O caso do padre Volnei Weber, que foi ameaçado de morte e de linchamento em Rondonópolis, ganhou repercussão nacional. O site UOL, maior portal de notícias do país, e outros veículos de comunicação deram destaque ao episódio de intolerância religiosa que chocou fiéis nesta semana e é investigado pela polícia.
A reportagem do UOL confirma mostra as informações descritas no Boletim de Ocorrência Policial e já divulgadas pelo site Regional MT. O padre também concedeu entrevistas para emissoras de TV e disse ter ficado psicologicamente abalado com a situação.
“A gente não tem como ficar com medo quando é ameaçado de morte. É triste isso. Não deveria acontecer mas acontece. Não tem como não abalar psicologicamente a gente”, afirmou.
Volnei disse ainda que a situação é resultado da disputa política, mas considera que a situação não deveria causar esse tipo de reação em católicos que realmente desejam seguir o caminho de Jesus Cristo.
“Os ânimos estão exaltados e muitas pessoas não estão vivendo aquilo que pregam. Para nós que somos católicos, se temos fé, temos de propagar o amor. Foi sempre isso que Jesus propagou”, completou.
O CASO
Volnei Weber é pároco da Paróquia São José Operária, localizada na Vila Operária e uma das mais tradicionais do município. Ele virou alvo da ira de radicais da extrema-direita após a divulgação de um contrato de locação do salão da paróquia.
O espaço seria usado por aliados de Luiz Inácio Lula da Silva, na celebração dos 77 anos do ex-presidente e candidato a presidência da República. Após as ameaças, o bispo Dom Mauro Jardim solicitou que o contrato fosse cancelado e a comemoração acabou sendo realizada em outro espaço – no Centro de Eventos Tulipas.
A Polícia Civil já tem informações sobre a identidade de alguns dos autores das ameaças. O caso segue sob investigação e as informações já levantadas são mantidas em sigilo.
A imprensa nacional incluiu as ameaças ao padre na longa lista de agressões registradas ao longo desta eleição. Em Mato Grosso pelo menos uma pessoa foi assassinada por questões políticas. O crime ocorreu em Confresa, onde um trabalhador que apoiava Lula foi morto com dezenas de facas e golpes de machado por um adepto da campanha do atual presidente.
Eduardo Ramos – Da Redação
