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domingo, novembro 24, 2024

Equador diz que não desiste de ação contra pagamento ao BNDES

QUITO (Reuters) – O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado que não vai desistir do processo internacional para suspender o pagamento da dívida que seu país tem junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mesmo se isso afetar os laços diplomáticos com o Brasil.
O governo brasileiro chamou para consultas o seu embaixador em Quito na sexta-feira, após o Equador entrar com um processo em Paris para suspender o pagamento do empréstimo de 320 milhões de dólares, que foi tomado para financiar a construção da usina hidrelétrica San Francisco. Os equatorianos alegam ter achado "ilegalidades" no acordo feito pelo governo passado, o que é negado pelo Brasil.
Neste sábado, Correa conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto. Segundo fonte do Palácio do Planalto, Lula condenou a atitude do colega e disse que estuda tomar algumas medidas.
"A decisão deles (de convocar o embaixador) nos machuca profundamente, eu disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nós respeitamos, mas não vamos deixar de defender os interesses do nosso país", declarou Correa, na sua mensagem que toda semana os meios de comunicação equatorianos transmitem.
"Nós não suspendemos o pagamento, não jogamos o contrato no lixo. Estamos cumprindo com o contrato e iniciando o apelo legal", complementou.
Desde que assumiu o governo no ano passado, Correa vinha mantendo boas relações com Lula, num esforço para realizar projetos conjuntos de infra-estrutura e energia. Em setembro, no entanto, Correa expulsou a Odebrecht do país depois que essa usina hidrelétrica, que foi construída pela companhia brasileira, apresentou problemas estruturais.
Correa ameaçou não pagar dívidas "ilegais" ou empréstimos acordados de forma irregular pelo Equador. Um painel do governo achou problemas na maioria das dívidas do país.
O Brasil também dá sinais de que tratará a questão com firmeza. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, já afirmou que o não pagamento da dívida que o Equador tem com o BNDES pode causar o rompimento das relações comerciais entre os dois países
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