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sexta-feira, novembro 22, 2024

Fórum Sindical diz que vereador agiu com covardia e se solidariza com família da vítima

O Fórum Sindical, que reúne representantes de sindicatos que representam os servidores públicos vinculados ao Executivo estadual, divulgou nota ontem (05) manifestando solidariedade à família do agente de segurança socioeducativo, Alexandre Miyagawa. Conhecido como Japão, o agente tinha 41 anos e morreu após ser baleado pelo vereador cuiabano e Tenente-Coronel reformado da PM, Marcos Paccola (Republicanos). A nota cobra uma apuração rápida e transparente do caso.

“O Fórum Sindical dos Servidores Públicos do Poder Executivo de Mato Grosso se solidariza com a família da vítima e ao mesmo tempo cobra das autoridades (policiais, judiciárias e Ministério Público), o devido processo legal que puna o autor do crime para que atos de impunidade não sejam corriqueiros e passíveis de perdões”, diz a nota.

Os sindicalistas afirmam que as imagens do crime captadas por câmeras de vigilância (veja abaixo) indicam que o agente foi atingido pelas costas, não dando à vítima qualquer chance de defesa. Eles também lembram que o vereador já é investigado pela Justiça por outros homicídios e consideram que a situação remete às execuções promovidas durante o governo nazista, na Alemanha.

“As cenas compartilhadas nas redes sociais e meios de comunicação nos reportam às atrocidades nazistas que vitimavam pessoas inocentes de todas as idades. As imagens deixam evidente que o Vereador Tenente Coronel, reformado da Polícia Militar de Mato Grosso, matou o trabalhador em situação de covardia, de forma premeditada e atirou no propósito claro de executar com todo requinte de crueldade”.

O Fórum pede ainda que a Câmara de Vereadores de Cuiabá abra uma investigação própria visando o afastamento permanente do vereador. 

PROTESTO

Também ontem o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo (Sindpss) realizou um protesto em frente à Câmara de Cuiabá pedindo providências em relação à permanência do vereador Marcos Paccola. Os manifestantes foram recebidos pelo presidente da Casa, Juca do Guaraná.

Durante o encontro o presidente do Sindpss, Paulo César de Souza, entregou um documento solicitando que o Conselho de Ética do Legislativo abra uma investigação para avaliar a cassação do mandato do de Paccola.

Familiares do agente Alexandre Miyagawa também participaram do protesto e pediram Justiça.

“Para mim foi muito difícil. Está doendo porque ele (Alexandre) era tudo pra gente. Era um homem carinhoso, era de paz e não merecia isso não”, disse Élia Miyagawa, mãe do agente

VÍDEO

Em reportagem divulgada na edição de hoje o jornal A Gazeta revela resultado de uma análise realizada a pedido da reportagem no vídeo que registrou o homicídio. Segundo ele, as imagens não sustentam a tese de legítima defesa apresentada pelo vereador Marcos Paccola.

Na explicação feita ao jornal, o perito destaca que as imagens antes da execução mostram que Alexandre tinha os braços relaxados ao longo do corpo e em momento algum empunhou a arma em posição de ataque que pudesse colocar em risco a segurança ou a vida de terceiros.

“Quem vai atirar segura a arma com as duas mãos, fato que é de conhecimento de profissionais da área de segurança pública”, afirmou o perito, que já atuou junto a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

A morte de Alexandre Miyagawa ocorreu por volta das 19h30 da última sexta-feira (01), no meio de uma rua do bairro Quilombo, na capital. Apesar das evidências contrárias, o vereador Marcos Paccola afirma que agiu em legítima defesa. O caso segue sob investigação policial.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

 

 

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