O Uruguai está prestes a se tornar o mais recente país a destituir um partido que está no poder este ano. O crime violento e uma recuperação econômica que deixou muitos para trás fortalece as esperanças do candidato da oposição, de esquerda, nas eleições presidenciais deste domingo (24).
As pesquisas mostram que o esquerdista Yamandu Orsi mantém uma leve vantagem sobre Álvaro Delgado, um ex-assessor sênior do presidente Luis Lacalle Pou, à medida que o dia da eleição se aproximava. O resultado provavelmente dependerá de como um pequeno grupo de eleitores indecisos vai se posicionar nas urnas.
Uma vitória para Orsi e para o partido Frente Ampla adicionaria o Uruguai à lista de lugares onde eleitores desapontados puniram incumbentes em um ano tumultuado de votações — embora, ausente na nação sul-americana, esteja o tipo de mudança ideológica repleta de fúria que atingiu os EUA, a vizinha Argentina e uma série de outros países no último ano.
Orsi, 57 anos, se apresenta como o candidato da “mudança segura”, enquanto o slogan da campanha de Delgado é “reeleger um bom governo”, referindo-se às políticas de Covid-19 e ao crescimento do emprego sob Lacalle Pou.
Ambos estão se apresentando como opções previsíveis, em vez de forasteiros disruptivos. Enquanto isso, os uruguaios já rejeitaram uma proposta para desmantelar o sistema previdenciário de US$ 23 bilhões do país, que deixou os mercados apreensivos sobre a reputação de refúgio seguro da nação.
É o tipo de disputa que se tornou típica do Uruguai, famoso por sua estabilidade, um país de 3,4 milhões de pessoas que evitou os líderes populistas que agitaram a política da região. Políticas favoráveis aos investidores e sua aversão a mudanças políticas radicais ajudam a classificar a nação como uma das mais ricas da América Latina, com um setor de tecnologia que se destaca e cidades como Montevidéu e Punta del Este que servem como lares populares para bilionários estrangeiros.
Mesmo assim, Orsi surgiu como ligeiro favorito devido à percepção dos eleitores de que Lacalle Pou, que venceu a eleição de 2019, falhou em cumprir promessas de reduzir o crime e melhorar os salários — problemas que têm afligido partidos incumbentes em todo o mundo após a pandemia.
Fonte: Infomaney