O impeachment da presidente Dilma Rousseff que agora tramita no senado é mais um ensinamento que a democracia do Brasil está tentando passar. Vale lembrar que essa não é a primeira vez que isso ocorre em nosso país e mostra que a influência do povo nas ruas mexe com os parlamentares e com toda a sociedade em geral.
No caso de Dilma estamos vivendo uma espécie de Fla-Flu da política, onde cada um defende o seu ponto de vista com uma paixão digna de futebol. Clubismos à parte é chegada a hora do país se definir.
Há quem diga que é um golpe, que Dilma está sendo afastada do cargo por uma estratégia política e que a mesma não cometeu crime de responsabilidade e desta forma não haveria motivos para que a mesma fosse impedida pelos congressistas brasileiros.
Essa tese é ainda reforçada pelo fato de que a Câmara dos Deputados é comandada pelo peemedebista Eduardo Cunha e que o mesmo estaria a serviço do vice-presidente Michel Temer que na opinião de um grupo configuraria em golpe.
Por outro lado, existe uma posição em que a presidente Dilma realmente cometeu crime de responsabilidade neste segundo mandado, no evento conhecido como pedaladas fiscais e de quebra colocou o país mergulhado em uma profunda crise financeira aliada a uma recessão em que não há qualquer previsão de recuperação do país. Esse grupo, que hoje é maioria na Câmara, entende de forma clara que a única saída para o país é realmente o impedimento de Dilma.
O que chama a atenção é como será o comportamento dos dois grupos a partir de agora quando a discussão passa para o Senado e na verdade como será o respeito da população pela decisão que for tomada. O que está claro é que dificilmente a presidente Dilma vai renunciar mesmo sabendo que pode perder no Senado como fez o ex-presidente Collor em 1992, quando abriu mão do cargo.
Caso o grupo do PT saia vencedor dessa batalha no senado e o impedimento não ocorra a população vai precisar entender e dar apoio ao atual governo, mesmo o grupo que é contra a Dilma vai precisar apoiar a presidente.
No entanto, caso a tese do impedimento saia vencedora no Senado, o grupo do PT também vai precisar ter compreensão e apoiar o novo governo, pois o que estará em jogo não será mais a guerra política de coxinhas e petistas e sim o destino do nosso país.
Sem apoio, nem Dilma e nem o próximo governo vai sobreviver essa crise, portanto é hora de dar fim a essa guerra nas ruas e pregar a união pela governabilidade e para que o país enfim possa sair dessa crise, independente de quem esteja no poder.