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quinta-feira, novembro 21, 2024

Espaço Aberto com João Valverde – Do trabalho no garimpo, a pedreiro na construção do Conjunto São José II e Caiçara Tênis Clube a líder social da 3ª. Idade

Morador de Rondonópolis há 60 anos, personalidade merecidamente prestigiada por suas atuações junto as entidades da terceira idade em conjunto com as entidades de apoio social. Expressa uma jovialidade que impressiona a todos no alto dos seus 77 anos, João Valverde é hoje um dos mais aguerridos cidadãos e entusiasta das atividades de lazer e cultura da também chamada melhor idade.

Jornal Folha Regional: Qual a sua naturalidade, e como foi a sua infância?

João Valverde:  Eu sou natural de Guiratinga, e saí de lá com pouca idade eu tinha apenas 6 anos, corria o ano de 1948 quando os  meus pais João Pereira Valverde e Maria Rita Valverde mudaram para a cidade de Piranhas no Estado de Goiás. O meu pai trabalhou muito no garimpo em nossa região e na lavoura. A nossa família é numerosa, nós somos em 10 irmãos sendo 4 homens e 6 mulheres:  Sidelcino, Laurindo,  José Cândido e eu João Valverde, as mulheres Virgínia, Joscelina, Francisca, Sebastiana e a caçula Elvira.  A minha infância foi normal como a de qualquer criança daquela  época simplicidade, respeito  e muita honestidade.

JFR: Por quanto tempo a família ficou em Piranhas e em que ano chegou a Rondonópolis?

João Valverde:  Os meus pais viveram em Piranhas durante 10 anos, no dia 31 de Dezembro de 1958 nós chegamos aqui em Rondonópolis. Nós alugamos uma casa na Rua Poxoréo entre a Av. Bandeirantes e a Rui Barbosa, a casa era de propriedade do Benjamin Constante proprietário do ônibus Baleia. Posteriormente nós compramos uma casa onde é hoje a casa do Pedro da Draga.

JFR: Como foram os seus primeiros anos escolares?

João Valverde:  Os meus períodos de estudo não foram muito longos em Rondonópolis foram no Grupo Escolar Major Otávio Pitaluga, onde funciona hoje a Escola Marechal Dutra. Os meus pais sempre estavam a procura de melhorias para todos nós, e em 1960 mudamos para uma fazenda na região conhecida como Apoial, onde os meus pais pegaram 500 alqueires para formar pasto para o gado.

JFR: O senhor chegou a atravessar na balsa do Rio Vermelho?

João Valverde:  Sim eu atravessei na balsa, atravessei também aquele trecho do rio de um lado para o outro a nado por inúmeras vezes.  Nós íamos para a Fazenda Velha e  atravessávamos também  na Barra do Arareau, tinha um canoeiro que nos levava até lá, passando pelo Alto Marajá  onde chegávamos  na Fazenda Apoial. 

JFR: Quais foram as suas principais atividades aqui em Rondonópolis durante esses anos todos?

João Valverde: Aqui eu tive várias atividades, dentre elas catador de latinhas, cobrador de loja, entregador de talões de cheques de Banco, vendedor de leite, momento em que eu tinha muitos clientes e a condução era a minha bicicleta. Eu trabalhei em vários garimpos da  nossa região, e também em Guiratinga, trabalhei em Rondonópolis na fazenda do Dr. Welington Fagundes, trabalhei no garimpo de Batovi em Paranatinga no garimpo durante 5 meses.  Posteriormente resolvi voltar para a fazenda no Apoial,  onde eu recomecei no plantio de algodão, milho, feijão e mandioca.  Em 1972 eu saí da fazenda  e retornei para a cidade, a minha irmã Elvira havia se casado com Alfredo Henrique Rocha, e passei a residir na casa deles. Foi nesse período em que eu conheci e comecei a namorar a Dulce Pereira Valverde, mas o namoro durou pouco apenas 3 meses, e eu conheci outra moça com quem namorei durante 3 anos.

JFR: Quando começou a sua trajetória na olaria:

João Valverde:  Eu comecei a trabalhar na Olaria no mesmo ano por conta do meu  cunhado Alfredo  que era o  proprietário, a olaria era bem próxima ao centro ficava nas proximidades da Rua Poxoréo chegando na Médici, lá eu fazia os famosos tijolinhos de barro. Ali ficava o salão de baile da época era o Menina Moça, onde eu dancei por muito tempo ao som do Marinho e seus Beat Boys. Trabalhei também num garimpo de ouro na região do Aricá próxima a Cuiabá, a minha atuação sempre foi mais intensa no trabalho do garimpo.

JFR: Quando ocorreu o seu retorno para a capital Cuiabá?

João Valverde:  Em 1977 eu fui trabalhar em Cuiabá e Várzea Grande, onde eu atuei na construção civil durante 3 anos. Retornei novamente para Rondonópolis, onde construí uma sede em uma fazenda bem próxima ao Patrimônio da Petrovina.  Ajudei a construir duas escolas municipais, uma em Catanduva e uma outra na localidade chamada Campinho. Em 1980 eu fui passear na casa de uma senhora que é mãe do Ailton das Neves e reencontrei com a Dulce e recomeçamos o namoro, noivamos e finalmente nos casamos no ano de 1982 na Igreja Nsa. Aparecida na Vila Aurora. Temos uma filha adotiva Débora Thais Pereira Valverde. Neste mesmo ano eu retornei ao trabalho em Cuiabá e a Dulce ficou morando temporariamente no Cascalinho, algum tempo depois e retornei a Rondonópolis e fomos de mudança para a capital no CPA II onde residimos até outubro de 1984. Naquele período eu fui sorteado com a casa aqui no Conjunto São José I, e retornamos para Rondonópolis. Alguns meses depois eu trabalhei na construção do Conjunto São José II, em 1984 trabalhei de pedreiro na construção do Caiçara Tênis Clube durante 3 anos e meio, e mais 2 anos e meio  na função de vigilante

JFR: Quando o senhor começou a atuar no movimento da 3ª. Idade?

João Valverde: Entrei para o movimento da 3ª. Idade em 2009 posso dizer que a minha vida mudou, comecei a participar de conferências municipais da Assistência Social, Conselho do Idoso, Conferência da Saúde. Fui Conselheiro da Assistência Social por dois mandatos. Participei também  de 3 Convenções Estaduais em Cuiabá,  dentre elas a do dia primeiro e 31 de outubro. Lá eu fui votado fiquei na  Vice Presidência na expectativa de ir para a Convenção Nacional do Idoso.  Fui Mister 3ª. Idade em 2014 e o Rei 3ª. Idade em Primavera do Leste, aqui em Rondonópolis em 2018 ganhei o concurso Rei do Baile e Mister 3ª. Idade neste ano. Ganhei até uma composição musical uma homenagem da dupla Miro Silva e Mineirinho.

JFR: Para encerrarmos a nossa entrevista desde já agradecemos a sua gentil atenção, fazemos as nossas duas últimas perguntas: Como era o seu relacionamento com os prefeitos de Rondonópolis, e a quem o senhor gostaria de agradecer por ter lhe apoiado em algum momento da sua vida?

João Valverde:  Eu sempre me dei muito bem com todos os prefeitos que passaram por Rondonópolis, desde o Rosalvo, ao primeiro eleito Daniel Martins de Moura  era primo primeiro do meu pai,  ao atual Zé Carlos do Pátio,  foi o melhor prefeito para nós da 3ª. Idade, nos dá um grande apoio tudo começou quando ele nos convidou para um café da manhã no Casario. Agradeço a minha família e a todos que me incentivam e me apoiam nesta minha caminhada.

 

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