26.3 C
Rondonópolis
terça-feira, dezembro 3, 2024

Eleições e a Inteligência Artificial

A inteligência artificial veio para ficar. Prova disso tem sido os avanços dos últimos meses, com o desenvolvimento de diversos sites especializados e aplicativos voltados para essa tecnologia em todo o mundo. A maioria deles é criada com o intuito de facilitar o trabalho e extrair o máximo benefício da tecnologia em prol da humanidade. No entanto, é sabido que existem aplicações voltadas para o mal, que, se utilizadas de maneira inadequada, podem prejudicar muitas pessoas.

No atual processo eleitoral, a inteligência artificial terá um papel de destaque pela primeira vez. Resta saber como será sua utilização, especialmente pelas equipes de marketing dos candidatos. Será que muitos irão enxergar a inteligência artificial como uma ferramenta para aprimorar a publicidade e alcançar os eleitores, ou será que será usada para fins negativos, atacando adversários e prejudicando suas imagens?

A preocupação é compreensível, já que até a própria justiça eleitoral reconhece a inteligência artificial como um risco, principalmente se for utilizada de maneira indevida.

Para entender o poder da inteligência artificial, basta dar uma olhada nas principais redes sociais, como o Instagram. É possível ver celebridades como Silvio Santos tendo suas vozes utilizadas para cantar músicas de rock, ou outras figuras já falecidas, como Jô Soares, tendo suas vozes utilizadas em poesias de Vinícius de Moraes.

A situação é tão séria que muitos vendedores famosos da internet estão tendo suas imagens usadas para promover produtos falsificados, participando involuntariamente de fraudes. Isso é preocupante, pois é difícil distinguir o que é real e o que não é devido à qualidade da inteligência artificial.

Se no dia a dia já é desafiador distinguir a realidade da falsidade com a inteligência artificial, imagine durante uma campanha eleitoral, onde "vale tudo" menos perder. Todo cuidado será pouco, tanto por parte da justiça eleitoral quanto dos candidatos, para identificar casos de uso indevido da inteligência artificial para difamar pessoas.

Será necessário um esforço conjunto, envolvendo especialistas e pessoas familiarizadas com o assunto, para identificar casos de crimes contra a honra, utilizando a inteligência artificial para encobri-los. O grande desafio é que se trata de algo novo e, como tal, será mais difícil detectar o uso dessas ferramentas durante a campanha eleitoral.

Tudo indica que a justiça eleitoral precisará se reinventar para garantir uma competição equilibrada, com regras claras e punições severas para quem cometer irregularidades e crimes eleitorais contra a honra, independentemente de quem seja o candidato ou sua posição política, seja de esquerda, centro ou direita.

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO