educação financeira, atendendo a uma exigência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A oferta desse conteúdo pretende atuar na formação de comportamentos adequados para que as crianças aprendam a lidar com dinheiro de maneira que não apenas evitem desperdícios, mas saibam como utilizá-lo com equilíbrio, fazendo escolhas corretas na hora das compras, e poupá-lo para concretizar objetivos planejados para o futuro.
Sendo uma disciplina transversal, ou seja, que pode ser transmitida junto com outras matérias e projetos do currículo escolar, a educação financeira será difundida em sala de aula contemplando os estudantes desde o início da sua trajetória discente.
“Trata-se de um tema que deve ser trabalhado desde a educação infantil permeando todo o período de formação dos alunos. Vamos entregar essa diretriz curricular para todas as escolas e cada diretor vai implementá-la com o acompanhamento das áreas finalísticas da Secretaria Municipal de Educação, que são os Departamentos de Educação Infantil, de Educação Fundamental e de Qualificação”, explica a secretária de Educação, Carmem Monteiro.
Dotados de mais essa competência, os estudantes serão capazes de lidar bem com situações práticas do dia a dia que exigem consciência e bom senso na aplicação dos recursos financeiros de que dispõem. Entender a diferença entre ser consumidor e ser consumista é fundamental para que a pessoa consiga se posicionar conscientemente na hora de adquirir desde roupas a alimentos e serviços, entre outras ofertas de mercado. Assimilar condutas que o levem a controlar o impulso e não gastar pela emoção, muitas vezes adquirindo produtos desnecessários, é outro benefício gerado por esse conhecimento.
Carmem lembra que a educação financeira acaba abarcando outras esferas, como, por exemplo, ecologia e sustentabilidade. “Esse aprendizado também provoca uma mudança de hábitos nos estudantes. Então, eles passam a adotar atitudes como fechar a torneira no momento em que estiver escovando os dentes para não desperdiçar água, desligar o interruptor ao sair de um ambiente ou retirar aparelhos da tomada quando este não estiver sendo utilizado para evitar gasto de energia sem que ninguém esteja no local, entre outras práticas”, exemplifica a secretária.
Outra inovação, segundo ela, é que, este ano será lançado um projeto nas aulas de matemática com base no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que oferece avaliação em competência financeira aos países membros do programa. De acordo com a mais recente análise divulgada pelo Pisa, realizada em 2015, o Brasil ficou em último lugar entre os 15 países participantes do exame.
Ao refletir sobre a relevância de abordar conteúdos relacionados com habilidades no trato com dinheiro nas escolas, Carmem pontua: “Talvez, se tivéssemos ensinado alunos de outras gerações sobre como administrar suas finanças conscientizando-os de que tudo envolve um custo, não teríamos, hoje, tanto endividamento. Queremos reverter essa realidade envolvendo uma mudança de paradigmas”.