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domingo, novembro 24, 2024

Emilio Silva e Porto – Pioneiro do Conjunto São José II – De trabalhador rural a construtor do asfalto no 18º GAC

Natural de Poxoréo teve na sua infância o aprendizado no trabalho rural, onde recebeu lições de vida que até hoje põe em prática no dia a dia. Passou por várias etapas dentre elas amansador de cavalos, atuou em comunidade religiosa, deu aulas de música e trabalhou no setor de pavimentação asfáltica. Emílio se sente muito feliz, e fala com entusiasmo sobre a sua trajetória de vida.
Jornal Folha Regional: Como foram os tempos de infância em Poxoréo junto dos seus familiares?
Emílio: Meu pai Aquiles Silva e Porto e minha mãe Jovita, eram do meio rural, eles tinham uma fazenda em Poxoréo. Eu e os meus irmãos José, Aristóles, Alcides, Atílio, Joaquim, Alicíndio, Elvira, Alzira, Irânia, Ercília, Adelita e Almira sempre tivemos orgulho dos nossos pais, éramos muito unidos, um ajudava o outro naquilo que podia.
JFR: Quais eram as suas atividades durante a infância na fazenda?
Emílio: Muitas das atividades nós fazíamos em conjunto, principalmente os homens partiam para o serviço mais pesado e todos nós abraçávamos a enxada. A lavoura era diversificada, nós plantávamos fumo, café, arroz, feijão e tínhamos algumas cabeças de gado nelore. Cabia aos meus irmãos mais velhos amansar os cavalos e as vacas bravas, eu e os meus irmãos eram os peões da fazenda.
JFR: Vocês tinham alguma dificuldade para estudar, todos foram para a escola?
Emílio: Um fato interessante é que todos nós estudávamos em casa à noite, e quem nos ensinava era o meu pai. Assim o nosso primeiro professor foi ele, depois aos 7 anos todos iam para a escola, nós já chegávamos preparados para aprender as novas lições das matérias escolares. Foram momentos muito gratificantes e de uma aprendizagem que a gente nunca esquece.
JFR: Como foi a movimentação da família no período em que o seu pai vendeu a fazenda em Poxoréo?
Emilio: Meu pai vendeu a fazenda em 1969 e fomos para a cidade de Paranatinga onde ele comprou uma outra propriedade. A viagem de Poxoréo à Paranatinga durou 15 dias nós fomos a cavalo, naquele tempo não havia pousadas na estrada, poeira e escuridão sempre nos acompanhavam. Durante os 15 dias fomos tocando o gado e os cavalos, foi uma viagem inesquecível e muito dura, lá plantamos arroz, feijão e milho.
JFR: A família se adaptou bem no município de Paranatinga?
Emílio: A adaptação foi quase que imediata, ficamos lá durante 6 anos, em 1975 meu pai decidiu sair de Paranatinga e ir para o Estado de Rondônia, ele não estava muito bem de saúde. Veio para Rondonópolis resolver algumas questões comerciais, e estava decidido a ir para Rondônia. Mas nesse interim ficou sabendo que a estrada de Cuiabá para Rondônia estava intransitável por causa das chuvas, e não pode seguir viagem. Conclusão, a família acabou ficando aqui nesta querida cidade de Rondonópolis. Em 1977 ele veio a óbito sem conseguir realizar a tão sonhada mudança.
JFR: Com a mudança para Rondonópolis quais foram as suas atividades, e qual a importância da Construtora Enfasa na sua vida?
Emilio: O meu primeiro emprego foi na Construtora Enfasa, onde aminha carteira foi assinada, a empresa construía asfaltos pela cidade. Eu trabalhei na construção do asfaltamento no 18º. GAC, depois fizemos o asfalto no centro da cidade no perímetro da Av. Mal. Rondon até a Presidente Kenedy e da Rosa Bororo até a D. Pedro II. Naquele tempo eu ajudei a instalar algumas redes de água no centro da cidade.
JFR: Quando você começou a participar das atividades religiosas, e como surgiu o professor Emílio?
Emílio: Comecei a me entrosar no meio religioso na década de 70, eu conheci o padre Miguel e comecei a participar das missas e ajudar na igreja até que um dia me tornei funcionário da Paróquia. Passei a administrar os grupos de jovens, davas aulas de violão no Seminário ali surgiu o professor Emílio. Coordenei a Catequese apresentei um programa religioso na Rádio Brannif no período de 1976 a 1993 naquela ocasião tinha uma grande audiência foi um grande sucesso. Eu passei a animar as missas, cantando e tocando violão, naquele período a musica instrumental, em especial o violão não era bem visto na igreja.
JFR: Você teve a ideia da caixa de som, ela teve aceitação na comunidade religiosa?
Emilio: A minha vontade de servir era tanta, que eu cheguei a comprar uma caixa de som, e pedi autorização para o diretor da Escola D. Wunibaldo para que ela ficasse instalada no pátio da escola para tocar nas missas que também aconteciam naquele local. O som teve uma boa aceitação, e assim eu continuei minha caminhada de católico praticante.
JFR: Para encerrarmos esta entrevista fale um pouco da sua família, 2018 é um ano de mudanças no panorama nacional, você acredita?
Emilio: A família é o nosso esteio, me casei em 1990 com Maria Ivani de Oliveira Porto, temos uma filha Érica Oliveira Porto, temos um neto João Vitor. Acredito que vai haver alguma mudança construtiva ainda este ano especialmente para a nossa população. O brasileiro é suficientemente inteligente para fazer essa mudança que começa pelo voto. Com relação a nossa cidade, Rondonópolis cresceu muito em ambos os lados o progresso aumentou, mas aumentou também a miséria, a pobreza. Esta cidade é um grande desafio para os nossos governantes.

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