Edmilson Carias da Silva Naturalidade, mato-grossense da cidade de Jangada na baixada cuiabana há 64 quilômetros da capital. Filho de Maria Idelfonso da Silva e Cícero Carias da Silva. Funcionário público apaixonado pela educação e pelo esporte, formado em Educação Física e mestrando em Capoeira. Vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória de vida do professor Edmilson Carias da Silva.
Jornal Folha Regional; Como foi a sua infância?
Edmilson; “A minha infância foi de muitas dificuldades, eu não tive muito contato com o meu pai quando ele faleceu eu tinha 4 anos de idade, tem quase 40 anos que ele se foi assim os 9 irmãos ficamos órfãos de pai. A minha mãe analfabeta, sem emprego, foi uma situação muito complicada muito difícil. A cidade em que morávamos não tinha muitos recursos, não tinha indústrias, o comércio muito fraco, havia uma carência muito grande de oportunidades, sobretudo na questão do emprego. Na nossa casa não tinha energia elétrica, somente agua encanada, mas graças a Deus nós recebíamos muito acolhimento dos vizinhos, pessoas que viam a nossa situação sendo privados até mesmo do alimento. Hoje eu não posso me queixar, alguns dos meus irmãos estudaram, os que não estudaram estão atuando em suas ocupações através das suas profissões.”
JFR; Como você se descobriu educador?
Edmilson; “O meu primeiro contato com a parte esportiva cultural foi no mesmo município onde eu nasci, eu tinha 11 anos de idade no dia 7 de abril de 1990 com o Mestre Faustino. Logo eu me identifiquei e comecei a participar da modalidade chamada Capoeira, com o passar do tempo fui me aperfeiçoando cada vez mais. No ano de 1993 eu vim para Rondonópolis e dei continuidade aos estudos da Capoeira com o Mestre Carivaldo um dos pioneiros dessa modalidade em Rondonópolis. Hoje já sou um mestrando pretendo seguir até chegar a Mestre, provavelmente virá este ano o reconhecimento de Mestre. Então de 1990 pra cá que dei o início nessa atividade, em 2010 me formei em Educação Física, e pretendo fazer o Mestrado também em Educação Física.”
JFR; Qual era o seu sonho de infância, e como foram os seus primeiros anos escolares?
Edmilson; “Quando eu comecei a estudar, mais propriamente nos meus 6 meses de estudo, o meu irmão mais velho foi trabalhar em uma fazenda, e me convidou; “Eu sou gerente da fazenda vem pra cá”, e eu fui, lá eu conheci o maquinário, com 7 anos de idade comecei a dirigir trator, o meu sonho era trabalhar na fazenda, ele era a minha referência paterna e profissional eu queria seguir os passos dele. Eu vivi muito o trabalho rural nas proximidades de Brasnorte, Campo Novo dos Parecis eu fiquei naquela região durante 4 anos. O meu irmão me orientou quanto aos estudos, eu tinha que voltar a estudar, então eu comecei a minha trajetória nos estudos depois dos meus 11 anos de idade. Iniciei aos 7 não conclui e parei durante 4 anos, então eu carrego esse atraso educacional pelo resto da vida. Estudei até a segunda série em Jangada, conclui o ensino Fundamental e o Ensino Médio em Rondonópolis.”
JRF; O que te motivou a vir para Rondonópolis?
Edmilson; “A minha irmã mais velha chegou primeiro, ela veio para Rondonópolis em 1988 Juntamente com a madrinha dela, e não voltou mais para Jangada. A vinda dela para Rondonópolis acabou me motivando também e aqui estou ela me falava que aqui era bom para conseguir trabalho, estudar. Hoje eu sei que Rondonópolis tem tudo o que um ser humano precisa, esta cidade superou as minhas expectativas. Estou até hoje aqui e não pretendo sair desta cidade hospitaleira.”
JFR; Como está o andamento do seu trabalho nos setores educacional e esportivo?
Edmilson; “Eu sou funcionário público, trabalho com idosos desde 2012 comecei a fazer esse trabalho e me apaixonei, devido o acolhimento, o respeito. O idoso trata a gente melhor, eu trabalho na região da Vila Operária estou no setor desde, hoje eu trabalho na região do Jardim Atlântico nos PSFS sou educador físico do NASF “Núcleo de Apoio a Saúde da Família” que é da prefeitura, mas é um projeto federal, estou nesse setor desde 2017 no primeiro ano de mandato do prefeito Zé Carlos do Pátio. Já atuei também em outros mandatos de outros prefeitos, graças a Deus eu consegui me manter na gestão, meu trabalho é prestado com qualidade, o meu foco é permanecer nesse trabalho. Trabalho particularmente em uma academia com a Capoeira, no momento não tem crianças devido à pandemia, temos participantes acima de 16 anos. Temos pessoas também com 50 anos de idade, inclusive esse é meu público trabalhamos lá em todas as quintas e sextas feiras, então tenho esses dois trabalhos aqui em Rondonópolis.”
JFR; O que a cidade de Rondonópolis representa pra você?
Edmilson; “Rondonópolis é uma cidade acolhedora, uma cidade que não faz distinção de pessoas de outras localidades estados e outros municípios, todos que aqui chegam são bem acolhidos. Eu valorizo muito a cidade de Rondonópolis, eu tenho muito a contribuir, eu devo isso a população de Rondonópolis. Esta cidade é um grande polo também da parte esportiva, cultural eu vejo que está na hora dos produtores culturais fazerem algo mais para esta cidade. A nossa população merece todo o nosso apoio, a cidade merece.”
JFR; Na sua opinião o que poderia ser feito para levar os jovens que estão desamparados e buscam a cidadania?
Edmilson; “O esporte e a cultura são aliados e é uma ferramenta muito útil para o desenvolvimento dessas crianças e dos jovens. Porque hoje a grande maioria tem acesso às informações muito rapidamente devido à internet. Precisamos ter o espaço público mais aberto para essa juventude fazer uso, sem dúvida uma porta mais aberta e dar oportunidade também para os profissionais a t u a r e m para fazer o acolhimento desse público. Esse é o caminho, esporte, cultura, lazer, precisamos sair da ociosidade.”
JFR; Qual é a importância da família pra você?
Edmilson; “No nosso dia a dia, nos relacionamos com solteiros e casados, os solteiros dizem que o casamento é uma ilusão, e vai torna-los prisioneiros. Mas se bem pensarmos tem que c a s a r , tem que constituir família, a fa- mília é o núcleo que vai amadu – r e c e r as pessoas pelas conv i – vênc i a s . Onde vamos aprender a nos relacionarmos, e aprender a conhecer as pessoas e isso só acontece através da convivência. O casamento é uma instituição muito importante para o homem e para a mulher. A família é a base de tudo, quero citar aqui a minha esposa Mariane de Jesus, o meu filho Leonardo Henrique e a minha filhinha de 2 anos Larissa Mariane”
JFR; Você saiu candidato a vereador em eleições anteriores, fale sobre essa sua experiência;
Edmilson; “Eu aceitei esse desafio a convite do partido, do grupo não posso negar faz parte do coletivo, foi uma experiência fantástica. Conheci muita gente, o candidato não pode ficar só no bairro ele tem que rodar a cidade, e nesse interim de ir para os bairros eu conheci e revi muitos amigos que há tempos não via. Foi muito positivo, fiquei satisfeito com a campanha não consegui atingir o número de votos para conseguir uma cadeira na Câmara, mas pelo fato de participar do pleito foi um ganho muito grande.”
JFR; Como última pergunta; A quem você gostaria de agradecer por ter lhe ajudado em algum momento da sua vida?
Edmilson; “Eu agradeço primeiramente a Deus por ter me dado essa vida maravilhosa que eu levo, a saúde que eu tenho, agradeço a minha mãe por ter puxado a minha orelha em momentos necessários, a minha esposa e aos meus orientadores na faculdade, na Capoeira o meu primeiro Mestre Faustino lá de Jangada, o meu segundo Mestre foi o Mestre Carivaldo que me acolheu por 14 anos, agradeço também ao Mestre Chaves de Goiânia, o pessoal do contramestre Faísca e ao nosso prefeito da cidade Zé Carlos do Pátio.”
Da Redação