A Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou a segunda audiência pública para debater os serviços de fornecimento de energia elétrica em Mato Grosso, prestados pela Energisa-MT. O ato aconteceu na sexta-feira (01) na Câmara de Vereadores de Rondonópolis.
A audiência foi requerida pelo deputado estadual Thiago Silva (MDB), que também é vice-presidente da CPI da Energisa. O parlamentar pontua que reuniões do tipo, com a com comunidade, acontecerão em vários municípios de Mato Grosso. “O objetivo nosso e todos os membros da CPI é dar voz para população e juntar material que ajude nessa importante investigação. Em Rondonópolis, por exemplo a situação está pior do que imaginávamos. Eu considero gravíssima. Além do questionamento do valor, tem muita gente reclamando da falta de qualidade do fornecimento. Durante a audiência recebi mensagens de pessoas que estavam sem energia, com o sistema oscilando ou funcionando em meia fase. Foram inúmeras mensagens, que assim como as queixas dos presentes serão anexadas nos documentos que serão encaminhados para a CPI”.
A professora aposentada Maria Lúcia Prates, estava entre os 240 presentes e fez questão de deixar sua indignação nos autos que serão encaminhados para Assembleia Legislativa. Com a conta na mão, ela mostra a cobrança de energia da residência que divide apenas com o marido. No intervalo de 3 meses oscilou de R$ 90,00 para mais de R$ 200,00. “Fiquei muito feliz com a realização dessa audiência, estou esperançosa que alguma coisa vai mudar. Essa Energisa vai ter que se explicar e muito”.
Quem também não está nada satisfeito com a empresa é o líder comunitário José Ferreira, o Ferreirinha. Ele afirma que a fatura subiu 300%, em 90 dias. “Alguém que ganha pouco mais de mil reais, pagar uma conta de R$ 230,00 é difícil. Eu faço um apelo para o deputado e para o governador. Isso é um absurdo, não aguentamos mais”.
O vereador Orestes Miraglia (Solidariedade), que propôs a realização da audiência em conjunto com os vereadores de Rondonópolis foi taxativo a falar sobre concessionária. “Essa empresa precisa explicar o que está acontecendo. Não dá para ficar com desculpa, agora precisam agir e respeitar os trabalhadores que não suportam mais essa situação”.
A Energisa, vem acumulando mês a mês o “troféu” de número 1 de reclamações no Procon Estadual. Somente em setembro de 2019, foram registradas mais de 570 queixas, decorrentes de cobranças abusivas e valores exorbitantes. “Neste ano já temos mais de 21 mil reclamações contra a Energisa. Existe aqui em Mato Grosso uma leitura por estimativa, aí quando temos uma leitura real feita, ocorre o chamado acumulo de consumo. Isso gera para o consumidor um pagamento maior da conta. É preciso corrigir a prestação do serviço para que a gente pague aquilo que realmente está consumindo no mês”, explica a superintendente do Procon Estadual Gisela Simona Viana de Souza.
Thiago Silva garantiu que a CPI vai agregar todas as regiões de Mato Grosso e agirá com rigor e celeridade nas investigações. O parlamentar não descarta propor a quebra do contrato da concessionária com o Estado. “Se no final da CPI, com o relatório concluído a opção melhor para população for o encerrar do contrato vamos defender sim. Estamos na Assembleia legislativa para defender o povo Mato Grosso e vamos cumprir nosso papel”.
Também participaram da audiência em Rondonópolis o deputado federal José Medeiros (Podemos), o deputado estadual e presidente da CPI da Energisa Elizeu Nascimento (DC), deputado estadual Delegado Claudinei (PSL), deputado estadual Ulysses Moraes (DC), vereadores Adonias Fernandes (MDB), Jailton do Pesque-Pague (PSDB), Bilu do Depósito de Areia (PRTB), o suplente de vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (MDB), o ex-vereador Mauro Campos, o prefeito de Pedra Preta Juvenal Pereira Brito, o Ná (MDB), Ernando Cabral Machado, presidente da Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (ACIR), Stalyn Paniago, presidente da OAB Rondonópolis, Maicon Vendrúscolo, defensor público, Thiago Alves Bernardes, Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Ager) e Amaury Antônio Damiance, diretor técnico e comercial da Energisa.