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domingo, novembro 24, 2024

Francisco Costa de Souza – De vendedor de produtos artesanais a líder comunitário e fundador dos CONSEGS em Rondonópolis

Natural do Estado do Ceará, mais precisamente da cidade de Campos Sales veio ao mundo em uma região rural chamada Sitio João Bezerra. Vamos conhecer um pouco mais desse cidadão vendedor que se tornou líder comunitário, o popular Chico Costa que muito tem contribuído para o desenvolvimento comunitário em Rondonópolis.
Jornal Folha Regional: Como foi a sua convivência durante a infância na localidade João Bezerra no Ceará?
Chico Costa: Meu pai Antônio de Ferreira de Souza, era tropeiro e constantemente saia da região rural para a cidade com a carroça carregada de mantimentos, arroz, feijão, milho e de lá trazia sal, açúcar e vários produtos que os moradores do Sitio João Bezerra precisavam para sobreviver. Ele fazia o intercâmbio rural e era muito feliz naquilo que fazia. Minha mãe Maria Costa de Souza, atuava no lar e mantinha toda atenção para que não faltasse nada para os filhos, eu e meu irmão Manoel Bibiano de Souza.
JFR: Quais as suas maiores recordações de infância?
Chico Costa: Na verdade, eu fui criado por um cidadão de nome Bibiano Martins de Souza, uma pessoa extraordinária, que eu considero sempre como um segundo pai. Desde a infância eu sempre fui preocupado com os laços familiares, fui conhecer o meu pai legítimo aos 18 anos de idade. Meu pai legítimo me ajudou muito me orientou, ajudou a traçar os caminhos da minha vida. Aos 10 anos de idade entrei para a escola cheguei até a 4ª. série do ensino que hoje é chamado fundamental. A minha mãe Maria Costa de Souza tinha descendência portuguesa e italiana, o meu tinha uma descendência de índios. Quando eu completei 19 anos fui conhecer a minha avó, mãe do meu pai uma índia com 105 anos de idade totalmente lúcida e saudável. Essa é a mais forte lembrança que eu tenho até hoje que começou no meu tempo de infância.
JFR: Como se desenrolaram as suas atividades no decorrer da vida até chegar aqui no Estado de Mato Grosso na nossa querida Rondonópolis?
Chico Costa: No final de 1969 eu estive em São Paulo capital, fui com aquela ilusão e sonho de todo o nordestino de vencer na vida naquele grande centro. Mas eu não gostei da cidade fiquei lá durante alguns dias. De fui para Minas Gerais para a cidade de Governador Valadares, de lá fui a cidade de Juiz de Fora onde comecei a trabalhar numa empresa chamada Crediário União de Bordados. Nessa empresa eu fui representante comercial, e comecei a minha carreira de vendedor.
JFR: Como você avalia a profissão de vendedor, que você começou aparentemente por acaso?
Chico Costa: A profissão de vendedor abriu as portas para os meus sonhos, eu queria conhecer novos lugares novas cidades, eu sempre fui arrojado, mas nunca tive orgulho e nem mania de grandeza. O diretor da empresa chamado Chiquinho Dalila me fez o convite para representar a empresa em Belém do Pará onde fiquei durante um ano. Era a vida que eu queria, eu sempre gostei de desafios, em Belém do Pará surgiu um outro convite, desta vez para Mato Grosso.
JFR: Em que ano você chegou a Rondonópolis?
Chico Costa: Eu cheguei nesta querida cidade de Rondonópolis no dia 8 de Janeiro de 1971, e logo me hospedei num hotel que hoje não existe mais, o Hotel da Sogra na Av. Cuiabá. EU sempre amei o serviço comunitário não sei viver sem ele, ressaltando que esse hotel ficava bem na esquina onde é hoje o Banco Bradesco, em tempos recentes era uma agência do Santander. Mas eu precisava ir a capital mato-grossense e fui na Marechal Rondon num estabelecimento que vendia de tudo, o Bar do Roxinho fui perguntar o horário do ônibus e o moço disse: “A baleia sai as 8hs” eu me espantei e comecei a rir, pensei o homem esta de brincadeira comigo, depois descobri que a Baleia era também o nome da empresa.
JFR: Nesse período em que você está aqui em Rondonópolis muitas realizações aconteceram fale um pouco sobre esses eventos:
Chico Costa: Eu estou em Rondonópolis nesta idade maravilhosa há 48 anos, gosto muito da música do Olímpio Alvis “Rondonópolis” nas minhas veias também corre um Rio Vermelho. Aqui em Rondonópolis eu trabalhei durante 8 anos na profissão de vendedor, em 1988 eu tive a minha primeira participação no Conselho Comunitário das Associações de Moradores.
JFR: Em 1988 você começou a se entrosar e a se destacar como liderança comunitária, como aconteceu essa escalada, foi por acaso?
Chico Costa: Deus me deu essa missão de ser líder comunitário é a minha grande paixão na vida, em 1989 me tornei presidente do Bairro Jardim Ipanema e lá permanece por três mandatos. Aquela região era muito carente, não tinha postes nas ruas a noite era uma escuridão, os moradores pediam um posto de saúde, e na medida do possível e com o apoio da comunidade e do poder público as coisas foram acontecendo e o bairro evoluiu. Em 2001 fundei a UNISAL “União das Associações de Moadoress da região da Vila Salmen, fato que ocorreu juntamente com um grupo de comunitários dentre eles o vereador Adonias. Os bairros Pedra 90, Ana Carla e Parque Universitário não tinham agua e nem luz elétrica.
JFR: Fale um pouco sobre a criação dos Consegs – Conselho Comunitário de Segurança?
Chico Costa: A sociedade rondonopolitana em suas comunidades precisava se organizar também setor segurança, foi então que em 28 de Maio de 2004 foram criados os Consegs do Distrito de Vila Operária e na região Salmen. Hoje estou atuando como vice-presidente do Comando Central do Conseg e temos como presidente o companheiro Valdir Farinha. Atuo também no cargo de diretor regional da União dos Consegs de Segurança Pública de Mato Grosso.
JFR: Para encerrarmos esta entrevista desde já agradecemos a sua atenção: O que representa a família para o Chico Costa, e à quem você gostaria de agradecer?
Chico Costa: A família é a grande célula da sociedade, do primeiro casamento eu tenho quatro filhos: Erinalda Costa, Antônia Edivânia, Ademar Costa e Francisco Ednaldo. Tenho 9 netos, no segundo casamento com Iracelda Gomes temos 2 filhos João Paulo e Clelia Keli. Eu agradeço aos meus familiares, ao Valdir Farinha, Rubens Pereia, Toninho do Guarujá, Adonias Fernandes, José Pedrassa e a todos que nos ajudaram a desenvolver o nosso trabalho em benefício das comunidades rondonopolitanas.

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