Foto mais próxima já tirada do Sol é divulgada e cria novo "mistério"; veja

"O que é intrigante é que eles parecem estar acontecendo em todos os lugares do Sol o tempo todo", diz Daniel Müller, cientista de projeto da ESA para a missão Solar Orbiter, em entrevista ao "The Verge".
As explosões solares típicas geralmente ocorrem quando manchas solares escuras surgem na superfície da estrela, fazendo com que partes do campo magnético do Sol se torçam e girem. Isso faz com que o campo magnético próximo à mancha solar se rompa, liberando uma enorme explosão de partículas altamente energéticas que saem do Sol.
Os cientistas ainda não sabem se as fogueiras são "nanochamas", versões menores dessas explosões maiores ou se elas estão sendo causadas por algum outro mecanismo das reações de fusão nuclear que ocorrem no Sol. Nanochamas são pequenas faíscas usadas para aquecer a coroa do Sol, sua camada mais externa. Elas atingem temperaturas superiores a um milhão de graus Celsius.
Essas "fogueiras" não parecem seguir a mesma dinâmica, segundo os cientistas. "Isso acontece realmente em uma área onde não há manchas solares, nada de peculiar, mas está aparecendo em toda parte", diz Müller.
Apesar de décadas de estudo, os mecanismos que aquecem essa camada mais externa do Sol ainda não são totalmente compreendidos pelos astrônomos. Por isso, as descobertas da Solar Orbiter são consideradas vitais para o estudo da física solar.
"Estamos todos realmente empolgados com essas primeiras imagens —mas isso é apenas o começo", disse Müller ao "The Independent". Segundo ele, o Solar Orbiter fará uma "grande turnê" pelo Sistema Solar interno e se aproximará muito do Sol em menos de dois anos.
A expectativa é de que a Solar Orbiter chegue ainda a 42 milhões de quilômetros, ficando até mais próxima do Sol do que Mercúrio, o planeta com a menor distância em relação ao astro em todo o Sistema Solar.