A greve dos professores que começou no final do mês de maio chega a um ponto crucial, pois até agora não teve aparentemente uma grande evolução e não há, pelo menos até o fechamento deste editorial, grandes expectativas com relação ao fim imediato da greve.
Deste movimento é preciso tirar algumas conclusões; o governador Mauro Mendes, apesar de ter experiência com o servidor público, pois foi um prefeito muito bem avaliado na capital, não agiu cirurgicamente para conter a greve.
O Executivo, pelo contrário, usou a tática de apagar fogo com gasolina, causando em um primeiro momento, um aumento do radicalismo do movimento, que em linhas gerais foi pacifico.
Quando dizemos, que se apagou o fogo com gasolina, nos referimos ao corte do ponto dos grevistas. Isso inflamou a categoria, que nos bastidores deixou o movimento mais forte, e gerou dificuldades em negociações.
Precisamos também explicar que a greve chegou no momento crucial em vários aspectos, o primeiro é que a categoria pede que o governo cumpra as Leis que garantem os repasses do RGA e do chamado pode de compra/dobra da categoria. Leis estas que foram feitas em gestões anteriores é bem verdade, mas isso não quer dizer que elas não devem ser cumpridas.
O Governo alega que não tem caixa para atender as propostas da categoria e desta forma as negociações não andam. A Assembleia fez uma proposta defendendo o aumento em forma escalonada, de acordo com a arrecadação do Estado, o que pode ser uma solução ou saída honrosa.
No entanto, sabemos que uma greve que chega a esse ponto, não pode ter recuo por parte dos nossos professores, pois perderiam credibilidade do movimento e enfraqueceria lutas no futuro.
Pelo lado do governo, mandar uma proposta, oferecendo o pedido proposto pela categoria causaria estranheza e daria a impressão de alguém estaria mentindo pelo lado do executivo, pois um dia diz que não tem caixa e de repente o caixa apareceria? Talvez realmente tenha um aumento de receita, houve corte de gastos e as leis de incentivos estão sendo revistas e se chegaria a um ponto financeiro que poderia ser atendido, pelo menos na teoria.
Portanto, espera-se que haja sim uma proposta, pois está claro que os nossos professores estão no direito deles e que o governo e a categoria tenham sapiência para costurar um acordo com mínimos prejuízos para todos os lados e no fim; que nossas crianças voltem com todo gás e a disposição para a sala de aula, pois esses são os que mais precisam dos nossos professores. Vamos acreditar em um final feliz.