A falta de servidores para a limpeza criou um novo hábito entre os estudantes da Unemat em Rondonópolis. Eles estão realizando mutirões regulares para limpar as salas que ocupam provisoriamente na Escola Estadual Professora Stela Maris Valeriano da Silva, no bairro Edelmina Querubim.
Nesta semana o trabalho foi realizado pela recém implantada turma de jornalismo. Mas mutirões idênticos já foram realizados pelos alunos do curso de Direito. Muitas vezes o trabalho tem também a participação de professores e servidores da administração.
Estudantes ouvidos pela reportagem explicaram que se voluntariaram para o serviço para amenizar os problemas causados pela sujeira.
“Não dá para estudar numa sala suja, com lixo acumulado. Isso atrapalha a aprendizagem e pode até comprometer a saúde”, disse um aluno.
André Ávila, que cursa o 7º semestre do curso de Direito, também participa dos mutirões. Segundo ele, a falta de limpeza contrasta com o padrão das aulas e professores oferecidos pela Universidade.
"O sentimento é de tristeza. Temos um estudo de qualidade, contudo o ambiente não está favorável visto que não há limpeza da sala, os corredores estão sempre sujos, as lixeiras cheias de lixo. Os banheiros também deixam a desejar, pois não passam por manutenção no período noturno. É preciso que se tenha uma ou duas pessoas fazendo a limpeza, proporcionando assim um ambiente à altura do tamanho da Instituição UNEMAT”, destaca Ávila.
SEM SOLUÇÃO
Os cursos em Rondonópolis funcionam através de parcerias com a Prefeitura e também de recursos alocados por deputados estaduais. Porém os últimos acordos não previram a contratação de equipes de vigilância e serviços gerais (limpeza).
Os problemas começaram há cerca de dois anos, período em que os alunos tinham aulas à distância por causa da pandemia. Com retorno das atividades presenciais a situação se agravou e os alunos decidiram assumir a responsabilidade de forma voluntária até que a reitoria e os parceiros resolvam o problema.
A situação é do conhecimento dos diretores da Unemat, do Governo do Estado, da Assembleia Legislativa e também da Prefeitura de Rondonópolis.
Em fevereiro deste ano a direção do campus de Alto Araguaia, responsável pelos cursos em Rondonópolis, chegou a enviar um ofício comunicando a situação ao prefeito José Carlos do Pátio, ao reitor Rodrigo Zanin e também ao diretor da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (FAESPE), Valter Gustavo Danzer. Porém, até o momento, não houve solução.