São Jose do Povo, depois houve a emancipação de São José do Povo e ele foi eleito prefeito do novo município. Naquele momento por ter sido ajudado, me veio o impulso, uma necessidade interior de começar as minhas ações ajudando os outros, em favor da comunidade em geral. A partir de então entrei na Câmara Municipal naquela ocasião como funcionário contratado, onde exerci a função de Offici Boy, a Câmara era na Arnaldo Estavam onde é hoje o Museu Rosa Bororo. Naquele momento o presidente do Legislativo Municipal era o saudoso senhor Ananias Martins de Souza. 

JFR: Como se deu a sua trajetória política no legislativo rondonopolitano? 

Kiko: Através do incentivo dos amigos, que veio ao encontro do meu objetivo de participar da politica. Essa questão da militância política no social é um dom que Deus nos dá, e Deus me deu esse dom. Hoje eu sou 1º. suplente de vereador pelo partido PRTB, o mesmo partido do vereador Bilú e do Roni Cardoso. Em 2012 eu fui convidado sair candidato a vereador e depois em 2016. 

JFR: Como foi o despertar para a vida religiosa? 

Kiko: Eu sempre gostei de ler, conheci o evangelho, fiz Teologia e uma graduação em Gestão, estudei muito a Bíblia, e sempre com um profundo desejo de ajudar as pessoas. Hoje com a graça de Deus sou Pastor do Ministério o Pescador Sal da Terra. 

JFR: Qual a sua perspectiva na política daqui a partir de agora? 

Kiko: Nos dias de hoje eu estou muito focado em algo maior, ou seja na espiritualidade, a política envolve todo o contexto da vida, faz parte do dia a dia de todo o cidadão. Por isso estou abraçando mais a religiosidade, levar às pessoas aquilo que Deus tem colocado em meu coração. Colocar o reino de Deus em primeiro lugar, Jesus disse: “Busque o reino de Deus e sua justiça, e todas as coisas lhe serão acrescentadas” Entrego nas maõs de Deus, a ele pertence o meu futuro, maior é aquele que serve com a verdade e com honestidade. 

JFR: O que representa a família para o cidadão Kiko? 

Kiko: A família é a essência da vida, é a base fundamental para as convivências. Sou muito abençoado por Deus, agradeço a minha esposa Maria Edinalva, e os meus filhos Hafic Zacarias e Jaqueline Mikaeli, tenho dois netinhos Antoni Valadão e Antonela duas grandes bênçãos em nossa família. Um presente extraordinário que Deus nos enviou.  

JFR: Desde já agradecemos vossa gentil atenção para com a nossa reportagem. Para encerrarmos a nossa entrevista deixamos a nossa ultima pergunta: A quem você gostaria de agradecer por ter lhe apoiado em algum momento da sua vida? Deixe uma mensagem aos jovens da nossa terra:

Kiko: São muitas pessoas, uma delas é o meu amigo Alminedes Ribeiro Nogueira, o Lélo Brega, eu o considero como amigo, meu irmão, um paizão, uma pessoa que eu amo de coração. Durante a nossa caminhada nos somos ajudados por muitas e muitas pessoas, aqueles que nos dão a mão com simplicidade  e que nós talvez não valorizamos, tenha nos ajudado muito mais do que outros que a gente pensa que ajudou. Aquele que te dá um bom dia, te dá um abraço, um simples bom dia pode ser a melhor coisa que nos aconteceu naquele momento. A mensagem aos jovens, destaco o Livro de Eclesiaste, “Que o jovem experimente das coisas saudáveis da vida, que ele curta a sua força porque ela é temporária. Mas que ele tema a Deus, respeite a si mesmo e aquilo que Deus deu para ele, o dom da vida o ar que respira. Infelizmente nós vemos hoje muitos jovens com as pernas cheias de parafusos causados por acidentes. Outros se envolvem com drogas, bebidas alcóolicas, eu tenho um projeto para trabalhar com os jovens, queira ou não queira eles são o futuro do país. Os jovens precisam se encontrar, e se encontrar em Deus. Tudo é vaidade, o tempo passa e a carne se enfraquece, o jovem precisa amar a si mesmo.”

 

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO