Aplicativo de motos quer ampliar ainda sua base no Centro Oeste

A seguir, entrevista com o CEO da Picap no Brasil, Diogo Travassos. Nela, ele explica o potencial da região Centro Oeste na estratégia de crescimento da empresa: "Ter uma base forte aqui, para a Picap, é algo fundamental na nossa estratégia".
P- Qual o impacto para a Picap com a entrada em operação em Goiânia e Campo Grande?
Diogo – Significa a continuidade de nossa estratégia, definida para 2020, de dobrar a participação da Picap no mercado nacional. Ano passado, começamos por São Paulo, Rio e Recife e, depois, ampliamos para Salvador e Fortaleza. Iniciamos o ano abrindo frentes em Manaus e Teresina. Agora, estamos vindo forte no Centro Oeste, pois creditamos muito no potencial da região como plataforma dessa ampliação. Trata-se de um mercado importante e de grande demanda por soluções de mobilidade.
P – E qual o potencial da região, neste caso?
Diogo – Ao escolher onde investir, é preciso olhar sempre tanto para o lado do passageiro quanto do motociclista. O Centro Oeste se destaca nas duas pontas, com um público que precisa de mais soluções de mobilidade, com agilidade e preço competitivo, e que busca oportunidades para geração de uma renda extra. É uma região com grande presença de motocicletas sendo usadas não só para entregas, mas como meio de transporte. O potencial aqui é enorme. Ter uma base forte aqui é, para a Picap, algo fundamental na nossa estratégia.
P- O que diferencia a Picap para os demais aplicativos de transporte de passageiros?
Diogo – Olhando para o passageiro, trazemos uma solução segura que dribla o trânsito, reduzindo os tempos de deslocamento em até 50% e com preços até 30% mais competitivos que demais alternativas. Olhando para o motociclista, a oportunidade de geração de renda é grande, ainda mais nesse momento inicial em que não cobramos comissão e o valor integral da viagem fica com ele. Olhando para a cidade e os não usuários, a Picap contribui para diminuir a poluição, descongestionar as vias e, com isso, aumentar a qualidade de vida inclusive de quem não usa o aplicativo. Acreditamos muito no potencial de impacto positivo em todas essas esferas.
Diogo – Enquanto modal de transporte de passageiros, pode contribuir muito para essa questão. Uma motocicleta ocupa muito menos espaço no viário do que um carro, com um consumo menor de combustível. É um grande desafio, que passa também pela integração com outros modais e com o transporte público. E as motocicletas fazem parte desse sistema, podendo contribuir para os usuários mas também para os não usuários, reduzindo a presença de carros nas ruas e até ajudando indiretamente a tornar o transporte público mais eficiente, confortável e humano.
P – A empresa pretende manter 100% do valor da corrida com os motociclistas até quando?
Diogo – Não temos um prazo definido para isso, nossa visão é mais de longo prazo. Estamos priorizando amadurecer o mercado, crescer nossa base e conseguir trazer nossa plataforma para cada vez mais pessoas. O lucro virá como consequência desse amadurecimento. Em algum momento vamos cobrar um percentual, mas adianto que será algo ainda bem mais favorável do que os demais aplicativos oferecem, como já aconteceu em outros mercados que atuamos na América Latina.