Apenas 12% das famílias brasileiras demonstram estar totalmente comprometidas com a educação de seus filhos, revela pesquisa feita pelo Ibope e pelo Instituto Paulo Montenegro divulgada recentemente. Encomendada pela ONG Todos Pela Educação e outras cinco organizações não governamentais, a pesquisa considerou mais de 2.000 entrevistas com pais, mães e outros responsáveis por estudantes de 4 a 17 anos.
O estudo envolveu famílias de alunos das redes pública e privada matriculados no ensino básico, que engloba desde a educação infantil até o ensino médio. Além disso, foram entrevistados moradores de áreas urbanas e rurais de todas as regiões do país. O objetivo do levantamento é medir o vínculo dos adultos com os estudantes e o grau de valorização da educação por parte das famílias. A partir das respostas, elas foram divididas em cinco grupos, de acordo com o nível de preocupação com a educação demonstrado. Além do grupo de pais comprometidos (12%), a pesquisa identifica os de envolvidos (25%), vinculados (27%), intermediários (17%) e distantes (19%).
De acordo com a ONG, o primeiro grupo, dos pais considerados comprometidos, reúne aqueles que demonstraram se importar com todas as questões que envolvem a vida escolar dos estudantes, desde os aspectos mais básicos, como cobrar frequência nas aulas e conferir o dever de casa, até questões que vão além da escolarização formal. Eles também incentivam o diálogo em casa e passam mais tempo com seus filhos. Nesse grupo, 98% dos pais ou responsáveis afirmaram acompanhar a frequência na escola, 91% disseram considerar a opinião da criança ou jovem e 79% afirmaram que conversam e trocam bilhetes com os professores sobre o desenvolvimento de seus filhos na escola.
Em seguida, aparece o grupo dos envolvidos, que concentra 25% das famílias e se caracteriza por pais que valorizam o papel da escola na vida das crianças, mas que dedicam pouco tempo para atividades culturais ou esportivas na companhia de seus filhos. Já o grupo dos vinculados, que corresponde a 27% dos entrevistados, age de maneira oposta: tem alto grau de envolvimento com os filhos, mas não valoriza a escola com a mesma ênfase. O quarto grupo, dos intermediários, representa 17% das famílias e se caracteriza por pais que não reconhecem sua importância no desenvolvimento dos estudantes, deixando a tarefa apenas a cargo das escolas.
Por último, aparece o grupo dos pais considerados distantes, que são o extremo oposto dos comprometidos, e reúnem índices mais baixos de envolvimento e valorização da educação. Esse perfil se caracteriza principalmente por pais que não se relacionam com a escola e dão pouco espaço para o diálogo com seus filhos. Além disso, segundo a pesquisa, apenas 37% dos entrevistados ajudam na organização do material a ser levado para a escola e somente 20% afirmaram conversar com o estudante sobre os potenciais talentos e preferências que têm.
Fonte: Veja