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sexta-feira, outubro 11, 2024

Ida de Bolsonaro à Aparecida teve confusão e críticas de religiosos

A passagem de Jair Bolsonaro (PL) pela Basílica Nacional de Aparecida na tarde deste feriado de 12 de outubro se transformou em agenda de campanha. Apoiadores do presidente hostilizaram a imprensa. Já o arcebispo Dom Orlando Brandes deixou um recado crítico para o presidente, ainda que sem citá-lo nominalmente. Outro padre disse em púlpito que "não era dia de pedir votos".

Durante a celebração da principal missa na basílica, pela manhã, o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, afirmou que é preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade. Bolsonaro, candidato à reeleição, não estava presente neste momento.

Embora o arcebispo não tenha citado nomes, não houve dúvida que o destinatário do recado era Bolsonaro. No ano passado, Dom Orlando Brandes criticou a política armamentista do governo, dizendo que "pátria amada não pode ser pátria armada". Já este ano, o arcebispo também falou aos fiéis sobre a importância do voto como exercício de cidadania.

Centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo atenderam ao chamado do presidente e compareceram a Aparecida.

Durante a tarde, do lado de fora da Basílica, apoiadores de Bolsonaro xingaram jornalistas da TV Vanguarda, da TV Aparecida, ligada à Igreja Católica, do SBT e do UOL. As cenas foram flagradas ao vivo e viralizaram nas redes sociais.

Bolsonaro desfilou na região da Basílica de Aparecida com o corpo para fora de um carro em movimento, com as portas abertas. Ao seu lado, estava o aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa o governo de São Paulo, também pendurado para fora do veículo.

Mesmo ao lado do templo que guarda a imagem da padroeira do Brasil, e onde era celebradauma missa, motos da PRF (Polícia Rodoviária Federal) que faziam a escolta do presidente ligaram as sirenes.

O carro onde estava Bolsonaro circulou bem devagar para que o candidato pudesse interagir com apoiadores, que o aplaudiam, enquanto seguranças corriam para acompanhar o veículo.

Às 14h, Bolsonaro participou de uma missa na Basílica. Depois que o presidente já tinha deixado o local, o padre Camilo Júnior afirmou em outra celebração que hoje, Dia da Padroeira, não era o momento de pedir de voto, mas de "pedir bênção" à santa.

A declaração do padre ocorreu durante a cerimônia de consagração solene a Nossa Senhora Aparecida. Parabéns a você que está aqui dentro e testemunha.

“Parabéns a você que está aqui dentro e está rezando, porque hoje não é dia de pedir voto. É dia de pedir benção", disse o padre Camilo Júnior.

Pessoas que trabalham na igreja mostraram contrariedade com a atitude de candidato dentro de um espaço religioso. Um segurança da Basílica balançou a cabeça em desaprovação quando o UOL perguntou o que achava da situação.

Apesar da presença de muitos apoiadores, também houve fiéis que reclamaram da atitude do presidente. Uns disseram que Bolsonaro estava se aproveitando da religião para pedir votos. Outros vaiaram e gritaram "Lula" — o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será o adversário de Bolsonaro no segundo turno.

 

Da Redação (com informações do UOL)

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