Com inflação em alta e queda na popularidade Bolsonaro fala em ir à guerra

Pressionado pelas pesquisas de opinião apontando a possibilidade do ex-presidente Lula vencer as eleições deste ano no primeiro turno e sem ter respostas para o aumento da inflação que penaliza os brasileiros mais pobres, o presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom do discurso nesta sexta-feira (03).
Em críticas veladas ao Judiciário, ele incitou a população a ir "à guerra". A declaração foi feita em pronunciamento na cidade de Umuarama (PR), onde participou da cerimônia da entrega de um trecho da BR-487.
"Hoje, temos não mais os ladrões de dinheiro do passado. Surgiu uma nova classe de ladrão, que são aqueles que querem roubar a nossa liberdade […] Se precisar, iremos à guerra. Mas eu quero o povo ao meu lado consciente do que está fazendo e de por quem está lutando", disse Bolsonaro.
No discurso o presidente também deu sinais de que antevê a derrota eleitoral ao citar a escolha feita por vários países sul-americanos por candidatos de orientação popular.
"Todos nós temos que nos informar e se preparar porque não podemos deixar que o Brasil siga o caminho de alguns outros países aqui na América do Sul", disse o presidente, citando Venezuela, Argentina e Chile.
Bolsonaro tem feito uma série de ameaças de raiz golpista sobre as eleições. As ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm sido recorrentes nas falas do mandatário, que ataca os ministros e faz críticas infundadas à segurança do processo eleitoral, colocando em xeque a transparência das urnas eletrônicas, por exemplo.
Em mais de uma ocasião, o presidente afirmou que "poderá" não reconhecer os resultados do pleito deste ano.
No entanto as ameaças não têm encontrado apoio declarado do empresariado nacional e de muitos setores das Forças Armadas, indicando que uma eventual tentativa de golpe sofrerá resistência dura da sociedade brasileira.
Da Redação (com informações da Sputnik Brasil)