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quinta-feira, novembro 21, 2024

ESPAÇO ABERTO – Vereador Juary Miranda (SD) – De vendedor de picolés na infância a liderança estudantil, jogador do União Esporte Clube ao Legislativo rondonopolitano

Eclético cidadão apaixonado pela vida, família, pelo esporte e pela população desta cidade, porque não dizer um apaixonado pela cidade de Rondonópolis. Vamos conhecer um pouco mais sobre a sua bela trajetória de vida, que sem dúvida será um exemplol para todos  nós e principalmente para a nossa juventude.

Jornal Folha Regional: Qual a sua naturalidade e como foram os seus momentos na infância?

Vereador Juary: Eu sou natural da vizinha Poxoréo, eu nasci na região chamada de Garimpo das Pombas, entre as localidades de Raizinha e São Pedro da Cipa era uma região de intensa garimpagem. Os meus avós chegaram lá na década de 1950, a família era grande o meu pai tinha 14 irmãos, permaneci naquela região até os meus 6 anos de idade. Aos 7 anos eu vim para Rondonópolis, com a minha mãe Anterina Miranda de Moraes o meu pai Gregório Pinto de Moraes garimpeiro de profissão, havia falecido quando ainda  ela estava grávida de mim. Não cheguei a conhecer o meu pai. Nós somos em 5 irmãos  e sou o caçula, o mais velho Pedro Rodrigues de Moraes, hoje ele reside em Várzea Grande o Pedro praticamente nos criou, e já com 15 anos de idade era garimpeiro, Maria Leozita da Conceição  e hoje falecidos Leoziza Miranda de Moraes e Juarez Miranda de Moraes.

JFR: Com a mudança para Rondonópolis, apesar de pouca idade quais foram as suas atividades?

Vereador Juary: Eu comecei a vender picolés, trabalhei de engraxate, de padeiro, fui carregador de malas, na antiga agência de passagens a Baleia, algum tempo depois vieram a Viação São Luiz, a Viação Motta. O movimento começava a crescer, Rondonópolis estava se desenvolvendo em sua recém descoberta, já era vocacionada a ser um local de oportunidades. Eu atendia as pessoas que chegavam nos ônibus e levava as malas e oferecia a pensão. Muitos vinham apenas de passagem e outros vinham para ficar, e assim eram as minhas atividades. Quando eu estava com 15 anos de idade comecei a trabalhar de pedreiro.

JFR: Quais as escolas que o senhor estudou em Rondonópolis?

Vereador Juary: A primeira escola em que eu estudei aqui em Rondonópolis, foi a Escola Adventista do 7º. Dia eu era bolsista, lá eu fui Desbravador “MV” ou seja Missionário Voluntário uma espécie de escotismo bem conhecido. Muitas pessoas me ajudaram, e eu não me esqueço hoje, a Edith Dourado filha do saudoso João Dourado me matriculou naquela escola e me doou o uniforme.  Estudei também no Grupo Escolar Major Otávio Pitaluga, que funcionava onde é hoje a Escola Marechal Dutra, depois eu renunciei a escola em favor do trabalho para ajudar a minha mãe, trabalhei em diversas lavouras, na colheita de algodão, fiz muita cerca de arame e tabalhei na batida do feijão. Nesse período eu perdi a minha mãe, ela era continua de escola na Cohab Velha, na Escola 1ª. Adolfo Augusto de Moraes, tinha como diretora a senhora Adelice Moraes esposa do saudoso Wilian Moraes. Depois minha mãe foi trabalhar na Escola EEMOP já no primeiro dia da inauguração. Eu me lembro bem eu ia ajudar a minha mãe inúmeras vezes passei  o escovão no assoalho da escola naquele tempo ainda não tinha enceradeira, essa tarefa tinha a participação também de outros alunos que ali estudavam.

JFR: Qual era o seu sonho de infância, e como se deu a sua entrada no esporte?

Vereador Juary: O meu sonho de infância era estudar, a minha mãe sempre me incentivava apesar das dificuldades, ela dizia: “Meu filho, a gente só pode ser alguém na vida através do estudo.” Prestei exame para a OAB estou aguardando o resultado, é um ciclo que eu preciso fechar.  A minha entrada no esporte se deu durante a minha atuação no time do União, aos 19 anos de idade foi uma fase muito boa e rápida, marcante e inesquecível eu era centro avante. No jogo União e Humaitá de Cáceres eu fiz 8 gols, fiz também um gol no jogo do União contra o Vasco da Gama, fui vice campeão do estado e fui convocado para a seleção mato-grossense.

JFR: Como foi a sua atuação junto ao Exército Brasileiro?

Verador Juary: Eu servi na PE – Polícia do Exército em Campo Grande, foi um momento impar na minha vida, até hoje eu carrego experiências e conselhos dos meus superiores. Depois que eu saí do quartel eu voltei a estudar, eu estava com 19 anos. Eu cursei o Mobral “Movimento brasileiro de alfabetização” na Escola Sagrado Coração de Jesus. Em 6 meses eu fiz o primário, quando eu fui para o quartel eu tinha a segunda série do primário, eu não tinha escolaridade para ficar no Exército. Hoje eu cursei  duas faculdades fiz Direito no CESUR, sou Técnico em Contabilidade através da Escola EEMOP onde me formei em 1982, sou atuante na área Contábil, trabalhei no escritório do Valdir Cuiabano. Agradeço muito a minha amiga Julia irmã do Bilezão que me abriu as portas da profissão e mudou a minha vida, o Valdir me livrou da região do Vale do Guaporé para trabalhar de peão. Sou formado também em Administração de Empresa com especialização para o Magistério na área.

JFR: Após o período de trabalho no escritório de contabilidade do Valdir Cuiabano onde o senhor foi trabalhar, foi o começo da politica em sua vida?

Vereador Juary: Depois eu fui para o escritório imobiliário do saudoso Dr. Ricardo Cambraia, foi uma pessoa muito importante na minha trajetória de vida. Ele me tirou do anonimato e me levou para a vida pública, através dele, nós apoiamos o J. Barreto se elegeu vereador em 1982 cujo o slogan da campanha era “Você conhece, você confia”, e eu votei nele foi o meu primeiro voto. Após a eleição o Dr. Ricardo me chamou e me pediu que apoiasse o candidato a deputado federal Bento Porto, e assim eu me prontifiquei. Por sua vez o Bento Porto me levou para Cuiabá onde eu fiquei na assessoria dele durante 2 anos cuidando das propriedades dele, foi uma experiência muito boa. Depois desse período eu trabalhei no governo Júlio Campos na Metamat em Cuiabá onde fiquei até 1986. Foi quando o Bezerra ganhou a eleição para o governo do Estado de Mato Grosso, e o Paulo Bezerra irmão dele me convidou para que eu continuasse na Metamat. Mas eu agradeci e resolvi sair do governo e voltei pra Rondonópolis, nessas alturas o DR. Ricardo Cambraia  havia fundado em 1987 o PFL com um grupo de amigos entre eles o saudoso Noel Paulino, em 1988 saiu as candidaturas  a prefeito que estavam previstas Moisés Feltrin e Barreto, mas o candidato foi o Barreto, houve acordo, uma união entre eles (PL e PFL). O Barreto ganhou do Percival, nessa eleição concorrer também o Candinho, e o Toninho do Guarujá como candidatos. E nesse interim eu pela primeira vez candidato a vereador, dos 17 vereadores eleitos eu fui o 9º. mais votado, perdi na legenda fiquei suplente naquela eleição o PMDB elegeu 9 vereadores, eu tive mais votos do que os nove  eleitos. Em 1992 eu fui o segundo mais votado, em 1994 eu sai candidato a deputado estadual. Uma candidatura que nasceu sem base, mas o Ricardo Cambraia achava que eu tinha que sair candidato, e para não decepcioná-lo entrei na disputa. Mesmo assim acabei ficando segundo suplente de deputado estadual, o saudoso Clóvis Roberto estava em Cuiabá e divulgou pela imprensa os meus 836 votos que eu tive na capital.  Em 1996 fui para a reeleição a vereador ganhamos a eleição, em 1998 fui presidente da Câmara, no ano 2000 eu sai candidato a vice-prefeito juntamente com o Dr. Welington Fagundes, foi um projeto construí para eleger dois filhos de Rondonópolis. Se eu tivesse o poder naquela época eu o nomearia como prefeito de Rondonópolis, ele seria sem dúvida um grande prefeito. Em 2016 eu voltei para a Câmara com o meu ex colega vereador, o prefeito Zé Carlos do Pátio, estou como líder do prefeito, mas todos os vereadores são lideres.

JFR: Nos dias de hoje o senhor tem como sua bandeira junto ao Legislativo a construção de moradias para a população, quais os motivos dessa sua missão?

Vereador Juary: Eu e minha mãe morávamos numa das 6 casas do senhor João Dourado, onde é hoje a funerária Perpétuo Socorro na Av. Cuiabá onde residiam 6 famílias. Nos dias de hoje chamaríamos de quitinete e lá todas as famílias dividam um poço d’agua. Depois nós mudamos nas proximidades da Panificadora Pão Gostoso, próximo a residência do senhor Zeca Sodré que era Juiz de Menor, e pai da Olinda ex-primeira Dama de Rondonópolis. Naquele período de muitas dificuldades eu e minha mãe nunca conseguimos ter a nossa casa própria, e os nossos vizinhos também  trabalhavam muito e tinham esse sonho. Eu via o desespero o sofrimento das pessoas, a luta de cada um para cumprir fielmente o pagamento do aluguel. Por isso hoje eu defendo arduamente a construção de moradias para atender a população, todos merecem ter a sua casa própria. 

JFR: Desde já nos agradecemos a sua atenção para com a nossa reportagem, finalizando fale um pouco sobre a família, e também das pessoas que o colaboram na sua trajetória vida.

Vereador Juary: A família é tudo na vida de um cidadão, quero aqui saudar e agradecer a minha esposa Sonia Maria Rodrigues Miranda de Moraes, e filhos Jaqueline Maria Rodrigues Miranda de Moraes e João Pedro Rodrigues Miranda de Moraes.  Eu devo tudo a eles. Quero aqui ressaltar a pessoa de minha sogra Maria Jose Rodrigues dos Santos professora aposentada, ele é uma pessoa muito importante nas nossas vidas. Agradeço a todos que me ajudaram na minha trajetória de vida dentre elas dona Alzira Alves Brito, Valdir Cuiabano, Lélo Brega, o saudoso Ricardo Cambraia, Josias Ferreira dos Santos, Moisés Feltrin, Ananias Martins de Souza por causa dele veio a Clínica de nefrologia para Rondonópolis, e a minha esposa Sonia. Muito grato a todos.

 

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