O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, disse na última quarta-feira (20), que é preciso "mais imprensa e mais jornalismo" para combater notícias falsas.
Ele discursou em Brasília na abertura de um seminário sobre o impacto social, político e econômico das chamadas "fake news", do qual também participaram o presidente Michel Temer e os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"As eleições no Brasil serão um exemplo de higidez democrática, exemplo de moralidade e de ética na politica brasileira. Para notícias falsas, nós precisamos de mais imprensa e mais jornalismo", disse Luiz Fux no encontro, organizado pela Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão).
O ministro afirmou que a difusão de notícias falsas causa "dano irreparável à candidatura alheia". Fux declarou que o TSE "está municiado para enfrentar as fake news".
Para isso, o tribunal atua na área de inteligência dos órgãos públicos e conta com apoio de marqueteiros, partidos políticos, Ministério Público Federal e Polícia Federal.
“Mais importante para o Tribunal Superior Eleitoral é atuar preventivamente do que repressivamente. Ainda segundo Fux, as fake news "poluem o ambiente democrático".
"Sempre deve haver uma checagem, não só leitura do título da matéria, mas o seu contexto e acima de tudo aquela checagem profunda antes do compartilhamento que acaba difundindo a fake news”, afirmou o ministro.
Temer
O presidente Michel Temer disse que a "imprensa livre e a democracia são irmãs siamesas".
Segundo Temer, a liberdade de imprensa é um “pilar essencial da democracia” e é preciso “defendê-la e até cultivá-la”.
"Sociedades que valorizam a livre divulgação de ideias são mais fortes e mais dinâmicas", disse o presidente Michel Temer. "A desinformação não é uma informação. Se é desinformação ela não está protegida pelo texto constitucional", disse o presidente.
Eunício e Maia
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) afirmou Eunício afirmou que informações falsas divulgadas em especial nas redes sociais podem servir para “devastar” candidaturas nas eleições deste ano.
Segundo ele, uma mentira publicada pode macular uma reputação e levar anos para se recuperar o dano causado. “As redes sociais funcionam como uma imensa câmara de eco que em notícias fantasiosas repercutem com força extraordinária”, afirmou o senador.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que as fake news vão além das informações falsas. Segundo ele, a prática também envolve notícias “construídas” a partir de dados sobre o público que consome as notícias no dia a dia.
“Seu uso [das fake news] em outros processos eleitorais demonstra a força desse instrumento de pressão[…] A força dessa técnica de convencimento não deve ser menosprezada”, disse Maia.