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domingo, novembro 24, 2024

Intolerância: o mundo dividido em dois e o medo do radicalismo

“O 11 de setembro foi só o começo”. Esta frase dita pelo terrorista mais famoso dos últimos tempos, Osama Bin Laden, fundador nos anos 80 do grupo islâmico ‘Al-Qaeda’ e que foi morto em 2011 por soldados americanos que o encontraram escondido no Paquistão, foram lembradas nos últimos dias depois do atentado que matou 12 pessoas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo, de Paris, na França. Horas depois da tragédia, a Al Qaeda assumiu a autoria dos ataques e novamente acendeu o alerta vermelho do mundo contra este tipo de ação, que mais parece coisa de filme de Hollywood. Ocorre que agora, outra agremiação que aterroriza o mundo, o Estado Islâmico, abriu competição de barbaridades com o grupo de Osama, e logo em seguida um terrorista pertence a ela saiu atirando e matando inocentes em um supermercado judeu, também na capital da França. O estado Islâmico, na verdade, é praticamente um braço da ‘Al Qaeda’ e nasceu com objetivos parecidos, mas cresceu de maneira assustadora e atingiu nos últimos anos identidade própria, vindo não só a se desmembrar dos aliados de Osama, mas a rivalizar declaradamente. O que mais assusta quem está do outro lado do mundo, no ocidente, é que ambos, embora não mais juntos, têm o mesmo objetivo: combater a cultura ocidental nos países do Oriente Médio e ir muito além disso, estabelecendo um grande califado islâmico no planeta que teria a batuta de um suposto sucessor de Maomé. O ‘profeta’, aliás, satirizado pela revista francesa, assim como é Jesus Cristo e outras figuras religiosas por produtos humorísticos, foi a grande motivação que levou dois irmãos a matarem os cartunistas franceses, em um crime que chocou o mundo. O medo de uma guerra religiosa já toma conta de todas as partes da terra e a explicação é bem simples: os grupos radicais islâmicos, o que diga-se de passagem não podem ser generalizados com o Islamismo em si, crescem de maneira assustadora e ganham adeptos em todos os cinco continentes. Ao atrair jovens brasileiros, argentinos, americanos, europeus, asiáticos e africanos, o Estado Islâmico, por exemplo, não só expande suas forças como consegue infiltrar espiões dentro destes países que conseguem ter livre trânsito dentro daquele território pelo óbvio fato de ter nascido e ser um cidadão dele. A situação chegou em um ponto de periculosidade tão intensificado que líderes religiosos católicos, protestantes e de outras agremiações tiveram de aumentar sua segurança pessoal nos últimos dias por viverem sob constantes ameaças, como é o caso por exemplo do Papa Francisco, maior nome atual da Igreja Católica. A imprensa, exemplificada no caso da revista francesa, é um outro setor no qual os grupos radicais islâmicos abriram guerra declarada. Os principais jornais europeus e alguns americanos, como o The New York Times e o Washington Post, receberam ajuda de segurança até governamental para que seus jornalistas e demais profissionais pudessem ter a tranquilidade de trabalho. Os enviados para países como Síria e Iraque, territórios bases do Estado Islâmico, são monitorados a cada passo por forças de inteligência do governo, depois que vários jornalistas foram decapitados em vídeos que rodaram o mundo. Um tratado de paz parece realmente ser utopia neste momento, visto que o que move os guerrilheiros não é nenhum motivo puramente político ou social, como um simples pedaço de terra, mas é sim uma causa onde Al Qaeda, Estado Islâmico e outros grupos menores estão dispostos a entregar sua própria vida para corrigir um planeta totalmente ‘manchado por outras religiões e ideologias que não as suas’. A situação é mais grave do que parece, é mais enraizada e proliferada do que se imagina e o mundo se estremece de medo de uma possível outra guerra sangrenta. O c o r r e q u e pensando racionalmente, toda guerra custa dinheiro, como todo o mundo sabe. Estes grupos radicais islâmicos devem ter suas poderosas fontes de receitas para estarem cutucando onça com vara curta como estão. Desta maneira, é passível imaginar que se for do interesse de Estados Unidos da América e seus aliados que não ocorra algo catastrófico, já está na hora de descobrir quem está financiando tudo isto.

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