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quinta-feira, outubro 10, 2024

Francisco de Assis da Silva – Do trabalho rural ao carrinho de espetos – Espeteiro Da Caixa D’agua um dos pioneiros no ramo

Nascido em Rio Verde Goiás, filho único do lavrador Mauro Porfírio de Barros e de Maria da Conceição profissão cozinheira, desde pequeno lutou pela sobrevivência trabalhando de sol a sol nos sítios da região para ajudar o seu pai. A escola era distante, e passou por muitas dificuldades para ter acesso a educação, mas a vida lhe ensinou a ser aguerrido, e a não se curvar diante dos obstáculos.
Jornal Folha Regional: Quais as lembranças que você tem da sua infância?
Chiquinho: A nossa vida na roça, nos sítios da região de Rio Verde era muito atribulada, tudo era muito difícil, mas nós sempre tivemos força de vontade para fazer muito mais do que as pessoas esperavam do nosso trabalho. Através do serviço braçal nós aprendemos a ter paciência, ser perseverante e a respeitar as pessoas.
JFR: Mudar de Goiás para Mato Grosso foi bom pra você?
Chiquinho: Foi muito bom vir para Mato Grosso, cheguei aqui em Rondonópolis em 1970, fiz essa viagem juntamente com o Pedro Benfica, que se tornou um dos mais conhecidos medidores de terra da nossa região. Logo fui trabalhar em uma fazenda da região, o serviço nunca me assustou, mas tinha muita gente que não respeitava os trabalhadores, e o ambiente começava a ficar desfavorável. Foi o que aconteceu comigo fiquei por pouco tempo, e acabei desistindo do trabalho braçal.
JFR: Como surgiu a ideia de trabalhar como espeteiro?
Chiquinho: Depois de ter saído da fazenda eu recebi um dinheirinho a mais e guardei, certo dia andando pelas ruas da cidade, mais precisamente passeando no bairro Caixa D´agua e na esquina onde hoje é o Sanear havia um carrinho de espetinho e algumas pessoas em volta. Fui logo conversando com algumas pessoas que estavam presentes ali, e a pessoa que comandava o carrinho era o Joaquim, naquela época ele já era famoso em Rondonópolis, todos conheciam o ”Espetinho do Joaquim.”
JFR: A proposta da venda do ponto do Espetinho do Joaquim partiu dele, ou foi você quem fez a proposta de compra?
Chiquinho: A proposta de compra foi minha, eu vi naquele ponto uma oportunidade para um recomeço na minha vida, já que o movimento já estava feito e os clientes aumentavam cada vez mais. A princípio ele exitou em me vender, mas eu acabei insistindo, comprei o carrinho do Joaquim com o ponto e paguei Mil Cruzados. Depois de algumas semanas ele retornou ao ponto querendo desfazer o negócio, essa situação me deixou desconfortável por algum tempo, depois encarei tudo com normalidade.
JFR: Você se lembra em que ano começou a trabalhar com espetinho?
Chiquinho: Eu comprei o ponto em 14 de Julho de 1992, no dia seguinte já estava trabalhando, com o decorrer do tempo eu tive que fazer uma mudança, o carrinho ficava na calçada do lado esquerdo da D. Pedro com a Ponce de Arruda, eu me instalei na calçada do Sanear, ou seja subindo a D. Pedro II no lado direito só mudei o lado da esquina.
JFR: O que representa a família na sua vida?
Chiquinho: Estou sempre com os meus filhos Carlos Rodrigues da Silva e Rodrigo da Silva, eles são pessoas maravilhosas.
JFR: Quais os maiores frequentadores do Chiquinho Espeteiro nesses últimos tempos?
Chiquinho: Eu tive grandes frequentadores, a exemplo do Carlos Bezerra que chegava com uma multidão de pessoas, o saudoso advogado Dr. Wilian Dias. Os amigos da imprensa estão sempre presentes, o pessoal das rádios e das televisões, as pessoas do comércio em geral. Em nome do Danilo e da Simone quero agradecer a todos os funcionários do Sanear.
JFR: Como você se sente trabalhando com o espetinho, que hoje está próximo de completar 26 anos de atividade, e o que a cidade de Rondonópolis representa pra você?
Chiquinho: É uma maravilha, aqui eu faço muitas amizades, eu adoro os meus clientes é de pai pra filho, e também os netos já estão chegando. São famílias inteiras que apreciam o nosso produto, que temperamos com muito amor. A melhor coisa do mundo é fazer amizade, aqui vem pessoas de todos os segmentos da sociedade rondonopolitana, eu tenho muito orgulho de ser espeteiro. Viver em Rondonópolis é muito especial estou neste ponto há 26 anos e continuo fazendo novas amizades, esta cidade é tudo para mim.

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