Em busca de um eleitorado consciente
Nas últimas semanas a mídia política tem dado destaque às interpretaçõe sobre um artigo do sociólogo FHC de recente publicação. Na realidade a matéria ensejou a abertura de uma discussão sobre as classes sociais brasieiras que constituem o eleitorado nacional.
No embate politico brasileiro duas siglas ainda despontam como antagônicas, cada uma visando a conquista de uma faixa do eleitrado. De um lado a oposição do PSDB e do outro a situação do PT. Leia-se, na verdade. Fernando Henrique e Lula, ambos tendo vivenciado a condução dos rumos da nação em épocas diferentes.
Efetivamente FHC expressa, no artigo citado o interesse do seu partido no extrato mais elevado da pirâmide social, uma vez que, no seu entender, as classes mais abaixo estariam seduzidas, de maneira irremediável, pelos apelos sociais lulistas. Lula, em contrapartida entende que seu opositor quer “esquecer o povão”, co sua representatividade eleitoral.
Uma análise mais acurada, no entando leva à uma reflexão de maior complexidade. Na atual conjuntura, não restam dúvidas de que vivemos em um novo Brasil que começou a mudar com plano real do goveno Itamar, que se consolidou nos oito anos do governo FHC e se solidificou nos dois mandatos seguintes de Lula. Em consequência, as classes C D e E se tornaram o ponto de apoio que alavanca a economia nacional, ampliando, consideravalmente o leque da classe média brasieira, daí resultando que, do ponto de vista de aspirações e conhecimentos, não há divergências a merecerem consideração maior.
Sem dúvida, aos nossos dias, a maioria dos brasileiros apresenta melhor formação política e maior noção da realidade, vendo realizadas as suas aspirações, por exemplo, da casa própria ou do carro novo, na onda dos financiamentos a perder de vista a baixois juros. A inclusão educacional, para uma expressiva parcela da população brasileira, é uma realidade. Os pais, hoje, fazem questão ter seus filhos na escola, alcançando, inclusive o niver superior. Mais eclarecida e com maior discernimento, essa parcela da população brasileira tem noção clara e objetiva do que é melhor para o País.
Não há a duvidar-se de que, na conjuntura política nacional a conscientização da massa eleitoral, curiosamente, pode ser bem complicada para futuros candidatos. Convem não esquecer que, até há pouco tempo, era majoritária a parcela dos cidadãos alijados da economia. Desinformada era facilmente manipulada e usada no momento da escolha de seus representantes. A prática do voto de cabresto em currais eleitorais não está muito distante. Graças, também ao fato de que essa parcela emergente da sociedade brasileira também tem mais acesso aos meiis de comunicação de massa, esses, por sua vez, formadores de opinião, o quadro vem mudando e tende a mudar mais ainda daqui para a frente.
Há que se ter presente que nessa nova plataforma eleitoral da socuedade brasileira, o que fará diferença será a credibilidade das propostas. A presidente Dilma que vem dando mostras de uma distanciamento do lulismo, corre atrás de um novo programa, a ser anunciado nos próximos dias, de combate à miséria.
A expectativa é de que não seja mais uma promessa vaga, de eficácia discutível, tão ao estilo do seu antecessor. Do contrário soará como apenas palavras, confirmando o que “falar bonito é só bonito”, levando o seu eleitorado à frustração. Na contrapartida, se a oposição não se apresentar, desde já, com um plano concreto e claro para a classe que almeja angariar entre aqueles que se situam no alto da pirâmide social, estará lançando por agua abaixo os seusdevaneios de retomda do poder. O leitor brasieiro mudou e mudou para melhor, em todas as camadas sociais; está mais consciente da sua condição de responsável pelos destinos da nação através do seu sufrágio nas urnas. Mas, ao que parece, uma boa parte dos políticos ainda não se tenha dado contas dessa realidade.
J.V.Rodrigues
A sociedade brasileira, a cada dia mais, se torna consciente do seu papel nos destinos da nação.