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sexta-feira, novembro 22, 2024

Em busca da democracia plena

Estamos nos aproximando de mais um processo eleitoral em outubro deste ano; se bem que no caso de nós mato-grossense teremos duas eleições este ano, além do processo nos municípios está prevista também as eleições suplementares para a vaga da senadora cassada, no final do ano passado, Selma Arruda. No entanto, é preciso lembrar que há dois anos, escolhemos nosso presidente, senadores, deputados federais e estaduais, além de governadores. Algumas pessoas muitas vezes questionam esse grande volume de eleições no Brasil e se não seria melhor fazer uma eleição geral a cada quatro anos. A pergunta faz sentido, pois uma eleição no Brasil com o nível de tecnologia e logística que se usa é caríssima e quem paga como sempre é o cidadão brasileiro. Por outro lado, a democracia exige e cobra que os nossos cidadãos votem e tenham direito a também a escolher ou até mesmo deixar de escolher os seus representantes. Acreditamos que a chamada democracia plena somente vai existir a partir do momento em que justamente o nosso cidadão passe a ter o direito de não votar. Sim, é preciso dar ainda a alternativa do voto facultativo, até mesmo pelo simples fato, que já virou quase que comum um número crescente de abstenções no Brasil, nas últimas eleições. Houve casos de que o número de abstenções superou a votação de candidatos eleitos, isso mostra que o povo brasileiro quer também ter o direito de escolher se deve ir votar ou não. Muitos acham que o voto facultativo aumentaria o uso do poderio econômico nas eleições; um ledo engano, pois com ou sem voto facultativo o poderio do dinheiro está presente, apesar de ser muito bem fiscalizado pela Justiça Eleitoral e se ver claramente a punição de quem abusa, perdendo inclusive o mandato e os direitos políticos. Fora isso, quando o eleitor vai votar sem vontade, o resultado na maioria das vezes é o chamado voto protesto, onde um candidato geralmente folclórico acaba sendo eleito não pela proposta, mas sim pelo fato do eleitor querer chamar a atenção das autoridades sobre o sistema eleitoral que precisa ser corrigido. No entanto, o que vai mudar é que os candidatos terão que aumentar as suas propostas e o poder de convencimento do eleitor, a grosso modo o candidato vai ter que provar ao eleitor que vai valer a pena ele sair de casa para votar e fazer com o que o seu voto realmente mude algo no país. Acreditamos no sistema eleitoral brasileiro e na democracia, mas entendemos que ainda é possível melhorar o nosso sistema e garantir a cada dia, a melhor escolha para os nossos eleitores. O que queremos e trabalhamos é para que tenhamos políticos melhores em todas as esferas no nosso país. Esse seja, talvez, o nosso maior desafio. Mudar sim e com mais qualidade, mudar por mudar, em muitas vezes, podemos ver resultados desastrosos. Portanto este ano é de reflexão e de pensamentos sobre o voto e a nossa democracia.

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