ESPERANÇA QUE NÃO PODE MORRER

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É final de semana de novo e estes últimos dias amanhecera  gloriosos em Lisboa, com muito sol e a volta da luz única à cidade das sete colinas. Até saímos para comprar umas coisinhas e levar o Rio para tomar sol. Procuramos as ruas mais vazias, pois as principais estavam apinhadas de gente, parecia um dia normal antes da pandemia, mas é só o desconfinamento. Dá até a impressão de que os turistas estão de volta, pois a gente ouve pessoas falando em inglês, francês, alemão, etc. E toda essa gente na rua parece muito bonito, mas não sei até que ponto isso pode agravar a situação, pois muitos não usam máscara. Até ontem o número de mortes vinha caindo a cada dia, aqui em Portugal, mas hoje deu um pulo. Na sexta, por exemplo, foram seis óbitos, mas no sábado foram treze. Tomara que a curva do covid 19 não volte a subir.

O pouquinho que passeamos no centro de Lisboa deu pra ver que os jacarandás estão cada vez mais bonitos, mais floridos, e os tapetes azuis nas calçadas estão começando a se formar aos pés dos caminhantes. Há uma quantidade muito grande de jacarandás aqui em Lisboa, então a cidade, que já é bonita, fica mais bela ainda. 

Neste sábado, comemos cerejas frescas, novamente, e estão uma delícia. Também nêsperas, que estão grandes e doces. Preciso ir à quitanda para comprar pêssegos paraguaios, que está chegando o tempo deles, e morangos gigantes, que logo, logo, acabam. E eu tô ficando craque em trocar fraldas, dar comida, dar banho em bebê. Estou treinando com o Rio, meu neto de um ano, pois a vó está com o braço engessado, então eu vou ajudando. Ele é uma companhia muito querida, pois está sempre de bom humor, conversa muito no seu bebenês fluente e nos faz felizes.

E o Brasil continua com mais de 800 mortes por dia. É um número muito alto. Estou torcendo para que saia o resultado dos estudos sobre a hidroxicloroquina, para sabermos se realmente é uma droga eficiente contra a covid 19. Vi a entrevista de uma médica imunologista na Jovem Pan sobre a pandemia e ela disse que esse remédio pode funcionar no início da contágio, ao contrário do que vínhamos ouvindo até agora. Seria bom se ela fosse eficaz e não houvessem efeitos colaterais graves, pois um tratamento que ajude no início é tudo o que precisamos. Porque a vacina vai demorar bastantinho. Seria bom, também, se houvesse um Ministro da Saúde que permanecesse no cargo por mais tempo e que não sofresse intervenções de quem não é médico. Teríamos mais chances de lutar eficientemente contra a doença.

Então vamos continuar a nos cuidar. Cuidem-se muito. Cuidando de si, estarão cuidando dos outros.

 

 

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Luiz Carlos Amorim é fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA em SC, com 40 anos de atividades e editor das Edições A ILHA. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.