33.7 C
Rondonópolis
domingo, novembro 24, 2024

Em um clima agressivo com troca de acusações trranscoreeu o 1º debate do 2º turno

O primeiro debate para o 2º turno que ocorreu na noite desse domingo, pela Band, caracterizou-se pela falta de propostas e foi dominado por acusações e principalmente pea atitude agressiva da candidata Dilma, postura essa, aliás, elogiada pelo PT logo após o debate. Abaixo uma sintese do dessenrolar do encontor entre os presidenciaveis.

Os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) transformaram o primeiro debate do segundo turno da eleição presidencial em palco para a troca de acusações e duras críticas. Em um embate que se estendeu por todos os blocos do programa, a petista e o tucano se revezaram em menções à polêmica sobre aborto, às denúncias de corrupção que atingiram a Casa Civil do governo Lula e à política de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso.

A decisão de Dilma de partir para o ataque contra Serra já era prevista pela campanha petista, como adiantou o iG. O confrontou esquentou logo na primeira pergunta, quando Dilma abordou Serra dizendo ser vítima de uma campanha baseada em "calúnias". "Sua campanha procura me atingir por meio de calúnias, mentiras e difamações", disse Dilma, acusando o vice do adversário tucano, deputado Indio da Costa (DEM-RJ), de reunir grupos de discussão com o objetivo de explorar eleitoralmente "questões religiosas". Serra reagiu: "Vocês confundem verdades ou matérias de jornais com ataques orquestrados".

Em meio à troca de acusações, Serra entrou no tema do aborto, ao dizer que Dilma mudou seu discurso sobre o procedimento – a petista declarou no passado que é a favor da descriminalização e nas últimas semanas tem reforçado o discurso em "defesa da vida". "Aí se trata de ser coerente, de não ter duas caras", reforçou o tucano.

Dilma não negou o apoio à descriminalização, mas investiu na tese de que se trata apenas de evitar que mulheres que tenham sofrido complicações por realizarem clandestinamente o procedimento não corram o risco de serem presas ao buscarem socorro.

A petista também acusou Serra de ter "mil caras" e disse que o rival se tornou alvo de investigação por tê-la acusado de montar um dossiê. "Você é réu por calúnia e difamação. Você está caminhando para entrar na Ficha Limpa", rebateu a petista. Dilma ainda mencionou o fato de a mulher do tucano, Mônica Serra, ter dito que a petista é "a favor de matar as criancinhas". "Eu não concordo com a fala da sua senhora. é uma coisa antiga", afirmou.

Os dois baixaram o tom por alguns minutos, após Serra questionar Dilma sobre segurança pública. Pouco depois, entretanto, a petista retomou os ataques. "O senhor deveria olhar o seu assessor Paulo Vieira de Souza, que fugiu com R$ 4 milhões de dentro da sua campanha", provocou, em referência a denúncias envolvendo um suposto desvio de recursos comandado por Vieira, que foi diretor da Dersa.

Dilma manteve o tom em alta no segundo bloco, ao lembrar que Serra normatizou a realização do aborto nos casos autorizados pela atual lei – a regra atual, que data de 1940, autoriza o procedimento nos casos de estupro e de risco à vida da mãe. "Agora, precisamos saber se vamos partir para a hipocrisia", ironizou a petista. "Eu lamento as suas mil caras", reforçou. Indiretamente, Serra criticou Dilma por ter sido indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a corrida presidencial. "As pessoas sabem que eu tenho cabeça própria, não fui pinçado por ninguém", disse.

Privatização

Enquanto o aborto e as denúncias de corrupção predominaram no primeiro bloco, no segundo Dilma trouxe para a discussão o tema das privatizações. A petista abriu falando sobre a Petrobrás. Elogiou a recente capitalização da companhia e criticou a administração da empresa sob a gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso. "É só voltar a campanha eleitoral que o PT volta neste assunto", rebateu Serra, queixando-se de ser criticado pelo PT pelas privatizações. "O PT colocou o Banco do Brasil na Bolsa de Nova York e aumentou o capital privado no Banco", disse Serra.

Dilma queixou-se da tentativa do governo FHC de mudar o nome da Petrobras para Petrobrax. Serra respondeu dizendo sempre ter se comprometido com a companhia e alegando que o atual presidente do PT, José Eduardo Dutra, que presidiu também a Petrobras, elogiou medidas do governo tucano em relação à empresa. Dilma, em seguida, reforçou o discurso antiprivatização. "Vocês achavam que era uma vergonha não privatizar."

Serra prometeu "reestatizar os Correios", que segundo ele passou a servir aos interesses dos "companheiros". Prometeu ainda fortalecer a Petrobras e outras instituições públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Quarto bloco

Na quarta parte, Serra afirmou que Dilma não cita os ex-presidentes Fernando Collor (PTB) e José Sarney (PMDB) como seus aliados de campanha. “Ela tem dois ex-presidentes com ela, que ela não fala, o Collor e o Sarney, e eu, Itamar [Franco] e o Fernando Henrique [Cardoso]”, declarou Serra.

Na réplica, Dilma disse que o rival descumpriu o compromisso de não deixar a prefeitura de São Paulo para disputar o governo do Estado e o acusou de, após ser eleito governador, não prosseguir com os programas sociais de Geraldo Alckmin (PSDB).

Os adversários discutiram também a questão dos portos e aeroportos no país, classificado como um dos “mais atrasados” no setor por Serra. Segundo Dilma, os problemas tiveram origem no governo de Fernando Henrique. “O governo do qual o senhor foi ministro parou de investir no setor. Nós corremos atrás”, declarou, citando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Considerações finais

No quinto e último bloco, Dilma afirmou que não fez “campanha baseada no ódio e respeitei a tolerância que é a maior virtude do povo brasileiro”. Além disso, ela afirmou lamentar “os momentos em que essa campanha baixou o nível e usou de calúnias para me atacar”, completou.

A petista comparou os governos de Fernando Henrique e de Lula, pedindo para que o eleitor compare um país com “muitas privatizações, taxa de crescimento baixa, rendição ao FMI” com “um governo de 14 mil empregos, que fez o Brasil crescer”.
Serra usou sua trajetória política para defender sua candidatura. “Ofereço minha biografia”, disse, citando os cargos que ocupou, como deputado, prefeito, governador e ministro.

O tucano prometeu dar continuidade aos bons programas do atual governo e afirmou que o Bolsa Família começou a ser implantado no governo Fernando Henrique.

Da Redação con. inf.Ig.com / eband.com

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO