Imprensa internacional destaca uso eleitoral do feriado nacional no Brasil

A imprensa internacional repercutiu a cerimônia de hoje, em Brasília, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil e citou a estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o tradicional desfile militar como um "evento de campanha" para as eleições presidenciais de outubro.
Segundo reportagem do jornal El País, da Espanha, "o presidente de extrema-direita pretende capitalizar o bicentenário, reunir uma multidão de seguidores nas ruas para desmentir pesquisas que o colocam atrás Lula e dar impulso definitivo em sua campanha".
Depois de participar do desfile militar na Esplanada dos Ministérios durante a manhã, Bolsonaro discursou em um comício em que atacou mulheres e pesquisas de intenção de votos, mas evitou embate com o STF (Supremo Tribunal Federal). Embora tenha evitado os conflitos, as falas do chefe do Executivo tiveram pedido de votos e seguiram tom de campanha eleitoral.
"Vamos convencer aquelas pessoas que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil", afirmou Bolsonaro.
O Washington Post, dos Estados Unidos, também seguiu a mesma linha do veículo espanhol e disse que Bolsonaro "tomou para si a missão de incentivar o patriotismo brasileiro, e cooptou as cores nacionais verde e amarela como suas".
"Ele preencheu sua administração com oficiais militares e buscou repetidamente seu apoio, mais recentemente para lançar dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do país", afirmou o jornal.
Já a CNN disse que, embora o 7 de Setembro seja um feriado nacional apartidário, "o presidente muitas vezes se refere a isso como um marco importante em sua campanha de reeleição, dizendo aos apoiadores que se preparem para 'dar suas vidas' nesse dia".
O site da emissora também classificou a estratégia do brasileiro como "uma escalada de retórica" até para o próprio Bolsonaro.
A agência Reuters, por sua vez, afirmou que o mandatário "misturou" desfiles militares do Dia da Independência com atos de campanha, citando críticas feitas por opositores à gestão dele.
Da Redação (com informações do UOL)